Porteiro diz que foi pressionado “por ele mesmo”

Georges Simenon e seu Inspetor Maigret, Agatha Christie e o seu Monsieur Poirot, no Brasil, morreriam de fome.

Investigação policial, aqui, tem zero de compromisso com a lógica.

Lauro Jardim, em O Globo, dá detalhes sobre o depoimento do porteiro Alberto Jorge Mateus, que anotou na planilha o “casa 58”, a de Jair Bolsonaro, na planilha de visitantes do Condomínio Vivendas da Barrra, na hora em que o suposto motorista do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Disse que errou ao anotar o número e, ao ser chamado a depor, “sentindo-se pressionado por ele mesmo pelo erro cometido quando anotou os dados na planilha, resolveu contar a história sobre o “seu Jair”.

Vejam que maravilha: para “aliviar o erro ” de ter anotado o número da casa do então candidato e já então presidente, resolveu dizer que tinha falado duas vezes com ele. Disse e repetiu, dois dias depois.

Podiam ter inventado uma história melhorzinha para Alberto.

A investigação policial no país virou uma chanchada.

Fernando Brito:

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  • Infelizmente as forças da legalidade e da democracia no Brasil são raquítica não é. Um caso como esse, era para no DIA SEGUINTE, este porteiro ser localizado, afastado para lugar seguro e protegido. Mas ninguém sequer sabia o nome, quem era, onde estava. Só a direita parece ter poder e recursos neste país.

    • Não me surpreenderia se esse cidadão, confuso, deprimido, constrangido por quase prejudicar uma pessoa boa como o "seu" Jair viesse cometer suicídio com quatro facadas nas costas e depois jogasse o próprio corpo numa ribanceira. Esses dramas de consciência podem destruir uma pessoa.

      • como seria bom se tivéssemos essas instituições!

  • A parte positiva dessa história é que a verdadeira chanchada policial que se criou em torno da "investigação do porteiro" deixou tudo tão óbvio que nem a velhinha de Taubaté mais acredita na inocência do pessoal do condomínio, famílias mafiosas e tutti quanti. Caiu no anedotário nacional, junto com o "dólar da dilma que ia baixar logo depois do impeachment".

  • Chamem o inspetor closeau... combina mais com a investigação carioca, do que hercule Poirot ou miss marple, eles sao sérios.

  • Eh a realidade nua e crua. Para as autoridades cariocas, a elucidacao do caso nao interessa: estao mais interessados em usa a "investigacao" pra pressionar o Mico. Nao vou nem mencionar a PF do Moro, porque aquilo ali virou puxadinho de miliciano. Nessa altura do campeonato eh mais facil listar o que nao virou chanchada nesse pais.

  • E por falar em chanchada, dizem as mas linguas que a parlamentar flagrada pelo Alexandre Frota fazendo "canguru perneta" na salinha da CCJ eh a Deputada Caroline de Toni de Santa Catarina

  • O porteiro deveria ter sido mantido isolado e protegido pela autoridade policial, a mando expresso da autoridade judicial, que desde logo detetaria as pressões e o enorme risco que esta testemunha passaria a correr. Mas acontece que o Brasil já involuiu, neste tempo pós-Dilma, pelo menos dez décadas de civilização. A testemunha ficou à mercê das sombras que emergem das noites escuras, só tendo a si próprio para apelar. E foi o jeito apelar, claro.

  • Ou faz o que "eles" mandam ou MORRE.
    Simples assim.
    A VERDADE é que a FAMILÍCIA (BOLSOBOSTAS) está envolvida ate o pescoço nessa FOSSA DE MERDA.
    Puta que os pariu !

  • cara masoquista. devem ter ameaçado até com a IV frota.

    • Esta - a IV frota - é a ameaça básica destes noss(v)os tempos, Maria Thereza.

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