Procurador da Lava Jato cava a “mina das diárias”

O promotor Carlos Fernando dos Santos Lima, o cardeal da Lava Jato, reagiu com um grosseiro “tome vergonha na cara” às críticas do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro sobre o que seria a aplicação dos “métodos lavajatenses” no caso denunciado ontem de que poderiam estar havendo negócios nas multas e penas aplicadas a um ex-advogado da Odebrecht.

Já que o Dr. Carlos Fernando introduziu o “conselho” grotesco no debate, não é demais saber se os pudores também não podem ser aplicados a ele.

Dias atrás, o jornal Gazeta do Povo divulgou que o procurador recebeu, ano passado, R$ 137 mil reais em diárias – isentas de Imposto de Renda e fora do teto constitucional – por sua presença  na República do Paraná.

Marcelo Auler mostra, hoje, em seu blog, que Santos Lima é mesmo “viajandão”. E acham pouco o que ganha por isso.

Entre 10 de janeiro a 8 de julho de 2005, 130 dias úteis, Carlos Fernando recebeu nada menos que 101 diárias de viagem do Ministério Público.

Considerando que o valor da diária de um procurador da República corresponde a 1/30 do seu subsídio, quase três salários e meio.

Mas ele não ficou satisfeito.

Como em julho de 2005 foi sancionada uma lei aumentando a remuneração dos procuradores, retroativo a janeiro,  foi à Justiça para pedir aumento nas diárias já pagas de viagens já feitas, para embolsar mais R$ 26 mil.

Perdeu em primeira e em segunda instâncias, claro, porque a finalidade da diária é custear as despesas de viagem (exceto passagens) e, portanto, não há sentido em “custear” o que já se fez.

É claro que é direito de Carlos Fernando pedir o que quiser à Justiça, mesmo que sejam vantagens sobre vantagens já fartíssimas.

Mas é uma boa oportunidade para lembrar de sua sugestão sobre “tomar vergonha na cara”.

Leia a história e veja os documentos no Blog do Marcelo Auler.

 

 

 

Fernando Brito:

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