Porque correm para tirar o pré-sal da Petrobras

evolucaopresal

O gráfico aí em cima mostra a evolução da produção do petróleo no Brasil, a total, a do pós-sal e a do pré-sal.

A simples observação mostra que, fora do pré-sal, a produção está estagnada e só não é declinante porque a Petrobras tem desenvolvido programas de otimização dos poços do pós-sal, porque a Bacia de Campos – com quase 40 anos do início de sua exploração comercial – é uma área madura, a não ser pelas acumulações que, também ali, estão sob a camada de sal.

E que, ao contrário, a área do pré-sal, onde entraram em produção apenas 49 poços  – 5% dos 803 poços perfurados na plataforma continental – é crescente.

Em um ano, 63% a mais, um ritmo aceleradíssimo para algo tão complicado – em técnicas, equipamentos e segurança –  como extração de petróleo em grandes profundidade no mar.

Não há nenhuma área petrolífera do mundo apresentou um crescimento tão veloz, a não ser, em escala semelhante, o Mar do Norte (Reino Unido e Noruega, basicamente), que recebeu investimentos rápidos e pesados em razão do choque do petróleo de 1973, quando o preço do petróleo saltou 400%.

Mesmo tirando da discussão qualquer convicção nacionalista, olhando sob a mera ótica negocial, chega a ser ridícula a ideia de que perder a garantia de ter, ao menos, 30% destas reservas imensas, cuja dimensão ainda sequer está exatamente mensurada. Não para a Petrobras, mas para qualquer grande empresa petroleira.

A ânsia entreguista é de tal monta que nem mesmo o fato de 70% das reservas estarem abertas á participação de qualquer empresa, inclusive as estrangeiras não basta. É preciso, além de abri-las totalmente, retirar da Petrobras a condição de operadora exclusiva, tanto para poderem controlar o ritmo exploratório em razão de seus interesses econômicos  como, pior ainda, para uma abjeta – a palavra é essa – fraude na mensuração dos volumes produzidos.

Porque nessas áreas e não em outras? Porque são poços de altíssima produtividade. Um deles, o 7SPH7DSPS, no campo de Sapinhoá, produz sozinho praticamente 50 mil barris de óleo equivalente em um dia. Mesmo com os preços muito baixos do petróleo, são “apenas” US$ 3,1 milhões a cada dia. Outros 18 poços do pré-sal têm produção entre 21 mil e 44 mil barris diários.

O que está sendo feito, mesmo com um olhar desapaixonado, mas simplesmente numérico, revela que se quer tirar da Petrobras mais, muito, imensamente mais que tudo o quanto Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Pedro Barusco.

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12 respostas

  1. Sou nacionalista, mas não concordo em a Petrobras ter obrigação de 30% de presença em todas as áreas de exploração. Primeiro, porque essa obrigação dita a expansão da exploração ao ritmo da Petrobras, da sua capacidade de se envolver em novas explorações. Segundo que a Petrobras é quase 50% de capital privado. Defendê-la é também defender interesses de bancos e outras empresas, seus maiores acionistas. Seria muito melhor se 30% do faturamento das explorações fossem enviados ao governo. Daí teríamos as riquezas para o povo em até quantidade maior, eliminando o destino privado de parte desses recursos como é atualmente (para a parte privada da Petrobras). Por fim, lembremos que o auge do petróleo no quesito combustível, ao menos, está passando. Muito em breve teremos biocombustíveis e postos de hidrogênio e eletricidade por aí, fazendo companhia com o GNV. Temos de extrair o máximo de petróleo e o mais rapidamente possível.

    1. Concordo! A própria diretoria da Petrobrás (que foi indicada pelo governo) é contra essa obrigação. Que se aumente os impostos ou royalties quando não tiver a Petrobrás na jogada e veja se alguém se interessa!

    2. Meu caro, a questão é justamente esta. Não interessa de forma alguma o governo, através da Petrobrás, perder o controle do ritmo da retirada do petróleo. É a única forma de não sofrermos a tal “doença holandesa”, pois uma retirada mais célere do que a economia brasileira pode absorver, vai levar ao rápido esgotamento das reservas e a não contrapartida da consolidação do parque industrial e de conhecimento tecnológica, que seria a herança positiva do pré-sal. Veja o caso da Indonésia, que entregou quase 100% das suas reservas à Chevron que fez um investimento pesado de rapidamente atingir a produção e maximizar o seu retorno financeiro, ela ganhou bilhões, a Indonésia foi até inundada por dólares dos royalties, mas no ritmo imposto, toda a base de insumos industriais para a exploração veio de fora, sem deixar NADA para a Indonésia, e assim a reservas se esgotaram em curto espaço, sem que a população efetivamente se beneficiasse dos lucros deste esgotamento.
      A visão GEOPOLÍTICA dos interesses nacionais devem sempre estar presentes e não apenas os aspectos financeiro e econômicos da questão. Esta é a grande diferença de pensamento dos vira-latas e mesmo ingênuos patriotas e o pensamento, por exemplo dos americanos, eles pensam sempre em termos GEOPOLÍTICOS e dos interesses nacionais de projeção, poder e crescimento, o que é muito insipiente aqui.
      O pré-sal, no modelo atual de partilha, conteúdo e participação da Petrobrás , assim como o desenvolvimento do parque industrial, educação, junto com o Plano de Defesa Nacional (nos mesmos moldes de conteúdo nacional), é uma tentativa de dar sentido GEOPOLÍTICO às nossas políticas e planejamento de longo prazo.
      O projeto Serra destrói este conceito e nos leva na contramão do desenvolvimento sustentável e de mudança cultural e tecnológica. Leva ao imediatismo e comprometimento do futuro.

      1. O governo pode continuar controlando o ritmo! Ele que determina quando os blocos exploratórios são leiloados…

  2. Votei em uma proposta de governo contrária aos entreguistas do pré sal. O que vejo é que Mercandantes, Zés Cardosos, Edinhos, Delcidios, Berzoinis, um ex ministro totalmente inoperante como o Bernardo e tantos outros medíocres instalados no governo não tem força para reverter este entreguismo que segue de vento em popa. Em suma, eu não votei na Dilma para assistir o PSDB, o Cunha e a Rede Globo mandarem e desmandarem no Brasil. Não adianta, ou os do governo mostram a que vieram ou perderão de goleada. Agora, será que o povo sabe a diferença entre um regime de partilha e um de concessão? O que significa o conteúdo nacional? Alguém desconhece que 42 navios para a futura Petrobrax foram encomendados antes, durante o entreguismo tucano, aos estaleiros coreanos para gerar empregos lá? Porque o governo não se comunica com o povo e explica que FHC levou a nossa indústria naval à falência e que o regime votado para o pré sal reverterá em favor de mais empregos aqui, de educação e mais saúde para a maioria pobre? Uma vez de posse do nosso petróleo estas petroleiras estrangeiras darão um bananaço para o povo e os entreguistas estarão milionários. Ao que parece, pelo silêncio que se impôs, o governo anda de mãos dadas com o Serra.

    1. Ô Medeiros, a questão toda é que a Dilma, politicamente falando, é uma autista política. Grande parte destas expansões da direitona, se deu pela total inação dela. Que decepção ! É que ela acredita ainda no controle remoto ! Estamos fritos !

  3. Como mobilizar o povo, com a imprensa contra? Quando um sindicato vai pra rua com uma bandeira popular, como essa, não tem tv pra explicar, mas tem tv pra falar dos problemas do trânsito.
    A sociedade não tem vida própria, é levada conforme os interesses.
    Só um movimento inédito, nas ruas, em todo o país, que mostre à sociedade que eles estão lutando por todos, poderá vencer essa guerra do petróleo no Brasil.
    Sindicatos, igrejas, clubes,associações, empresas, condomínios, todo tipo de organização representativa tem que se unir e atuarem conjuntamente, e irem pra rua. Aproveitem e pedem ainda mais controle sobre os lucros do petróleo para serem investidos no pais: Educação, saúde pública, segurança, meio-ambiente, infraestrutura, etc. É nossa última chance de acabarmos com essa ainda gritante desigualdade social.

  4. Pessoal,
    além das vantagens conhecidas advindas de se ter a Petrobras como operadora única do pré-sal (financeiras, controle da produção, encomendas à indústria nacional e autonomia tecnológica), não é conveniente termos empresas estrangeiras com suas plataformas produzindo a mais de 250 km da costa brasileira. Li que os EUA, por exemplo, não reconhecem, para exploração econômica, o limite de 2O0 milhas.

    Sugiro que o senador Requião e outros convoquem, rapidamente, oficiais da Marinha brasileira para expressarem suas opiniões e preocupações a respeito.

    1. Os 9% da Dilma é o desespero do IBOPE com a chegada da GFK. Não perca seu tempo pq aqui não tem leitor burro como na Veja.

  5. Os coxinha tão tudo com saudade de ir lavar prato, passear om cachorro e limpar privada em Miami!

    Levantar uma parede ou fazer um traço de concreto aqui eles não querem!

    Pobre coxinha! Prefere ser um cucaracho, um imigrante illegal, um chicano, lá no north, do que ser um cidadão trabalhador aqui!

    Vai coxinha, vai ser discriminado nos eua! Vai pintar parede, lavar carros, servir em balcões e ser escravo dos gringos!

    Tomara que a Ku Kux Klan te pegue! Aí voce diz que é neliberal, que votou no Cerra, que é totalmente pro eua….

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