R$ 1 trilhão fora de circulação no crédito. Este é o tamanho da recessão

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Os comentaristas de economia, numa visão simplista, costumam comparar a economia nacional com as contas de uma família, para proclamarem a simplória regra de que “não se pode gastar mais do que se ganha”.

Aceitemos a pobre comparação, mas façamos uma pergunta que qualquer dono ou dona de casa saberá responder: se não fosse financiado, você teria comprado sua geladeira? A máquina de lavar? A TV grandona? E seu primeiro carrinho?

Muito mais ainda as empresas, que só se expandem e consolidam quando obtêm recursos no mercado de crédito para erguer fábricas, montar lojas, comprar insumos ou mercadorias para suas atividade de produção e de comércio.

Quando se fala em política contracionista, como estamos vendo desde a era Levy e mais agudamente com Michel Temer, fala-se em “enxugar” o crédito (tornando-o mais caro)  para tirar dinheiro do mercado e, em tese, reduzindo o que circula na economia, conter os aumentos de preço e  a inflação.

credpib2Um erro, porque o problema brasileiro estava longe de ser uma “bolha de crédito”. O patamar de crédito sobre o PIB, aqui, embora tenha subido muito, ainda é miseravelmente baixo quando comparado a outros países, como você pode ver no gráfico ao lado. O problema, aqui, é que a retração do consumo, da renda, do emprego e a exaustão das receitas públicas – sangradas pelos juros que têm de honrar – transformaram o crédito tomado em impagável.

Fez-se isso em dose cavalar na economia brasileira, como registra hoje o Estadão, ao informar que R$ 1 trilhão deixou de circular pela retração do mercado de crédito, reduzindo em 60% o crédito disponível a pessoas e em 40% o das empresas, em 12 meses.

Quer ter ideia de porque é cavalar? Simples: o PIB brasileiro, a soma de todas as riquezas produzidas e consumidas no Brasil, hoje, roda na faixa de R$ 6 trilhões ou um pouquinho menos, com a queda que se vem acentuando. Retirar R$ 1 trilhão de circulação é como se durante quase dois meses de um ano, nada se produzisse, nada se construísse, nada se vendesse ou comprasse, nada se importasse ou exportasse no Brasil.

O alívio que se anuncia nas taxas de juros, além de não poder ser muito forte (ao contrário do que ocorreu em 2009, porque os juros internacionais, então, tinham despencado para zero ou menos de zero e agora estão em uma alta que não se sabe sequer se será moderada) não significará, na maioria dos casos, dinheiro para investimento, mas para ser tomado para quitar dívidas e, como registra a reportagem, não voltar para o mercado.

O panorama da economia brasileira é e será, por um bom tempo, o que descreve a repórter Alexa Salomão:

Na sexta-feira, a uma semana do Natal, era possível caminhar tranquilamente na Rua 25 de Março, o centro de compras da capital paulista que costuma lotar nesta época. Poucas pessoas tinham sacolas. Algumas lojas estavam até vazias. A esperança dos lojistas era que no final de semana, os consumidores se animassem, movidos pelo espírito natalino e pelo dinheiro extra do 13.º salário.

Quem foi à rua no Rio de Janeiro,, ontem, viu como essa esperança se frustrou.

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10 respostas

  1. Olha, não conheço melhor termômetro da atividade econômica do que a rua 25 de Março. Se ela está sem movimento nesta época, a crise é grave.

  2. Chegou a semana do Natal, não pisei e nem pretendo pisar num shopping (principalmente de Curitiba), comprei umas lembrancinhas feitas pela vizinha e uns brinquedos de madeira pras crianças. Quem deveria aquecer a economia é a casta que ajudou a dar o golpe…ops, eles não compram na terra banana-brasilis, vão pra Miami…parabéns aos comerciantes e empresários que apostaram suas fichas num “governitcho temeroso, que agora o embalem! E paguemos todos pela inconsequência de uma parte da população!

    1. … Há mais de três meses, eu estou precisando comprar um sapato!
      Para o dia a dia,
      pois o que eu tenho
      está um ‘bagaço’!
      Mas, postergarei essa compra até este infeliz libanês vampirão usurpador decorativo deixar o Palácio do Urubu – perdão, ato falho – [Palácio do] Jaburu!

      “Vai, Diabo ‘disenterino’!”
      Energúmeno desalmado!

    2. Isso aí. Apostaram no golpe para tirar a qualquer custo a Dilma do poder e que agora aguentem a m***a que fizeram.

      Eu mesmo não faço mais compra a prazo só a vista. E olhe quando dá pra fazer. Se não dar fica pra depois.

      Ultimamante não faço mais compra como antigamemte e nem pretendo voltar tão cedo a fazer. Quando mais se consome mais paga imposto. E pagar mais impostos para ajudar o governo golpista não mesmo. Obrigado.

      Estou poupando e sugiro que todos ser for possivel façam o mesmo.

  3. … E a mafiosa Globo foi pega em mais uma mentirosa criminosa!
    E em conluio hediondo como o protofascista DEMoTucano militante ‘mor(t)o’!
    Cadeia é pouco!

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    LULA APONTA ERRO DO JN E PARCIALIDADE DE MORO

    “O Jornal Nacional veiculado ontem (17/12) pela TV GLOBO incorreu em erro factual ao afirmar que o juiz Sergio Moro teria desligado o áudio durante a outiva do Sr. José Afonso Pinheiro, na ação que trata do afirmado triplex do Guarujá. Ao contrário do que foi afirmado pela emissora, Moro não interrompeu o áudio e, além disso, permitiu que a testemunha fizesse insultos a Lula e a mim, seu advogado, durante o ato processual”, diz nota do advogado Cristiano Martins; ele afirma ainda que Pinheiro, ex-zelador do Edifício Solaris, no Guarujá (SP), não poderia ter sido aceito como testemunha porque fez campanha política usando o episódio como trampolim

    18 DE DEZEMBRO DE 2016

    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/271123/Lula-aponta-erro-do-JN-e-parcialidade-de-Moro.htm

  4. Intrigante é que esses números não viram capas de jornalões e, muito menos, notícias exclusivas dos jornais da grande mídia televisiva. Fico me perguntando o que o povo burro, que incorpora tudo o que as criminosas empresas de comunicação transmitem, irá fazer quando descobrir que foi usado. Pessoalmente acho que preferirão fingir que 4 bilhões, que é o valor aproximado que a lj diz ter “devolvido” aos cofres públicos, é maior que 1 trilhão. Afinal, depois de toda cruzada pela “moralidade”, deve ser muito humilhante descobrir que foram usados por criminosos que representam hoje de maneira exemplar toda elite financeira que já viveu, ou “fez negócios”, aqui nessa terra. Nessa história tem ganhar terra e títulos por bajulação; caçar, escravizar e negociar pessoas; privilégios tributários; destruição de projetos desenvolvimentistas; privatizar empresas públicas (algumas vezes com mais dinheiro no caixa do que o valor de venda); usar dinheiro público para patrocinar empresas privadas que representam interesses de potências estrangeiras (principal exemplo – certas empresas de comunicação); entre outras coisas que a elite financeira tupiniquim têm para o seu pobre povo.

  5. … Sob a égide do ‘golpe vagabundíssimo continuado’, “mais excelentes notícias na área econômica”!
    Para os fascigolpistas, por óbvio!
    Estão vendo, estropícios desalmados?

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    CRISE FAZ AEROPORTOS PERDEREM 6 MILHÕES DE PASSAGEIROS

    Um levantamento feito a partir do balanço das concessionárias mostra que is aeroportos concedidos pelo governo federal perderam aproximadamente 6 milhões de passageiros, na comparação entre os primeiros nove meses de 2015 e 2016; entre janeiro e setembro de 2015, esses aeroportos receberam 74,9 milhões de passageiros e, no mesmo período de 2016, 68,9 milhões

    18 DE DEZEMBRO DE 2016

    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/271141/Crise-faz-aeroportos-perderem-6-milh%C3%B5es-de-passageiros.htm

    1. Mas não era isso que eles queriam? Não viviam reclamando, naqueles longínquos tempos, que qualquer um podia “andar” de avião? Não tinha “gente boa” reclamando que de que valia os seus diplomas se até passageiro de “chinelo de dedo” se deslocava de avião? O detalhe é que quem fazia essas reclamações eram os aspirantes da casa grande, a casa grande se desloca de jatinho ou voo fretado. Já os “aspiras” (pobre ou classe média), vão de voo comercial e , com certeza, fazem parte dos 6 milhões de passageiros a menos.

  6. Ninguém ainda sabe como sair deste imbróglio do golp,e da trairaigem dos corruptos…

    As ruas? Diretas? … tudo vago

    Se pudesse, o Brasil, eu iria reiniciar.

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