Dados reunidos pelo professor Michael McDonald, da Universidade da Flórida, em seu site The United States Elections Project indicam que 44 milhões de eleitores norte-americanos já votaram antecipadamente na eleição que se encerrará, formalmente, no dia 3 de novembro.
Isso representa um terço do total de 137 milhões de pessoas que participaram da última escolha presidencial, em 2016.
32 milhões votaram pelo correio e outros 12 milhões foram às urnas físicas espalhadas pelo país.
E este número vai aumentar rápido, pois nada menos de 85 milhões de cédulas para votação antecipada foram solicitadas.
É certo que boa parte disso se deve aos receios provocados pelo novo coronavírus, que já matou quase 230 mil pessoas no país.
Boa parte, mas há também uma motivação incomum dos eleitores diante da perspectiva de tirar ou manter Donald Trump.
Por enquanto, este ânimo parece tender a tirar, pois 45% dos pedidos de cédula – o voto é facultativo nos EUA e o eleitor precisa se registrar – foram de eleitores que se identificaram como democratas, quase o dobro do número dos que se identificaram como republicanos, o partido de Trump.
Esta diferença não pode ser tomada ao pé da letra, pois muitos dos estados norte-americanos não dão a opção de que o eleitor indique sua preferência partidária. Portanto, esta estatística abrande 52 milhões dos 85 milhões de solicitações de cédulas.
Mas reflete o ânimo do eleitor de Biden, que parecia, pela falta de carisma, ser o “picolé de chuchu” dos EUA.
Registrar eleitores, aliás, foi uma das principais estratégias do Partido Democrata em estados onde se sabia que Trump poderia vencer. Até um site para convocar eleitores se registrar foi montado para “virar” estes 12 estados.
Em pelo menos dois deles, há sinais de que isso produziu efeitos, justamente os com mais votos no colégio eleitoral. No Texas, quase 60% dos eleitores votaram antecipadamente e na Flórida, 40%.
São maus sinais para Trump, mas a eleição de 2016 ensina que é bom não subestimá-lo.