Meu filho pequeno tem um hábito do qual me rio muito.
Quando me agradece por alguma coisa que faço para ele, fica esperando que eu diga: de nada, filho.
Claro que digo.
O relacionamento humano, por mais que na pressa, na falta de tempo e no excesso de stress a gente se esqueça disso, merece estas delicadezas.
Há quatro anos, mantenho este blog — cheio de falhas, de erros de revisão próprios de quen trabalha só — ou, por vezes, tem a ajuda de uma amiga e de um amigo que gentilmente me alertam dos erros de digitação ou das palavras saltadas ou repetidas.
Se a correria faz falta à ortografia, mais ainda faz ao estilo e também à pontaria.
Não importa, embora sempre mereça a correção.
Mas dá-se combate e quem combate sabe que falta faz a munição e, um pouco menos, os víveres.
Não vale mentir, chorar miséria.
O blog me dá com que viver.
Como tenho dado a ele meu viver.
Há dois dias, passei a colocar ao final dos posts a forma de contribuir com ele.
Sou grato aos muitos que atenderam e, com 10 reais ou até bem mais — não constranjo a mim e a quem doou com valores — e sustentam o realejo que por quase 10 mil posts, nestes quatro anos, toquei.
Não há nada de melhor a um ser humano do que poder viver do seu trabalho porque há quem ache útil o que faz.
Por isso, como ensinei aos meus filhos a agradecer, pratico eu mesmo o muito obrigado, no melhor sentido que a palavra tem: o de obrigar-se a corresponder à generosidade com que me tratam.
E esta obrigação é um prazer tanto quanto é um dever do qual não se deserta.
Obrigado. Mas não só aos que contribuem. A todos que leem e dão sentido ao escrever.
Em janeiro se completam 40 anos que sentei em uma redação de jornal e aprendi, com o velho redator Aparício Pires, que não importava se ganhávamos bem ou mal, em dia ou atrasado: havia alguém que nos lia e não tinha nada a ver com nossos problemas, tinha o direito a ter o melhor que pudéssemos fazer.
É o que tento fazer, o que não me desobriga do obrigado.
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merece muitos anos mais!
Parabéns! O seu Tijolaço é muito mais do que um muro de resistência.
De nada ????
Fernando Brito, somos nós que devemos agradecer. Por sua competência, dedicação e honestidade. E esse jeito saboroso de escrever.
Obrigada.
Era pra ser De nada ;- )
Acho que o emotions virou ???
Passar um dia sem ler seus posts não tem a menor chance!
Nóis que agradece. Eu e família.
Se tiver outra jeito de contribuir sem o uso de cartão de crédito, será um prazer contribuir. Infelizmente ou felizmente, não uso cartão de crédito.
A tarja amarela tem o número da conta no Banco do Brasil
Brito, muitas vezes já me emocionei com vossas palavras. Hoje não foi diferente. Mas você inverteu a lógica. Eu que, sinceramente, agradeço pela sua dedicação e, principalmente, pelo seu dom em nos informar sem demagogia, e sem interesses pessoais a não ser pela verdade dos fatos. Se 20% dos jornalistas da mídia corporativa tivessem metade do seu comprometimento e caráter, não teríamos essa mídia podre que impera no país. O meu muito obrigado.
Caro Brito o agradecimento é meu, não há de quê... Se não por você e os outros " bloqueiros sujos", isso na concepção do impoluto José serra, o golpe ou essa farsa que na falta de nome melhor chamamos de golpe, já teria a muito tempo consequido êxito pleno. A maionese do moro e dos golpistas de sempre, só começa a desandar por conta de uma minoria de profissionais como você que fazem jornalismo como deve ser com J maiúsculo. Parabéns, seu blog é para mim uma leitura diária...