‘Pitbull’ sobre idosos, deficientes e lavradores funciona?

A ser verdade o que a Folha de hoje estampa e se reproduz aí em cima, Jair Bolsonaro comete um duplo erro de estratégia.

Coloca como seu porta-voz, na prática, Carlos Bolsonaro, um sujeito do qual nove entre dez parlamentares querem distância, especialmente depois do caso Gustavo Bebianno.

Para quem precisa do voto de 60% da Câmara, um movimento de alta estupidez.

A segunda tolice é chamar para si a defesa de medidas impopulares e, em muitos casos, tão indefensáveis que ele próprio, Bolsonaro, jamais as defendeu. Ao contrário, vociferou contra elas.

Por enquanto, ainda é, para muitos, a “reforma do Paulo Guedes”, dos economistas tecnocratas que não têm problemas – em alguns casos, têm até orgulho – em maltratar pessoas vulneráveis, como é o caso de trabalhadores rurais, pensionistas e dos que vão ter de trabalhar vários anos a mais, desde agora, para terem seu benefício, mesmo modesto.

Com o discurso do “mata o velho” vindo diretamente da matilha bolsonarista, açulada por “Carluxo” passa a ser dele, direta e pessoalmente, como aliás é, do ponto-de-vista da responsabilidade. E com um agravante: trata-se de alguém que tem, há quase 20 anos, um único emprego (e garantido): o de filho eleito.

De quebra, arranja uma situação que vai colocar numa saia justa a mídia pró-reforma, para a qual fazer coro explícito com o símbolo da ferocidade bolsonarista será um imenso desgaste.

Quando se põe um ‘pitbull’ a liderar a matilha não pode se esperar que todos os latidos sejam no mesmo diapasão.

Fernando Brito:

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  • Esse aí é caso de camisa de força tripla. É totalmente doido.

  • Só mesmo nas cabeças acéfalas ou contendo apenas ressentimento, e recalque e ódio - como é do feitio das maltas e matilhas bozonaristas - um sujeito como esse pit-Bozo-02 pode ter alguma influência ou capacidade de convencimento. E depois das provas públicas de que om clã Bozo integra o crime organizado no RJ, em parceira de décadas com os milicianos, é muito difícil que até mesmo as bancadas BBBB se ponham a defender o indefensável, que é o desmonte da previdência pública. Grande parte dos que foram colocados na Câmara e no Senado só estão lá por causa de grosseiras fraudes eleitorais (ou algum leitor bem informado e bem formado acha que Janaína Paschoal teve mais de 2 milhões votos, sem fazer campanha, gastando apenas R$40 mil na campanha? Ou acredita que o pit-Bozo-01 teve a votação consagradora que as urnas eletrônicas fraudadas lhe deram?), mas eles não têm garantias de que as fraudes se repetirão daqui a 4 anos e que poderão renovar seus mandatos, sem esforço.

  • São GANGSTERS, com toda desenvoltura, com legitimidade passada por 53milhões de IMBECIS votantes.

    Ficarão a LADRAR, para o deleite dos saqueadores em ação de assalto!

  • Bolsonaro tem que abrir os olhos e entender que depois de fazer a reforma da previdência passar, seu governo acabou. Triste será seu seu fim.

    • Não sei se Bolso tem inteligência para isso, mas tenho para mim que ele já percebeu e está fazendo "corpo mole" para não aprovar a (de)forma. Para desespero de Rodrigo Maia e Paulo Guedes, os quais só estão onde estão com essa finalidade. E sabem o que a "Banca" faz com os prepostos que não cumprem os "combinados"...

      • Não, inteligência ele não tem. Pode ser simplesmente um mecanismo natural de defesa, sem envolver qualquer nível de raciocínio.

  • Brito meu Brito. Temos uns canais no youtube que estão fazendo um belo trabalho em analisar e denunciar essa nova velha política dos Bolsonáricos e demais debiloides da política.

    Destaco aí o Dead Consense, fez recentemente um vídeo sobre a reforma da previdência que é bem informativo. Acho importante a blogosfera ecoar esse pessoal progressista do youtube.

  • Em meados de 2016 eu realizei um estudo sobre o que viria com a queda de Dilma via agenda CNI/FIEP. Acertei, até porque era difícil de errar, a maioria das conclusões sobre o que nos aguardava. Errei em alguns pontos. Nunca pensei que a reforma trabalhista, da forma com que foi feita passasse. Imaginei que o máximo a que chegariam era acabar com a subvenção sindical e com a multa do FGTS na demissão. Imaginei ainda que o empresariado nacional, profissionais liberais e funcionalismo público, após alguns meses de penúria e confrontados com um cenário pior, acordassem dando-se conta do erro cometido. Imaginei que os parlamentares e líderes dos partidos da base de apoio ao governo reagissem ao ver que estavam caminhando ao cadafalso para sua morte política. Subestimei a ignomínia dos congressistas e a burrice do todos os demais.
    Agora, insistir no erro seria aderir ao status nacional, o do burro teimoso. Então, não tenho maiores ilusões e, enquanto não vir sinais de revolta popular, não vir movimento nas ruas e não vir quaisquer outras manifestações majoritariamente contra o que o projeto em curso representa, preciso reconhecer que a ignorância venceu o bom senso.

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