Dias atrás, este blog afirmou que Guilherme Boulos faria o segundo turno das eleições paulistanas com o atual prefeito da cidade, Bruno Covas e isso é mais que confirmado pelo resultado atrasado do Datafolha, dois dias retidos por uma esdrúxula decisão judicial tomada, nitidamente, para preservar – como se isso fosse possível – Celso Russomanno do precipício nos índices de intenção de voto.
Dá para repetir o texto: “os dados diferentes que traz são algo que todos já sabíamos: o “derretimento” da candidatura de Celso Russomanno e que o apoio de Jair Bolsonaro, em lugar de votos, traz rejeição. A candidatura de Guilherme Boulos, ao contrário, mostra que já estabeleceu uma base sólida e, por isso, será natural que muitos eleitores partidariamente alinhados com o PT comecem a ver nele a possibilidade de um segundo turno contra Covas, o candidato de João Dória.”
Não se pode adivinhar resultado de eleição, mas está evidente que iniciou-se uma migração de votos em favor do candidato do PSOL que, tudo indica, crescerá até domingo. Jilmar Tatto, do PT, em São Paulo, repete o grave erro que cometeu o PSOL no Rio de Janeiro, sem o que as duas maiores cidades do país teriam candidato de esquerda no segundo turno.
Márcio França, que chegou a ser visto como aquele que poderia absorver o sentimento anti-Doria – como, para baixo, Russomanno absorveu o antibolsonarismo – não conseguiu se livrar do tucanismo e ficou pelo caminho.
Bruno Covas, no segundo turno, terá em João Doria seu pior adversário.