O PSDB diz que vai “liberar as bancadas” no 2° turno, mas sua face pública, o governador Rodrigo Garcia, que é quem hoje dá a marca ao partido, foi beijar a mão de Bolsonaro e oferecer-lhe seu “apoio incondicional”e também a Tarcísio de Freitas, o candidato bolsonarista em São Paulo, que o esnobou, dizendo que não o quer em seu palanque.
Acabou de matar as poucas possibilidades de que o partido pudesse continuar existindo: vencer as eleições no Rio Grande do Sul e em Pernambuco, com Eduardo Leite e Raquel Lyra.
No primeiro estado, precisam desesperadamente do PT para enfrentar Onyx Lorenzoni, primeiro colocado. Em Pernambuco, dependiam da neutralidade de Lula para que Marília Arraes não vencesse uma eleição apertada.
Ou seja, Garcia investiu contra as ruínas do PSDB.
É inevitável que comece uma debandada dos quadros mais antigos do partido, a começar pela sua mais histórica figura, Fernando Henrique Cardoso.
O mais curioso é que – em 2018, com Doria e em 2022, com seu “invento” Rodrigo Garcia – o PSDB pôs fim a seu império de três décadas em São Paulo.
Achou que podia “emprestar” o voto conservador a Bolsonaro e que este, depois, o devolveria.
Em compensação, inaugurou o termo “ressuicídio”, aquele onde alguém se mata “duas vezes”.