Era julho de 2019. Maracanã, final da Copa América, uma das vezes que Jair Bolsonaro levou Sérgio Moro a um estádio de futebol.
Ali, na tela de uma tribuna ornada por Paulo Guedes, Marcello Crivella e Wilson Witzel (o general Heleno também estava, mas não sai nesta imagem). Moro, com olhar baço e ar de Il Duce, com a empáfia do herói vitorioso.
Todos riem, acenam, comemoram ou conversam (exceto Marcelo Crivella, que lança um olhar cúpido a Bolsonaro), mas só ele ergue o queixo como numa estátua de um comandante vitorioso.
Já haviam saído as primeiras revelações da Vaza Jato, mas Moro resistia impávido, como o colosso que imaginava ser.
E o ato de Bolsonaro foi proteger e apoiar o seu “superministro”, pondo-o à sua direita, diante da multidão.
Não era a primeira vez, o Estadão registra:
Alvo de uma série de reportagens sobre mensagens atribuídas a ele e procuradores da Lava Jato, o ministro da Justiça já havia acompanhado o presidente no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para ver CSA x Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro.
Moro não guarda, nas suas lembranças, esta época de intenso amor com Bolsonaro e sua trupe, quando viviam muito bem e próximos e já havia, há muito, o caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro, com quem Moro confraternizou no estádio.
Nem lembra do apoio recebido do então chefe, talvez o que tenha feito o Filho 01 do presidente chamá-lo de “traidor”.
Uma injustiça porque, afinal, Moro não pode trair ninguém, pois só tem fidelidade à ambição que o move.