É algo tão grave e deprimente que preferi esperar a confirmação para falar das denúncias de assédio do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, a pelo menos cinco funcionárias do banco, com toques íntimos e convites para festas orgiásticas. E, agora há pouco, o Estadão confirmou junto ao Ministério Público Federal que há uma investigação sigilosa sobre o caso.
As história são repugnantes e podem ser lidas no Metrópoles, que foi o primeiro a publicar o caso, em reportagem de Rodrigo Rangel, inclusive com vídeos onde as funcionárias – cuja identidade foi preservada – narram atitudes intoleráveis de Guimarães.
Da coleção de barbaridades, algumas nojeiras, em várias ocasiões: ““Ele disse: ‘A gente vai fazer um carnaval fora de época (…) Ninguém vai ser de ninguém. E vai ser com todo mundo nu’”; “Ele me falou: ‘Vou te rasgar. Vai sangrar’”; “Ele dizia, apontando para nós: ‘nessa viagem fulano vai pegar você, beltrano vai pegar você’. Foi nojento”.
Na publicação original há mais detalhes e vídeos.
As funcionárias e outras testemunhas já depuseram aos procuradores e não há razão para crer que várias pessoas estejam simplesmente inventando fatos. São todos funcionários do gabinete da presidência da Caixa ou com atividades ligadas a presidência e os relatos têm data e local verificáveis, porque a maioria se deu em viagens oficiais, pagas com o dinheiro da empresa e confirmadas em seus registros internos.
Guimarães é uma das presenças mais constantes de Jair Bolsonaro – ainda hoje estava com ele em Maceió – e é muito elogiado pelo presidente como modelo de gestor público honesto e eficiente.
O líder da Minoria, Randolfe Fernandes já pediu a imediata convocação de Guimarães à Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal. É pouco.
O presidente da Caixa precisa afastar-se ou ser afastado até que a apuração do caso avance, pois sua situação na empresa é insustentável e, na presidência, ele compromete o funcionamento de uma empresa pública essencial, que manipula bilhões de reais.