Receita, sem chefes, vai adotar ‘operação-padrão’ na aduana

2022 vai começar com os embarques e desembarques de mercadorias virtualmente paralisados – exceto para medicamentos, cargas vivas e perecíveis – com a provável decisão dos auditores-fiscais da Receita Federal de realizar uma ” operação padrão no despacho de mercadorias
nas aduanas”. O indicativo à assembleia que farão amanhã propõe que “os auditores deverão adotar um procedimento de análise minuciosa, de forma a retardar o tempo do desembaraço das mercadorias”.

Com 635 pedidos e exoneração de funções e de desligamento de grupos de atividade da Receita, ninguém pode subestimar a gravidade do movimento que se desencadeou a partir da concessão de aumentos exclusivos para policiais federais, entre os quais se planeja elevar os vencimentos dos delegados a praticamente R$ 30 mil mensais, equiparando-os aos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

O “efeito-cascata” de pressões que o reajuste anunciado para os policiais era previsível e é até pequeno, até agora, com sinalização de paralisações ou semiparalisações no Banco Central. E vai se estender logo a todos os integrantes das chamadas carreiras típicas de Estado.

E os ‘barnabés”, com muito mais razão, já que seus vencimentos, mais humildes, ou de técnicos e especialistas em várias outras áreas, que somam cerca de 1 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas, cuja remuneração está congelada há cinco anos.

Diz a Folha:

São servidores de órgãos como Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Funai (Fundação Nacional do Índio), Abin (Agência Brasileira de Inteligência), além de carreiras médicas e ligadas à Previdência. O dado foi levantado pelo Ministério da Economia a pedido da Folha. As categorias desse grupo tiveram um aumento médio de 10,8%, parcelado em dois anos (2016 e 2017)

Só quem teve aumento – e de 27,6% – depois disso foram os próprios policiais federais, em 2019.

Se a “onda” já está forte neste período marcado por escalas e folgas de final do ano, vai crescer depois de janeiro.

E Bolsonaro está completamente desmoralizado para dizer que não há dinheiro, depois de ter se empenhado pessoalmente para destinar R$ 2 bilhões para os policiais.

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