Por onde atacar, na reta final

Vejo muita gente, correta e de boa-fé, esperando que os dias finais de campanha de Fernando Haddad sejam de conclamação à formação de uma frente antifascista.

Eu mesmo já acreditei nisso e estava errado.

Até poderiam ser, se os demais agentes políticos não estivessem tão entregues à necessidade de sobrevivência que pudessem prestar atenção a isso e não estivessem, fazendo, como fazem, o vergonhoso discurso do “precisamos nos livrar do extremismo”.

Discurso que tem sido água no moinho do fascismo e zero em crescimento para Ciro, Marina e Alckmin, que o fazem.

Diante da ameaça de implantação de uma ditadura no país, acenam até com uma “venezuelanização” do Brasil  que nunca esteve em pauta aqui?

Quer provas?  No auge de sua popularidade, passando de 80% de aprovação, Lula recusou a hipótese de um terceiro mandato. Nem mesmo sei se estava certo ao fazê-lo, pelo que se passou depois, mas isso foi uma evidente submissão às regras do jogo democrático-institucional.

Mas adianta dizer isso a uma classe média furiosa e irracional, que aceita, em maioria, uma volta à ditadura?

Adianta, subsidiariamente, mas não é o essencial.

O essencial é o eleitor popular, onde ainda há confusão e Haddad ainda está muito abaixo do que Lula tem.

Porque Lula dispensa explicações.

Lula é aumento do salário mínimo, é pleno emprego, é filho na Universidade, é Bolsa-Família, é Escola Técnica, é Luz para Todos, construção civil, é indústria, é poder de compra, é Mais Médicos,  é vida de gente.

E Bolsonaro não é nada.

Na última semana, o movimento da classe média, o do antifascimo, protagonizou a cena.

Se não dá para acreditar que tenha dado resultados negativos, empurrando para cima o fascismo, é plausível que tenha tirado do povão o protagonismo do debate.

É para este que devemos voltar nestes cinco dias decisivos.

Haddad é Lula e Lula o povão sabe o que é.

 

 

 

Fernando Brito:

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  • Falar dessas pautas sociais do povão não resolve o problema das fake news da direita sobre pautas identitárias, que estão as satanizando. É preciso agir nas duas frentes (ou duas pautas), não atirando uma contra a outra. Não é hora de encampar o moralismo barato e marqueteiro dos evangélicos e responsabilizar as mulheres de vanguarda e movimentos de caráter liberal. Há um neofascismo latente nessas classes evangélicas, somadas às classes médias elitistas e privilegiadas, essas sim preocupadas materialmente pois com o PT o risco é maior de estarem expostas. O coração dessa camada popular neopentecostal é por temas moralizantes, não é por projetos sociais, eles pedem ajuda ao pastor ou político pastor quando o calo aperta. Os trunfos do PT atingem a classe trabalhadora sindicalizada, católicos e classe média tradicional de esquerda, que chamam de pequeno burguesa.

    • Vc não deixa de ter razão, mas aqui em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, bairro onde 60% é evangélico, falar de emprego, renda, direitos, programas sociais, ainda vai direto no coração dessas pessoas. Se Deus ajudou a conquistar a casa, foi através do Minha Casa/Minha Vida. Se o irmão em Cristo glorifica a Deus por superar a fome, Deus tb ajudou através do Bolsa Família. Tudo isso, o Bolsonaro ojeriza. Isso pesa. Ah se pesa. E sabem que foi com o Lula que tudo isso veio. Basta saber dialogar. E Lula sempre citava e cita Deus. É importante tb lembrar disso.

    • Há uma parcela da igreja católica muito atuante. Por exemplo, entre no Facebook de Eudes Duarte, ligado a Canção Nova e que tem muitos vídeos circulando por aqui (sertão baiano). Paralelamente vemos a mais completa omissão da CNBB

  • O foco é intensificar que Haddad é Lula e governará com Lula!

  • Eu continuo apostando que Bolsonaro não será eleito. Vamos ver.

  • Pergunto se os bolsonaros possuem amigos, parentes ou familiares que possuem negócios envolvendo armas, tais como a fabricacao, venda, clubes de tiro, etc.

  • Perfeito. E eu tenho sentido falta exatamente desse discurso. Precisamos falar de salários, do preço da carne e da gasolina. Do Farmácia Popular. Do Fiéis e do ProUni. Lembrar que na época do Lula, aqui em Santa Cruz, subúrbio do Rio, a vizinhança fazia churrasco todo final de semana. Isso é a vida real. O emprego que não faltava. Vamos adiante, pois estamos do lado da verdade e do povo.

  • Clac, clac, clac.. você é o cara!...
    Lúcido, atento!....
    Avante contra as Falanges do mal!.....

  • Verdade, não é hora de convencer a classe média. Mesmo porque essa já tomou partido.

  • Dia 7 é 13. Governo do povo. Até o dia 7 estarei relembrando as pessoas que conheço de todas as coisas boas do governo do PT. O povo está com Lula, Haddad e Manuela. E espero que o Rio Grande do Sul me surpreenda positivamente e escolha Rosseto como governador. Paim já está garantido no Senado. Espero que Abigail também.

  • Tenho certeza que essas pesquisas publicadas agora fazem parte do golpe. Tentam reduzir o real crescimento e a situação eleitoral de Haddad. Elas não refletem a realidade porque os brasileiros mais humildes estão sobre pressão de patrões e amigos que conquistaram na classe média, através de serviços prestados e amizades passageiras. Não vão deixar Lula na mão porque sabem o que perderão. Além do mais, é necessário calma. Mesmo que Bolsonaro ganhe mais votos no 1º turno, haverá outra eleição que será o segundo turno. Ele terá que se expor, sua mediocridade ficará exposta, não terá propostas que atendam a maioria. Mesmo que minta muito, não conseguirá se livrar da imagem que criou. Bolsonaro é folha morta. Calma, gente!

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