Finalmente, o Governo começa a sair de seu imobilismo e inicia alguma reação contra a onda golpista que se levanta, ameaçadoramente, contra ele.
A decisão de chamar os partidos da base de apoio para encararem a conversa fiada das chamadas “pedaladas fiscais”, a adoção de medidas protetivas ao emprego – embora isso seja muito restrito aos metalúrgicos de montadoras, que tem esta bandeira há muitos anos, mesmo quando o emprego “bombava” – e a entrevista na edição da Folha de hoje (leia abaixo), são esperadas e demoradas atitudes que apontam na direção correta.
Debelar o pico da crise exige mais, porém.
Primeiro, compreender que sua superação exige, obvio, macropolíticas econômicas mas não dispensa as ações pontuais para limitar os danos de elevações brutais de preço, que potencializam uma escalada irracional e, muitas vezes, imotivadas de aumentos pelo “efeito arrastão” que provocam na percepção da economia. Transformado em “assunto menor”, o governo abriu mão de todos os seus mecanismos de interferência nos preços de gêneros que estão criando, um após outro, uma percepção de descontrole geral, como vêm fazendo, sucessivamente tomate, batata e, mais recentemente, cebolas.
Não, é especialmente cruel porque atingem em cheio o consumo mais popular. O preço da cesta básica nas capitais, essencialmente por conta deles, teve variações acumuladas de até 30% em cinco meses (janeiro a maio deste ano). Exceto Manaus, com 8% de aumento, todas as outras 17 capitais pesquisadas tiveram aumentos superiores a 10%, o dobro da inflação do período.
Não há leitura da população sobre ações contra isso, que a atinge todos os dias, com muito mais impacto com a conversa de superavit para cá, gasto público para cá.
A segunda questão é que, e a cada dia se torna mais difícil, por um freio na cumplicidade entre os órgãos de investigação do caso Lava Jato (que, ao que parece, tem jurisdição sobre tudo e qualquer coisa, em todo o território nacional), métodos escandalosamente arbitrários (prisão até a confissão “desejada”) e vazamentos que tornam ridículas as decisões de não dar aos acusados acesso a “delações” que são fornecidas apenas à Veja, ao Estadão, à Folha…
Como não é papel do Ministro da Justiça cobrar da Polícia Federal o respeito ao sigilo da investigação, que garante não apenas sua eficiência como a indispensável isonomia entre todos os que são envolvidos por ela? E não é dever dele exigir que se esclareça, de imediato, situações gravíssimas como escutas ilegais, clandestinamente instaladas dentro da própria Polícia Federal, que um agente e um delegado apontam como ordenadas por delegados de confiança do chefe local?
Mas o que acontece é que o próprio diretor geral da PF vai aos jornais dizer que Cardozo, com ele, só trata de assuntos administrativos. Sei lá, compra de clipes de papel ou grampos? Grampos não-telefônicos, bem entendido.
Por último, o nome aos bois do golpismo.
É preciso nominá-los e deixar a população esclarecida sobre quem são, a começar por Aécio Neves, FHC e a tropa de choque tucana e peritucana, os derrotados na eleição.
Nem mesmo é indelicado, a esta altura, batizar os integrantes da boiada, pois eles próprios mugiram seu golpismo em alto e bom som, no domingo, em sua convenção, quando incitaram seus partidários na base do “preparem-se, vamos chegar ao poder antes do que imaginam”…
E, a esta altura, com o desgaste do governo e o clima de derrocada espalhado pela mídia sem tréguas, todos os dias, dá aos adeptos do golpe um poder corrosivo sobre as instituições, cujos integrantes se preocupam em escolher entre ser parceiros da desgraça ou se deixarem cooptar pelos novos possíveis donos do poder.
Na economia, na administração e na polêmica, tudo é política. E política, quando nos empurram para o impasse, tem de ser enfrentada com decisão e clareza, para que a população possa ter referências.
Não se está sugerindo arranjos, irregularidades, composições espúrias, mas ações reais e comunicação política incisiva. Isso é algo que, até em grego, a população entende e, majoritariamente, espera de quem recebeu seu voto.
Leia, abaixo, a entrevista de Dilma à Folha:
Folha – O ex-presidente Lula disse que ele e a sra. estavam no volume morto. Estão?
Dilma Rousseff – Respeito muito o presidente Lula. Ele tem todo o direito de dizer onde ele está e onde acha que eu estou. Mas não me sinto no volume morto não. Estou lutando incansavelmente para superar um momento bastante difícil na vida do país.
Lula disse que ajuste fiscal é coisa de tucano, mas a sra. fez.
Querido, podem querer, mas não faço crítica ao Lula. Não preciso. Deixa ele falar. O presidente Lula tem direito de falar o que quiser.
A sra. passa uma imagem forte, mas enfrenta uma fase difícil.
Outro dia postaram que eu tinha tentado suicídio, que estava traumatizadíssima. Não aposta nisso, gente. Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada. Vivemos numa democracia. Não dá para achar que isso aqui seja uma tortura. Não é. É uma luta para construir um país. Eu não quis me suicidar na hora em que eles estavam querendo me matar! A troco de quê vou querer me suicidar agora? É absolutamente desproporcional. Não é da minha vida.
Renúncia também?
Também. Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político.
A sra. fala que não tem relação com o petrolão, mas está pagando a conta?
Falam coisas do arco da velha de mim. Óbvio que não [tenho nada a ver com o petrolão]. Mas não estou falando que paguei conta nenhuma também. O Brasil merece que a gente apure coisas irregulares. Não vejo isso como pagar conta. É outro approach. Muda o país para melhor. Ponto.
Agora excesso, não [aceito]. Comprometer o Estado democrático de direito, não. Foi muito difícil conquistar. Garantir direito de defesa para as pessoas, sim. Impedir que as pessoas sejam de alguma forma ou de outra julgadas sem nenhum processo, também não [é possível].
O que acha da prisão dos presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez?
Olha, não costumo analisar ação do Judiciário. Agora, acho estranho. Eu gostaria de maior fundamento para a prisão preventiva de pessoas conhecidas. Acho estranho só.
Não gostei daquela parte [da decisão do juiz Sergio Moro] que dizia que eles deveriam ser presos porque iriam participar no futuro do programa de investimento e logística e, portanto, iriam praticar crime continuado. Ora, o programa não tinha licitação. Não tinha nada.
A oposição prevê que a sra. não termina seu mandato.
Isso do ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista. Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real.
Não acho que toda a oposição que seja assim. Assim como tem diferenças na base do governo, tem dentro da oposição. Alguns podem até tentar, não tenho controle disso. Não é necessário apenas querer, é necessário provar.
Delatores dizem que doações eleitorais tiveram como origem propina na Petrobras.
Meu querido, é uma coisa estranha. Porque, para mim, no mesmo dia em que eu recebo doação, em quase igual valor o candidato adversário recebe também. O meu é propina e o dele não? Não sei o que perguntam. Eu conheço interrogatórios. Sei do que se trata. Eu acreditava no que estava fazendo e vi muita gente falar coisa que não queria nem devia. Não gosto de delatores.
Mesmo que seja para elucidar um caso de corrupção?
Não gosto desse tipo de prática. Não gosto. Acho que a pessoa, quando faz, faz fragilizadíssima. Eu vi gente muito fragilizada [falar]. Eu não sei qual é a reação de uma pessoa que fica presa, longe dos seus, e o que ela fala. E como ela fala. Todos nós temos limites. Nenhum de nós é super-homem ou supermulher. Mas acho ruim a instituição, entendeu? Transformar alguém em delator é fogo.
Tem gente no PMDB querendo tirar a sra. do cargo.
Quem quer me tirar não é o PMDB. Nã-nã-nã-não! De jeito nenhum. Eu acho que o PMDB é ótimo. As derrotas que tivemos podem ser revertidas. Aqui tudo vira crise.
Parece que está todo mundo querendo derrubar a sra.
O que você quer que eu faça? Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam.
E se mexerem na sua biografia.
Ô, querida, e vão mexer como? Vão reescrever? Vão provar que algum dia peguei um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que não. Quando eles corrompem, eles sabem quem é corrompido.
34 respostas
Os derrotados nas urnas vão ganhar o “doce” deles se tentarem o golpe.
Olhem o nível da entrevista da repórter da ‘Felha’. Fazer o q, né? O sobrenome da moça é Frias… Tem golpe correndo nas veias.
Mas, nossa valente Dilma não piscou! Hahahaha!
Pelo menos a presidente mostrou que vai reagir e não vai entregar a rapadura de mão beijada.
Isso deixa a penca de covardes da oposição ressabiados. Qual seria a reação do governo? Prender os golpistas? Tentar tirá-la da presidência sem base legal, obviamente, é crime.
Durante o dia vão ser muitas as bravatas da direita em relação à entrevista, mas no momento só podem ladrar.
Se o governo, como disse o Brito, mostrar que está trabalhando, que tem uma agenda voltada para os trabalhadores, pode reverter o atual quadro.
Os golpistas sabem há limites. Apesar da literatura jurídica do Moro abrir mão das provas para condenar, se o governo mostrar que está vivo, que vai reagir e está em sintonia com sindicatos, movimentos sociais, vai assustar a direita.
Enquanto Dilma não afastar o inoperante e traidor do Ministro da Justiça, nada poderá ser feito. Afogue-se sozinha, ……
Pelo visto colocaram uma colegial para entrevistar, nivel baixissimo, bem ao estilo atual da nossa midia, dai não sai nada que preste.
Finalmente Dilma e o governo começaram a sair das cordas.
Finalmente. Antes tarde do que nunca.
Vamos ver. Gostei que a Dilma finalmente caiu na real e saiu da “mudice”. Só achei fora de tom o “Eu não vou cair, não vou, não vou”. De resto, acho que a presidente sentiu o baque.
Dentre os bois a serem nominados, não devem ser deixados de fora os nomes dos que comandam o sitema GAFE – Globo-Abril-Falha-Estragão.
Parece que ela sabe de tudo o que dizemos todos os dias nos blogs. Ta faltando ação mesmo?
(Esboço de Carta aberta à Presidenta Dilma)
FRENTE à austeridade, sem hesitação, o oprimido e humilhado povo grego acaba de dar um exemplo ao mundo, com o pungente OXI dado aos seus algozes.
Que sirva de inspiração à nossa governante maior, cuja história admirável de heroísmo individual
tem que dar lugar ao heroísmo épico de defesa da nossa gente.
Diga OXI à austeridade e diga, de viva voz, OXI ao golpe, presidenta!
Não delegue mais este dever para com a História!
Não haverá outra chance de fazê-lo!
A AL, Galeano nos mostra, é repleta de exemplos históricos de restaurações reacionárias, sanguinárias, que triunfaram sobre os povos.
Não pense que entre opositores da sua presidência falta ânimo de matar (animus necandi) a presidenta, seus aliados e até seus eleitores. Diga, tantas vezes quanto necessário, OXI aos ultraneoliberais radicalizados, neonazis carecas ou cabeludos e neofundamentalistas que mercadejam a religião!
Agora é seguir a canção de um conterrâneo seu: nada a temer, senão o correr da luta/nada a fazer, senão esquecer o medo!
Fernando,
historicamente a justiça brasileira foi lerda, e continua lerda. Na palhaçada do mensalão, entretanto, ela foi super-hiper rápida. Sem provas apelou para a estranhíssima doutrina do domínio do fato. Alguém continuou aplicando a teoria? Já MORO “aprimorou” o esquema: prende antes de julgar e condenar. E delator (=traidor) virou herói para muitos. Quem vai derrubar a “Bastilha” dessa justiça tupiniquim? Mexam-se senhores juristas…
Penso nesta imagem da Bastilha, também. Afinal, a Revolução Francesa não tratou apenas de derrubar o rei, mas também de desalojar a nobreza do controle do estado. Por aqui a nobreza sem título e seus servos controlam importantes setores do estado, mas não tem um dos seus na chefia do executivo. Esta é a guerra que se dá no Brasil atualmente: nobreza que vê vantagens particulares em continuar colônia X novos inconfidentes mineiros, que querem independência. Mas, para mim, nossa Bastilha simbólica mesmo está situada lá para os lados do Jardim Botânico… Sem a máquina de publicidade que a nobreza sem título tem sob seu comando, seu poder se reduzirá em todas as outras esferas. Basta recordar do midiático julgamento do mensalão (do PT, claro, não dos aliados dos nobres, os tucanos) e também da midiática lava jato. É a cobertura tendenciosa e ostensiva da mídia que manipula a população e também acaba servindo de instrumento de pressão sobre membros dos judiciário. A solução seria que as forças produtivas da nação (trabalhadores + grandes empresas nacionais) se unissem na luta, afinal a situação atual está ferrando a ambos os grupos.
Aqui, jornalista é mesmo “pior que seu patrão”. A Folha precisa ir pro lixo da história e a presidente não tem que dar mais entrevista para quem está à caminho de virar lixo da história… E não se envergonham com seu espírito golpista. Assumidos! Deletei!!!
Vídeo sensacional!
Imperdível: https://www.youtube.com/watch?v=snccaY3AcnU
Dilma tem que afastar os malditos petistas de SP, diga-se Mercadante e Zé da Injustiça.
Para reagir ao golpe, tem que colocar pessoas ligadas ao presidente Lula e que tenham realmente um viés de esquerda e compromisso com as mudanças no Brasil.
“Finalmente, o Governo começa a sair de seu imobilismo e inicia alguma reação contra a onda golpista que se levanta, ameaçadoramente, contra ele.”
Tenho a ligeira impressão de já ter lido isso, ainda nesse ano, em tempos pretéritos…
Blá, blá, blá é coisa de Marina, Presidenta. Queremos é ação. Queremos é o prometido na campanha. Queremos é o afastamento de quem trabalha, de dentro, contra o governo ou apenas nada faz a favor. Queremos que a senhora deixe de alimentar inimigos e “esquecer” os amigos na mídia. Enfim, que a senhora, realmente, governe como os que lhe deram o voto esperavam. E, meio decepcionados, continuam a esperar.
Dilma perdeu uma ótima oportunidade de denunciar o jogo sujo da imprensa.
Quando a reporter lhe perguntou que todo mundo queria derrubá-la, a presidenta deveria responder na lata: “realmente há um setor da sociedade que está tentando de todas as formas me derrubar, inclusive VOCES DA IMPRENSA”
Que falta faz um experiente politico nessas horas, tais como Ciro Gomes, Roberto Requião….
Ontem, na TV Brasil, o programa Brasilianas apresentou uma excelente entrevista com Márcio Porchmann. Todo mundo deveria ver. Inclusive a Presidenta Dilma.Tudo ainda está em tempo. Como bem falou o Brito, reagir, começar e recomeçar.
Quanto à manipulação dos preços dos alimentos sempre fez parte das articulações dos golpes da direita. O que tenho visto nos supermercados é um revezamento de preços entre eles (como tudo no Brasil não passam de um cartel). Legumes por exemplo não duram muito. Se o consumidor achar o preço abusivo não compre. Garanto que no mais tardar em tres dias estarão tentando desovar o estoque pela metade do preço. O que ocorre no Brssil é que a classe mérdia é de uma burrice exemplar: se um canalha qualquer resolve aumentar os preços abusivamente sem nenhuma razão os otarios correm logo pra comprar “preventivamente” (isso é particularmente notorio com aposentados/as que não fazem outra coisa na vida a não ser comer e ver rede golpe) ai meu amigo qualquer vigarista se dá bem. O negócio é não comprem, esperem tres dias.
Os shoppings mesma coisa liquidações de até 70%. Mas não é bom sair confiando em “liquidações” de shoppings como todo mundo sabe esses caras no Brasil conseguiram desmoralizar a tal “black friday”.
Bem a presidente começou a responder, mas está na hora de mostrar para a população o que se está sendo feito e convocá-los para para a parceria. Não contar com o bom caráter da m´dia que recebe dinheiro público e ficam falando mau do governo.Vai cortando essa verba que a valentia acaba. Faz igual a Grécia traz o povo para junto e não deixá-lo a mercê para ser seduzido pelo canto da sereia.
Gostei da postura da Presidenta, apestar de achar que ella nao deveria dar entrevista à essa página marrom não.
Mas a parte que ela diz: Não me aterrorizam, deveria virar #NaoMeAterrorizam. Alguém aí lance essa #.
Se a presidenta deseja mesmo que as mudanças na economia deem resultado, precisa antes debelar o núcleo central de expansão da inflação, a Globo, com foco principal no JN, onde didaticamente, dia sim, o outro também, com folga no domingo, quando o fanstástico faz as vezes, operam para estimular disfarçadamente em notícia, a inflação, através da pauta executada cada vez mais criativamente pelos “repórteres” naturalistas encarregadas de dar vida à mesma.
Será que a Presidenta está acordando do estado de catalepsia auto-induzida? Golpista tem que ser tratado pelo que são, alguém tem que enquadrá-los. E também esses fascistas que se acostumaram a ofender ministros em restaurantes, processo crime é o caminho! “Perdão” nesses casos soam como omissão, como um incentivo ao fascismo. A democracia agradece se o governo e os petistas começarem a arregaçar as mangas para a briga!
O Governo Dilma não cairá, mas esse ano a mídia, afoita, está gastando toda a munição que poderia usar em 2018.
Depois que o eduardo cunha iniciou seu pseudo reinado, a mídia logo calou-se, mais nada saiu em relação àquela lista em que seu nome fora publicado.
O sujeito teve espaço amplo no PIG para se defender, e assim o fez, a mídia desde então o acolheu como um aliado, nesse dia, precisamos pesquisar nos noticiários do começo do ano e ver o dia, a data e a hora do obituário do PSDB.
Agora, a oposição se encarnou nessa cobra, o PSDB perdeu tanto espaço, que além da proposta do fim da partilha do pré-sal, do Cerra, não há nada além de chororô desde outubro do ano passado.
Se os militantes num ato de patriotismo e heroísmo forem às ruas, é provável que ninguém mostre, se forem 1 milhão, a PM vai dizer que foram 10 mil.
Mas o povo tem de ir às ruas sem o vermelho, sem bandeiras de partido, de verde e amarelo e pedir um “FORA EDUARDO E RENAN”, só isso, fim de papo.
RICARDO KOTSCHO VÊ “FRANCA E CONTUNDENTE” REAÇÃO DE DILMA
Jornalista diz que foi dormir “com a sensação de que o governo estava no chão e as oposições só contavam as horas para saber quando e como assumiriam o poder”, mas que acordou com a “mais franca e contundente entrevista [da presidente Dilma] desde a primeira posse”, na manchete da Folha, em que ela “reage ao cerco desfechado contra ela na última semana para avisar que o seu governo não acabou”
7 DE JULHO DE 2015 ÀS 12:37
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://NOTICIAS.R7.COM/BLOGS/RICARDO-KOTSCHO/2015/07/07/PRESIDENTE-DILMA-REAGE-E-AVISA-O-GOVERNO-NAO-ACABOU/
Paulo Moreira Leite: TSE MOSTRA QUE DILMA FOI ATÉ GENEROSA COM PSDB
Jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, lembra que a presidente usou a expressão “quase igual” para comparar as doações de campanha que recebeu de empreiteiras com as de seu então adversário, Aécio Neves, durante entrevista à Folha publicada nesta terça-feira; “Os dados do TSE mostram que, em sua crítica, Dilma foi até generosa com o PSDB (…). As doações não foram ‘quase iguais’. Quando se avalia as contribuições dos maiores fornecedores da Petrobras, a vantagem foi de 26% a mais para Aécio Neves”, escreve PML; segundo ele, “a presidente também prestou um serviço inestimável à defesa dos direitos fundamentais dos brasileiros (…) quando mencionou as prisões preventivas, usadas para arrancar confissões e delações de suspeitos” na Operação Lava Jato, numa crítica indireta ao juiz Sergio Moro
7 DE JULHO DE 2015 ÀS 12:21
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://paulomoreiraleite.com/2015/07/07/dilma-foi-ate-generosa-com-psdb/
EDITORIAL DO SITE ‘BRASIL 247’ DESMORALIZA O CINISMO DO GOLPISTA ‘Aécio Furnas Forever’, o mesmo “Ô candidato” fragorosamente derrotado Aécio ‘Never’, o mesmo do indecoroso ‘AeroPÓrto da Fazenda do Titio’…
‘É a impunidade dos DEMoTucanos, estúpido!’
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GOLPISTA, AÉCIO DIZ QUE SEU GOLPE NÃO É GOLPE
Senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota nesta terça-feira para rebater a entrevista concedida pela presidente Dilma Rousseff, em que ela denunciou a movimentação de “certa oposição golpista”; para o político mineiro, que foi derrotado nas urnas, mas tentou de tudo, incluindo até uma patética recontagem das urnas, seus insistentes movimentos para apear um governo legítimo são democráticos; na nota, ele listou os seus caminhos golpistas: a ação das ‘pedaladas fiscais’ no TCU, o processo no TSE sobre doações eleitorais e as investigações na Lava Jato; agora, reapitulando: (1) o que o PSDB chama de ‘pedaladas’ é um prática comum no setor público; (2) Aécio recebeu mais doações das empreiteiras do que Dilma e (3) o parlamentar foi citado por Alberto Youssef como dono de uma diretoria em Furnas, durante o governo FHC, que pagava mesada de US$ 100 mil /mês a parlamentares; seu caso ainda pode ser reaberto, mas ele não desiste: ao contrário de outros tucanos, como Marconi Perillo e Geraldo Alckmin, quer o golpe, porque é a única solução que atende a seus caprichos
7 DE JULHO DE 2015 ÀS 12:51
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/187921/Golpista-A%C3%A9cio-diz-que-seu-golpe-n%C3%A3o-%C3%A9-golpe.htm
Se eu fosse o blogueiro minha manchete para a notícia seria algo do tipo: “Dilma bate o pau na mesa” e não esse chororô de “mas” e “mas”, que, aliás, é típico do PIG. Lembram-se da Miriam Leitão: “O PT tirou 40 milhões da miséria, “mas”…é você que paga com seus impostos.
/06/2015 – Copyleft
Mauro Santayana
Mauro Santayana
A Operação Lava-Jato, a defesa nacional, a contra-informação e a espionagem
É preciso combater a corrupção, mas sem arrebentar com a Nação e com alguns dos principais pilares que sustentam nossa estratégia de desenvolvimento.
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Em suas críticas ao tamanho do Estado e na defesa da privatização a qualquer preço, os neoliberais tupiniquins se esforçam por defender a tese de que o poder de algumas das maiores nações do mundo “ocidental”, os EUA à frente, teria como único, principal esteio, o capitalismo, a livre iniciativa e o livre mercado, e defendem, sempre que podem, alegando a existência de “cabides de emprego”, e o grande número de ministérios, a diminuição do setor público no Brasil.
A informação, divulgada na semana passada, de que, com três milhões e duzentos mil funcionários, o Departamento de Defesa dos EUA é o maior empregador do mundo, tendo em sua folha de pagamento, sozinho, mais colaboradores que o governo brasileiro, com todos seus 39 ministérios, mostra como essa gente tem sido pateticamente enganada, e corrobora o fato de que a tese do enxugamento do estado, tão cantada em prosa e verso por certos meios de comunicação nacionais, não é mais, do ponto de vista da estratégia das nações, do que uma fantasia que beira a embromação.
Dificilmente vai se encontrar uma nação forte, hoje – como, aliás, quase sempre ocorreu na história – que não possua também um estado poderoso, decidida e vigorosamente presente em setores estratégicos, na economia, e na prestação de serviços à população.
Enquanto em nosso país, o número total de empregados da União, estados e municípios, somados, é de 1,5% da população, na Itália ele passa de 5%, na Alemanha, proporcionalmente, de 80% a mais do que no Brasil, nos EUA, de 47% a mais e na França, também um dos países mais desenvolvidos do mundo, de 24% da população ativa, o que equivale a dizer que praticamente um a cada quatro franceses trabalha para o Setor Público.
Esses dados derrubam também a tese, tão difundida na internet, de que no Brasil se recebe pouco em serviços, comparativamente aos impostos que se pagam. Por aqui muitos gostariam de viver como na Europa e nos Estados Unidos, mas ninguém se pergunta quantos funcionários públicos como médicos, professores, advogados, técnicos, cientistas, possuem a mais do que o estado brasileiro, os governos dos países mais desenvolvidos do mundo, para prestar esse tipo de serviços à população.
E isso, sem ter que ouvir uma saraivada de críticas a cada vez que lança um concurso, e sem ter que enfrentar campanhas quase que permanentes de defesa da precarização do trabalho e da terceirização.
Aos três milhões e duzentos mil funcionários, cerca de 1% da população norte-americana, fichados apenas no Departamento de Defesa, é preciso agregar, no esforço de fortalecimento nacional dos Estados Unidos, centenas de universidades públicas e privadas, e grandes empresas, estas, sim, privadas, ou com pequena participação estatal, que executam os principais projetos estratégicos de um país que tem o dobro da relação dívida pública-PIB do Brasil e não parece estar, historicamente, preocupado com isso.
Companhias que, quando estão correndo risco de quebra, como ocorreu na crise de 2008, recebem dezenas de bilhões de dólares e novos contratos do governo, e que possuem legalmente, em sua folha de pagamento, “lobistas”, que defendem seus interesses junto à Casa Branca e ao Congresso, que, se estivessem no Brasil, já teriam sido, neste momento, provavelmente presos como “operadores”, por mera suspeição, mesmo sem a apresentação de provas concretas.
Da estratégia de fortalecimento nacional dos principais países do mundo, principalmente os ocidentais, faz parte a tática de enfraquecimento e desestruturação do Estado em países, que, como o Brasil, eles estão determinados a continuar mantendo total ou parcialmente sob seu controle.
Como mostra o tamanho do setor público na Alemanha, na França, nos Estados Unidos, por lá se sabe que, quanto mais poderoso for o Estado em um potencial concorrente, mais forte e preparado estará esse país para disputar um lugar ao sol com as nações mais importantes em um mundo cada vez mais complexo e competitivo.
Daí porque a profusão de organizações, fundações, “conferencistas”, “analistas” “comentaristas”, direta e indiretamente pagos pelos EUA, muitos deles ligados a braços do próprio Departamento de Defesa, como a CIA, e a aliança entre esses “conferencistas”, “analistas”, “filósofos”, “especialistas”, principescos sociólogos – vide o livro “Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria da Cultura”, da jornalista inglesa Frances Stonor Saunders – etc, com a imprensa conservadora de muitos países do mundo, e mais especialmente da América Latina, na monolítica e apaixonada defesa do “estado mínimo”, praticada como recurso para o discurso político, mas também por pilantras a serviço de interesses externos, e por ignorantes e inocentes úteis.
Em matéria de capa para a Revista Rolling Stone, no final da década de 1970, Carl Bernstein, o famoso repórter do Washington Post, responsável pela divulgação e cobertura do Caso Watergate, que derrubou o Presidente Richard Nixon, mostrou, apresentando os principais nomes, como centenas de jornalistas norte-americanos foram recrutados pela CIA, durante anos, a fim de agir no exterior como espiões, na coleta de informações, ou para produzir e publicar matérias de interesse do governo dos Estados Unidos.
Muitos deles estavam ligados a grandes companhias, jornais e agências internacionais, como a Time Life, a CBS, a NBC, a UPI, a Reuters, a Associated Press, a Hearst Newspapers, e a publicações como o New York Times, a Newsweek e o Miami Herald, marcas que em muitos casos estão presentes diretamente no Brasil, por meio de tv a cabo, ou têm seu conteúdo amplamente reproduzido, quando não incensado e reverenciado, por alguns dos maiores grupos de comunicação nacionais.
Assim como a CIA influenciou e continua influenciando a imprensa norte-americana dentro e fora do território dos Estados Unidos, ela, como outras organizações oficiais e paraoficiais norte-americanas, também treina, orienta e subsidia centenas de veículos, universidades, estudantes, repórteres, em todo o mundo, em um programa que vem desde antes da Guerra Fria, e que nunca foi oficialmente interrompido.
O próprio Departamento de Defesa, o Departamento de Estado, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, USAID, o Fundo Nacional para a Democracia, NED, o Conselho Superior de Radiodifusão, BBG, e o Instituto dos EUA para a Paz, USIP, bancam atividades de “desenvolvimento de meios” em mais de 70 países, em programas que mantêm centenas de fundações, ONGs estrangeiras, jornalistas, meios de informação, institutos de “melhoramento” profissional, e escolas de jornalismo, com um investimento anual que pode chegar a bilhões de dólares.
Além deles, são usados, pelo Departamento de Estado, o Bureau de Assuntos Educacionais e Culturais, (Bureau of Educational and Cultural Affairs, BECA), o Bureau de Inteligência e Investigação, (Bureau of Intelligence and Research, INR) e o Bureau de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho (Bureau of Democracy, Human Rights, and Labor, DRL), que apenas no ano de 2006 organizou, na Bolívia, por exemplo, 15 diferentes “oficinas” sobre “liberdade de imprensa e expressão”, além do Escritório de Diplomacia e Assuntos Públicos (Office of Public Diplomacy and Public Affaires, OPDPA).
“O que nós estamos ensinando – explica Paul Koscak, porta-voz da USAID – é a mecânica do jornalismo, na imprensa escrita, no rádio ou na televisão. Como fazer uma história, como escrever de forma equilibrada … tudo o que se espera de um verdadeiro profissional de imprensa.”
Isabel MacDonald, diretora de comunicação da Fairness And Accuracy in Reporting (FAIR) – Imparcialidade e Transparência na Informação – um observatório de meios de comunicação de Nova Iorque sem fins lucrativos, não tem, no entanto, a mesma opinião.
Para ela, “esse tipo de operação do governo norte-americano, a despeito de sua alegada defesa das normas da objetividade, trabalha, na verdade, contra a democracia, apoiando a dissensão sufocante, e divulgando informações deliberadamente falsas que são úteis para os objetivos da política exterior dos Estados Unidos.’
Um exemplo clásssico desse tipo de resultado, quanto aos objetivos norte-americanos, foi o envolvimento de Washington, denunciado pela comissão legislativa Church-Pike, no Congresso dos EUA, com o financiamento a jornais de oposição na América Latina, como o grupo “El Mercúrio” do Chile, por exemplo, na conspiração que levou ao golpe militar contra o presidente eleito de orientação nacionalista Salvador Allende, em 1973.
Em abril de 2015, a Associação dos Jornalistas Chilenos decidiu expulsar de seus quadros o dono do Grupo El Mercúrio, Agustín Edwards Eastman, de 87 anos, por violação do código de ética, depois que documentos oficiais revelados nos Estados Unidos mostraram, em 2014, que ele havia recebido dinheiro da CIA para publicar informações falsas contra o governo chileno.
A diferença entre os Estados Unidos, que se dizem “liberais” e “privatistas”, e na verdade não o são, e o Brasil, que cede a todo tipo de pressão, na tentativa de provar, todos os dias, que não é comunista nem estatizante, é que, mesmo quando envolvidas com corrupção – considerada uma espécie de “dano colateral” que deve ser “contornado” e “absorvido”, no contexto do objetivo maior, de permanente fortalecimento do complexo-industrial militar dos EUA – a existência das principais empresas de defesa norte-americanas nunca é colocada em risco.
Apenas como exemplo, a Lockheed Martin, uma das principais companhias de aviação e de defesa dos EUA, pagou, como lembrou André Motta Araújo no Jornal GGN outro dia, entre as décadas de 1950 e 1970, mais de 300 milhões de dólares, ou 3.7 bilhões de dólares em dinheiro de hoje, de propina para autoridades estrangeiras, entre elas – para quem acha que isso só acontece em paises “sub-desenvolvidos” – o então Ministro da Defesa da Alemanha Ocidental, Franz Joseph Strauss, os ministros Luigi Gul, e Maria Tanassi, o Primeiro-Ministro Mariano Rumor e o Presidente da República Italiana, Giovanni Leone, o general Minoru Genda e o Primeiro-Ministro japonês Kakuei Tanaka, e até o príncipe Bernhard, marido da Rainha Juliana, da Holanda.
E alguém acha que a Lockheed foi destruída por isso ? Como também informa Motta Araújo, seus principais dirigentes renunciaram alguns anos depois, e o governo norte-americano, no lugar de multar a empresa, lhe fez generoso empréstimo para que ela fizesse frente, em melhores condições, aos eventuais efeitos do escândalo sobre os seus negócios.
A Lockheed, conclui André Motta Araújo em seu texto, vale hoje 68 bilhões de dólares, e continua trabalhando normalmente, atendendo a enormes contratos, com o poderoso setor de defesa norte-americano.
Enquanto isso, no Brasil, os dirigentes de nossas principais empresas nacionais de defesa, constituídas, nesses termos, segundo a Estratégia Nacional de Defesa, em 2006, para, com sede no Brasil e capital votante majoritariamente nacional, fazer frente à crescente, quase total desnacionalização da indústria bélica, e gerir alguns dos mais importantes programas militares da história nacional, que incluem novos mísseis ar-ar, satélites e submarinos, entre eles nosso primeiro submersível atômico, encontram-se, quase todos, na cadeia.
O Grupo Odebrecht, o Grupo Andrade Gutierrez, o OAS e o Queiroz Galvão têm, todos, relevante participação na indústria bélica e são os mais importantes agentes empresariais brasileiros da Estratégia Nacional de Defesa. Essas empresas entraram para o setor há alguns anos, não por ter algum privilégio no governo, mas simplesmente porque se encontravam, assim como a Mendes Júnior, entre os maiores grupos de engenharia do Brasil, ao qual têm prestado relevantes serviços, desde a época do regime militar e até mesmo antes, não apenas para a União, mas também para estados e municípios, muitos deles governados pela oposição, a quem também doaram e doam recursos para campanhas políticas de partidos e candidatos.
Responsáveis por dezenas de milhares de empregos no Brasil e no exterior, muitos desses grupos já estão enfrentando, depois do início da Operação Lava-Jato, gravíssimos problemas de mercado, tendo tido, para gaúdio de seus concorrentes externos, suas notas rebaixadas por agências internacionais de crédito.
Projetos gigantescos, tocados por essas empresas no exterior, sem financiamento do BNDES, mas com financiamento de bancos internacionais que sempre confiaram nelas, como o gasoduto do Perú, por exemplo, de quase 5 bilhões de dólares, ou a linha 2 do metrô do Panamá, que poderiam gerar centenas de milhões de dólares em exportação de produtos e serviços pelo Brasil, correm risco de ser suspensos, sem falar nas numerosas obras que estão sendo tocadas dentro do país.
Prisões provocadas, em alguns casos, por declarações de bandidos, que podem ser tão mentirosas quanto interesseiras ou manipuladas, que por sua vez, são usadas para justificar o uso do Domínio do Fato – cuja utilização como é feita no Brasil já foi criticada jurídica e moralmente pelo seu criador, o jurista alemão Claus Roxin – às quais se somam a mera multiplicação aritmética de supostos desvios, pelo número de contratos, sem nenhuma investigação, caso a caso, que os comprove, inequivocamente, e por suposições subjetivas, pseudo-premonitórias, a propósito da possível participação dessas empresas em um pacote de concessão de projetos de infra-estrutura que ainda está sendo planejado e não começou, de fato, sequer a ser oficialmente oficialmente estruturado.
O caso Lockheed, o caso Siemens, e mais recentemente, o do HSBC, em que o governo suiço multou esse banco com uma quantia mínima frente à proporção do escândalo que o envolve, nos mostram que a aplicação da justiça, lá fora, não se faz a ferro e fogo, e que ela exige bom senso para não errar na dose, matando o paciente junto com a doença.
Mais uma vez, é necessário lembrar, é preciso combater a corrupção, mas sem arrebentar com a Nação, e com alguns dos principais pilares que sustentam nossa estratégia de desenvolvimento nacional e de projeção nos mercados internacionais.
No futuro, quando se observar a história do Brasil deste período, ao tremendo prejuízo econômico gerado por determinados aspectos da Operação Lava-Jato, muitíssimo maior que o dinheiro efetivamente, comprovadamente, desviado da Petrobras até agora, terá de ser somado incalculável prejuízo estratégico para a defesa do país e para a nossa indústria bélica, que, assim como a indústria naval, se encontrava a duras penas em processo de soerguimento, depois de décadas de estagnação e descalabro.
No Exército, na Marinha, na Força Aérea, muitos oficiais – principalmente aqueles ligados a projetos que estão em andamento, na área de blindados, fuzis de assalto, aviação, radares, navios, satélites, caças, mísseis, submarinos, com bilhões de reais investidos – já se perguntam o que irá acontecer com a Estratégia Nacional de Defesa, caso as empresas que representam o Brasil nas joint-ventures empresariais e tecnológicas existentes vierem a quebrar ou a deixar de existir.
Vamos fazer uma estatal para a fabricação de armamento, que herde suas participações, hipótese que certamente seria destroçada por violenta campanha antinacional, levada a cabo pelos privatistas e entreguistas de sempre, com o apoio da imprensa estrangeira e de seus simpatizantes locais, com a desculpa de que não se pode “inchar”” ainda mais um estado que na verdade está sub-dimensionado para as necessidades e os desafios brasileiros?
Ou vamos simplesmente entregar essas empresas, de mão beijada, aos sócios estrangeiros, com a justificativa de que os projetos não podem ser interrompidos, perdendo o controle e o direito de decidir sobre nossos programas de defesa, em mais um capítulo de vergonhoso recuo e criminosa capitulação?
Com a palavra, o STF, o Ministério da Defesa, e a consciência da Nação, incluindo a dos patriotas que militam, discreta e judiciosamente, de forma serena, honrosa e equilibrada, no Judiciário e no Ministério Público.
A Presidenta deve se dirigir a toda população brasileira através de rede nacional de TV, colocando os pingos nos “is”, falando quem são os golpistas e de suas intenções, mas ao contrário foi falar ao ninho de cobras. Que assessoria! Presidenta aprenda com o Obama como reduzir uma rata a pó.
Dilma, coração valente. Tem mais coragem sozinha que toda a pequena legião dos golpistas corruptos protegidos pela mídia conivente
”Quem age de forma maquiavélica deve ser tratado apenas com maquiavelismo. Tenha coragem presidenta e acelere o ocaso da mídia criando uma grande empresa pública de comunicação. Atropele sem piedade os inimigos do Brasil e do povo brasileiro. E’ hora de atacar, de passar para a ofensiva no campo da comunicação e da política. O seu eleitorado iria lhe apoiar e sua popularidade cresceria de maneira espetacular. Lembre-se que a única pesquisa realmente válida numa democracia é o sufrágio universal.” (Miguel do Rosario)
A exortação do Cafezinho trouxe-me a lembrança do grande Mohammed Ali no match contra George Foreman. Nunca gostei de boxe mas ”When We Were Kings” o documentário daquele histórico combate eu assisti várias vezes: pela figura politica e pelo encanto de Ali e pela presença de pesos máximos da black music. Ali perdera o titulo mundial; deram-lhe uma multa de 10.000 dolares e quase 4 anos na cadeia por ter recusado de partir pro Vietnam. Alegou que nenhum vietcong jamais o ofendera ou feito alguma coisa contra ele. Com essa atitude perdeu grana, perdeu o titulo mundial mas ganhou o respeito e admiração de milhões de africanos, de negros, de brancos e de marelos do mundo inteiro. Poucos cronistas acreditavam nas suas possibilidades contra o colosso Foreman mas Ali contava com a simpatia sincera do grande público que o exortava em côro e aos gritos ”A-li, boma ye!” (Ali, mate-o!).
O escritor estadunidense George Plimpton, no documentario, recorda que teve oportunidade de ouvi-lo numa festa de formatura (Harvard) onde ele pronunciou, diante de cerca dois mil formandos, um discurso de modo extraordinário sobre o privilégio e o estudo que lhe foi negado. Disse a todos de obter bons frutos pela cultura adquirida e de mudar o mundo para melhor. ”Comovente, tanto é que foi ovacionado com grande fragor” — disse Plimpton. Foi quando alguém gritou: ”Recita uma poesia”. Silencio geral. Plimpton observa que na lingua inglesa, a poesia mais breve que se conheça, segundo o Bartlett’s Quotations, é ”A antiguidade dos micróbios”. Diz assim: ”Adão os tinha”. Mohammed Ali foi mais breve: ”Eu, nós”. Duas palavras. Plimpton escreveu imediatamente ao Bartlett’s Quotations: ”Saibam que existe uma poesia ainda mais breve”. O sentido dessas duas palavras vai mais além da poesia. Depois de ler sobre essa entrevista achei que a nossa querida presidenta Dilma, hoje, tem muito a ver com aquela poesia: ”Ela, nós”.
Cafezinho: Tenha coragem presidenta e acelere o ocaso do Pig.
E’ hora de atacar, de passar para a ofensiva no campo da comunicação e da política.
”Dil-ma, boma ye”
”Dil-ma, boma ye”
”Dil-ma, boma ye”
”Dil-ma, boma ye”
Se o objetivo do silêncio era aparentar tranquilidade, surtiu efeito contrário, o de desmobilizar quem nela votou.
Tem que partir pra cima desses sorrateiros, cuja marca é a covardia.
Ela foi deixando e eles foram se instalando.
Dilma não deve ter receio de inflamar o país, pois a oposição já o fez com a torpe tentativa de golpe.
Se ela quiser reação e solidariedade da população, precisa falar grosso e agir com força.
O povo vai agir e reagir, mas sem inspiração de sua liderança será facilmente dominado pela mídia e pelas dificuldades naturais.
A legitimidade é dela, afinal!
Acorda, Dilma!
Dilma, o rei fraco torna fraca a forte gente!
A quanto tempo esperávamos por uma atitude mais engajada, ativa e pulso firme! Fiquei feliz de ler o que a Presidenta falou. Reaja! Não deixa murchar essa bola. Ao menos um pouco de felicidade para esse eleitor que não via mais esperança.