Perder na Justiça e fazer-se de vitima: esta é a estratégia

Ao ingressar no Supremo com uma ação em que pede que sejam desautorizadas as medidas de bloqueio sanitário – ainda que tímidas e insuficientes – de restrição à circulação de pessoas que tentam impedir que se expanda, ainda mais, o cenário horripilante de mortes pela Covid, Jair Bolsonaro sabe que sua ação judicial será derrotada.

Esta é a sua estratégia para desonerar-se da responsabilidade de ser o líder do contra-ataque nacional contra o inimigo da pandemia, que vem devastando sem perdão todo o país.

Manter o apoio de fanáticos (e de não-fanáticos, mas desesperados com a própria sobrevivência, no que não contam com o apoio estatal) e gerar uma “justificativa” para o desastre econômico de sua gestão (pode-se chamá-la assim?) na economia.

Não falta apoio político a medidas que possam fazer a diferença nesta espiral da morte em que estamos presos e que terminará o mês matando, só em março, 60 mil pessoas.

A pesquisa Datafolha publicada hoje mostra que há suficiente apoio social para que se tome medidas efetivas, mais fortes que as paliativas anunciadas até agora, que além disso, vão estressando a população com limitações continuadas que não geram, visivelmente, redução na pandemia.

Os 60% que já apoiam um lockdown efetivo poderiam chegar, com uma campanha de comunicação esclarecedora a bem perto de 70%, talvez até mais, porque há de existir algum resto de sanidade nos que bradam pelo “morra, mas trabalhe”.

Mas não adianta e será preciso que cheguemos a um cenário ainda mais pavoroso que já temos para que governantes fracos e intimidados com a reação das falanges bolsonaristas tenham coragem de fazerem o que deve ser feito.

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