Os políticos, na maioria, criticam e dizem que até abominam a polarização eleitoral.
Polarização não é um desejo no Brasil de hoje, colocado entre o desastre e a esperança, entre a salvação da democracia e o autoritarismo (o presente e, ainda muito maior, o que se anuncia com a continuidade, eleitoral ou golpista, de Jair Bolsonaro.
A polarização é uma realidade que toma conta, portanto, de um processo político e eleitoral que decidirá o que teremos adiante.
E, portanto, será em relação a estes polos que as forças políticas se alinham e se alinharão ainda mais.
Esta é a raiz profunda de ter se dissolvido a ideia da 3ª Via, não a falta de candidatos, de sua exposição pela mídia ou de partidos que as sustentassem.
Foi por ela que eles foram caindo como moscas, que desapareceram da polêmica pública e deixaram os partidos expostos a um jogo de traições em que, mesmo os que lançaram candidatos, procuram apenas a forma de alinhar-se aos polos sem, formalmente, juntarem-se a eles.
Alguém acha que o União Brasil fará a campanha de Luciano Bivar? O que há tucanos dispostos a defender Doria na TV ou nos palanques? Simone Tebet tem alguma parte do MDB que lhe seja fiel ou a querem, ainda assim em poucos lugares, como capa que disfarce uma adesão a Lula ou, ainda mais intensamente, a Jair Bolsonaro?
E, adiante, que Ciro Gomes não venha a ser atingido pela erosão do voto útil, numa eleição de 1° turno que tem cada vez mais a cara de um segundo?
Salvo bons e raros exemplos, em processos eleitorais, raramente há, fidelidade que impliquem desastres para candidatos, porque a força da sobrevivência política é tão intensa que todos os que disputam voto acabam gravitando um dos polos.
ó que os políticos sentem esta força antes mesmo de que os eleitores a percebam plenamente.
E é por isso que não há, afora os candidato e as cúpulas partidárias que os inflam como poder de barganha política, candidato algum que amarre seu destino à tal 3ª Via, a esta altura.
Portanto, deveriam pedir ao eleitor que também não a levasse a sério.