Livres, com Temer, nem a internet nem o software

mswars

Quem disse que Michel Temer não entende de computador?

Já pôs em marcha duas iniciativas que são boas para poucos e ruins para o País.

A Anatel reabre hoje a discussão sobre a aceitação dos limites que as teles querem colocar no uso da internet, dando fim às conexões ilimitadas.

E Pedro Dória, no Estadão, em excelente artigo do qual transcrevo trechos abaixo, informa que o Governo Federal quer banir  o uso de software livre, parcialmente implantado nos seus serviços, para entregar tudo à Microsoft.

Que, aliás, faz tudo para que os documentos gerados em aplicativos do Windows não possam ser lidos por outros programas de código aberto.

Governo namora a Microsoft

Pedro Dória, no Estadão

Uma das mudanças que o governo Michel Temer quer promover é a substituição do uso de software livre por programas da Microsoft. O prazo final para que os órgãos fizessem seus pedidos foi ontem.

Nenhum argumento técnico justifica esta mudança. Sem ter fechado ainda a lista de pedidos, o governo não tem como saber quanto a transição para o software comercial vai custar. No mínimo será um custo desnecessário na casa das centenas de milhões de reais.

Seu principal argumento é segurança. Não é um argumento que se sustente perante qualquer dado real. Por trás de sistemas como Facebook e Google está uma base de softwares livres. A internet inteira se sustenta por programas e protocolos de código aberto.

O governo americano mantém alimentado um banco de dados dos sistemas mais vulneráveis a ataques, o NVD. No ranking mais recente, de 2015, a Microsoft aparece como o segundo lugar em número de pontos fracos conhecidos. Seu navegador, o Internet Explorer, é o mais frágil de todos. Isto não quer dizer que os outros sejam seguros. No jogo da segurança, na verdade, todos têm pontos de fraqueza e ninguém pode argumentar de cara limpa que ganha.

Desde o início do governo Lula se fez um discurso de que o governo adotaria software livre. Sua instalação é gratuita e, porque os códigos podem ser mexidos por qualquer um, são maleáveis. Quinze anos depois, o governo poderia ter hoje uma suíte de ferramentas cuidadosamente customizada para suas funções. Mas não tem.

Esses pacotes da Microsoft são como um vício. São programas muito caros, com muitas funções, a maioria desnecessárias para quase todos os usuários, e, no entanto, todo mundo usa sem saber explicar bem o porquê. As mesmas atividades podem ser desempenhadas por muito menos dinheiro sem sacrificar nada.

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16 respostas

  1. Software livre não significa necessariamente software grátis. A palavra FREE vem de liberdade. Liberdade para usar da forma que quiser o programa, para alterá-lo, distribuir cópias etc. Vem daí que em software livre tem como sinônimo código aberto. Somente com o conhecimento do código se pode alterar o programa. Dizer que o código fechado é mais seguro é uma tremenda ignorância; como pode ser mais seguro uma caixa-preta da qual não se sabe ao certo o funcionamento. Os sistemas operacionais da família Linux são ‘seguramente’ mais ‘seguros’. Tanto que seus usuários não precisam se preocupar com os anti-virus.

  2. E com todas as vantagens que apresentam os softwares livres ainda são mais baratos. A suíte de escritório, Libre Officce, similar ao Microsoft Office (excel, word, …) é gratuita como a grande maioria dos programas de código aberto. Um particular tem o direito de comprar o uso de uma licença da Microsoft se quiser mas os governos não deveriam ter esta possibilidade. Infelizmente este é outro ponto onde os governos progressistas pouco avançaram.

    A maior dificuldade de quem usa o software livre é a falta de opções em algumas aplicações específicas. Por mais que se tente, e existe uma combativa comunidade disseminando o SL, em algumas situações tem-se que recorrer ao Windows. O papel do poder público deveria ser o de massificar a utilização de software livre para que naturalmente este problema seja solucionado.

  3. O repórter foi piguento até no assunto informática: escreveu sem conhecer do assunto e pariu um texto recheado das próprias opiniões. Qualquer aplicativo abre os arquivos do Office (OpenOffice, LibreOffice, Google Apps, etc.). O custo de Windows e MS Office não são caros, bastando ir a algumas lojas virtuais para ver licenças individuais a R$50,00 ou menos (imagine o licenciamento por volume). Navegadores com vulnerabilidades todos têm, e o Edge da MS é um dos mais seguros. Falar mal de banco de dados SQL Server é passar recibo de desinformado. E, para terminar, software livre não é necessariamente gratuito. Já viram o preços das licenças de uso do Linux? E, outra: Software livre são mantidos, em sua maioria, por abnegados que, com o tempo, acabam abandonando o desenvolvimento (o furor da juventude passa, as contas chegam, formam família, …). Vide OpenOffice.

    1. OpenOffice morreu, pra todos os efeitos, mas o LibreOffice agora funciona em seu lugar. Pra todos os efeitos não é tão bom quanto o da Microsoft, mas funciona.
      Licenças individuais podem até ser encontradas por preços baixos, mas licenças corporativas são uma história completamente diferente. Uma licença do Windows Server é muito mais cara que do Windows “caseiro”, sem contar que, depois de alguns anos, precisará ser renovada. Essa questão de atualizações, visão a longo prazo é que mata de vez o argumento contra uma licença da MS, principalmente agora que ela tem mais capacidade pra forçar a barra para atualizar produtos. Há órgãos que possuem licenças vencidas do SQL Server 8 (2000) e 2005, pra todos os efeitos, completamente vulneráveis, já que estão “travados” num Windows Server 2003, cujo suporte acabou. Quer atualizar? Pague uma nova licença.
      É verdade que alguns softwares livres não são 100% gratuitos (red hat enterprise, por exemplo), mas isso não quer dizer que quem adquira a versão grátis será obrigada a gastar dinheiro.
      Software livre tem seus defeitos, mas daí pra achar que sair substituindo tudo com produtos pagos é a melhor solução é pura ingenuidade, senão ignorância da realidade em ambiente público.

  4. Pra saúde, educação e outros serviços não tem dinheiro. Pra comprar coisa que não precisa, tem de sobra… Se hipocrisia matasse, Temer e vários de seus amiguinhos já estariam completamente decompostos em seus túmulos.

  5. As palavras segurança e privacidade deveriam ser usadas com muita parcimônia quanto se trata de internet. Na prática, é como você escolher qual a rodovia mais segura do país. Basta um acidente para desmentir quaisquer que sejam os critérios para ” rodovia mais segura”.

    As regras atuais permitem que se desenvolva software em departamentos públicos. Isso traz certo conhecimento. Com a microsoft o que temos são treinamentos. Enfim, a cara desse governo entreguista.

  6. As maldades da Anatel tukanissima será pior ainda.

    Anatel propõe mudança para aumentar reajustes de tarifas na telefonia fixa

    Fonte: Economia – iG @ http://economia.ig.com.br/2016-11-10/anatel-telefonia-fixa.html

    Voltaremos no tempo do governo FHC aonde as tarifas de telefonia disparava e impactava a inflação o Banco Central taxava juros e o povão pagava a conta. Isso quando podia pagar se não ficava sem telefone mesmo.

  7. Será que, quando Temer mexer na Internet, finalmente o povo vai acordar ? Os estudantes já estão reagindo , falta os trabalhadores acordarem.

  8. O lado bom, se é que existe, é que esse tipo de estupidez garante que os governos de esquerda sempre serão mais eficientes dos que os de direita. O próximo governo de esquerda poderá gerar uma economia de milhões simplesmente adotando o software livre novamente.
    Esse tipo de atitude é tão estúpida que até os leigos, com toda a manipulação da mídia, conseguem perceber que é jogar dinheiro fora.

  9. O que o PT não “amarrou”, o “diabo” soltou.

    Como o PT não “amarrou” nada…

    PS. E ai Lula e Dilma era realmente um incomodo tão grande assim aparecer na TV em cadeia nacional, uma vez na semana, durante vinte minutos, para explicar cada decisão e o porquê? Era assim tão… chato? Pois é: tudo o que Temer me faz, me faz pela NEGLIGENCIA de vocês. No mais, Fora Temer…

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