Reaparição de vídeo de Doria pode ser ensaio de outra armação

Cui prodest scelus, is fecit”, a conhecida frase do romano Sêneca, 2 mil anos atrás e que, numa tradução livre é algo como “quem se beneficia do crime foi quem o cometeu”, deveria vir à mente desta notícia de que “vazou” um relatório da Polícia Federal atestando uma orgia envolvendo o governador de São Paulo e um certo número de mulheres, quatro anos quase depois de ter surgido, em 2018.

Embora não se veja qualquer interesse público no desempenho horizontal de João Dória e nem tenha a impressão de que seja tão dado a tal modalidade sexual, o assunto tem foros escandalosos na moralidade pública, nestes tempos bbbíspicos em que a exposição da intimidade faz parte do marketing ou, neste caso, do antimarketing.

Então, seguindo o adágio de Sêneca que atravessou dois milênios, a quem isso beneficia? Está claro que à direita bolsonarista, cujas ligações do a Polícia Federal são para lá de conhecidas. Ou a quem ficou arruinado em São Paulo e ver seu partido cari no colo do governador paulista.

Direta ou indiretamente, porque visa transferir votos ou para uma ou para outra das duas candidaturas de extrema direita.

Não é provável que vá em frente – a menos que surja alguma testemunha, digamos nem tão ocular, do eventual folguedo dorista, mas precisa ser esclarecido.

Porque, se a provável armação (e mesmo que fato, será ainda armação, porque uma filmagem sorrateira, planejada com fins políticos) foi “requentada” com objetivos eleitorais, significa que uma instituição de Estado, que veio se deformando nos últimos anos para servir à família presidencial, está disposta a qualquer jogo sujo para influir, como em 2018, no processo eleitoral.

E – nada é impossível aos sórdidos – há uma “reserva técnica” de nome Adélio Bispo.

 

Fernando Brito:
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