Vamos ao fatos: o Governo não conseguiu restabelecer minimamente o fluxo de combustíveis e o de cargas no país e o ultimato dos caminhoneiros não será o último que enfrentará.
Esta foi a razão da “generosidade” de anunciar uma redução de 46 centavos, por litro, no preço do óleo diesel: o medo de uma situação caótica no início da semana útil, amanhã e depois.
Não conseguiu, em dois dias, uma ação mais expressiva das Forças Armadas, as ameaças de multas ao motoristas e proprietários de caminhões não foram, ao que parece, levadas a sério, não efetivou o confisco de caminhões, fez acordos que se desmancharam no ar.
A autoridade que ele já não tinha senão em migalhas, reduziu-se a zero e, nesta segunda-feira, os efeitos serão sentidos não apenas na confusão do transporte coletivo, mas na irritação da classe média, que já se expressou hoje na volta dos panelaços, aposentados há dois anos, desde a derrubada de Dilma.
É um governo que jamais venceu, irremediavelmente perdeu e, agora, parte para ser espezinhado e humilhado por todos, incluisive pelos que o instituíram pelo golpe.
É provável que o mercado financeiro reflita, amanhã, mais este capítulo fulminante na decadência, jogando mais lenha na fogueira de tensão em que o país foi lançado.
Não há governo e, não havendo, começa a se formar o vácuo que a política não aceita.
Junho se aproxima, como em 2013.
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Esse caos estava planejado há tempos. A ex-Embaixadora Liliana Ayalde preparou o Golpe. O Embaixador Americano atual é perito em gerenciamento de crise, quer dizer, em gerar crise com Guerra Híbrida. Se não percebermos a quem interessa quebrar o Brasil, não sobrará nada.
O atual embaixador McKinley nasceu na Venezuela e foi criado no Brasil e no México, antes de ir para os Estados Unidos. Foi embaixador no Peru e na Colômbia, o que o faz um ultra-especialista em América Latina. É um historiador, e escreveu uma festejada história colonial de seu país natal, a Venezuela. Por último foi embaixador no Afeganistão, onde deve ter se aperfeiçoado em gerenciamento de crises fortíssimas.
Sinceramente, não houve intervenção militar porque os militares não são tontos de pegar esse abacaxi. Segundo, porque diferentemente de 64 (quando eu era criança), os EUA não estão interessados em nós (tem coisas mais importantes com o que se preocupar como a ascensão da China, a Coréia do Norte e a briga com o Irã) e portanto não vão gastar o seu apoio aqui. Terceiro, o mercado financeiro (dono do golpe e do país) vai fazer o possivel e o impossivel para manter as coisas funcionando, porque ainda não terminou de saquear a nação. Nesse meio tempo, a classe média vai descobrir que não faz parte da elite e nem tem bote salva vidas.
Discordo num ponto, Ana Souza. Os Estados Unidos estão sim interessados no Brasil. Interessados em que o Brasil não se torne um país soberano, capaz de gerenciar suas riquezas, capaz de ser um interlocutor internacional valorizado por China, Russia, India e Africa do Sul (lembra do BRICS?), capaz de fazer parte de uma alternativa internacional ao capital que impõe suas regras (ou desmandos, como achar melhor) mundo afora. Interessa ao grande irmão do norte que se destrua o Brasil. Que ele volte a ser o lacaio histórico que já foi.
Os caminhoneiros estão rindo até agora das ameaças de multas e confiscos de caminhões. Faltou noção de ridículo ao (des)governo. Multas que jamais seriam pagas, de todo modo, e confiscar 2 milhões de caminhões em todo o país? só nos maiores delírios de megalomania de Temer e seus cúmplices. Ainda bem que os comandos militares não levam a sério esse "presidente".
Mais uma vez, como aconteceu em junho de 2013, a esquerda está perdendo espaço. Temer é rejeitado por mais de 90% da população e a esquerda não soube aproveitar. Agora, é a vez da direita capitalizar a insatisfação popular.
Um problema sério dos governos do PT e das esquerdas em geral, no Brasil, é aproveitar as oportunidades e assumir a narrativa. Não fizeram um jornal popular que competisse com os que andam por ai, não instrumentalizaram a TVBrasil para ser preferida em vez da globo e agora fica difícil competir com a força deste meio de comunicação (e os outros) que constroem a narrativa a seu bel prazer.
Os magnos maltas e as anas amélias do congresso, como fizeram anteriormente, parecem já ensaiar o discurso mentiroso de apoio ao movimento. O que isso quer dizer? nada. mas, já é sinal de que os ratos são os primeiros a perceber quando o navio está pra afundar.
Não ouvi panelaço hoje, todavia, essas panelas fedem - estiveram dois anos guardadas num certo lugar, após o golpe da casa grande.
Paradoxalmente, foi sugestão de D Mariza que enfiassem as panelas no armário dos fundos.
A foto oficial sempre foi a dele escondido no carro logo depois do golpe. Sem envergadura para o cargo, sempre um mamulengo nas mãos do Legislativo corrupto e do "mercado". Rastejador e sem prestígio com o patrão Trump& Cia. Vaiado nas Olimpíadas, refém da mediocridade. Morreu sem nunca ter sido. Já vai tarde.
A partir da "greve dos caminhoneiros", as manifestações de direita, que estavam desaparecidas desde 2016, vão voltar. É uma pena !!! A esquerda está perdendo mais uma vez. Mais de 90% de rejeição a Temer e a esquerda não soube aproveitar.
Repetindo o embuste de 2013, os caminhoneiros dirão "não é só pelos 46 centavos" e continuarão com o desabastecimento! Enquanto os milicos continuarão salivando por uma oportunidade de voltar ao "poder". Definitivamente, este país está muito vulnerável: um juíz de 1ª instância consegue destruir a maior empresa estatal e um celular, via Whatsupp, paralisa todas as vias de abastecimento do país. Sei que os militares querem voltar ao poder, mas, sinceramente, pra quê? Pra quê investir em submarino nuclear, em caça sueco, se um torpedo de whatapp coloca o país de joelhos??
A diferença é que agora as panelas estão de fato vazias. Por falta de emprego, alimentos, e futuro
A partir da "greve dos caminhoneiros", as manifestações de direita, que estavam desaparecidas desde 2016, vão voltar. É uma pena !!! A esquerda está perdendo mais uma vez. Mais de 90% de rejeição a Temer e a esquerda não soube aproveitar.