Roda Viva com Greenwald: a vergonha do jornalismo

Imagine o caro leitor, que não é jornalista, o que faria se encontrassem para uma conversa, o jornalista Glenn Greenwald, numa conversa tête a tête.

Claro, ia tentar arrancar dele até onde vão as revelações dos diálogos nas mensagens de Telegram de Deltan Dallagnol.

Mas você não é jornalista, meu caro e minha cara.

Porque jornalismo no Brasil virou defender a versão oficial e os jornalistas que participaram , esta noite, preferiram colocar aquele que conseguiu as informações sob uma “sabatina ética”, indagando de sua vida pessoal e condenando o fato de que, embora verdadeiras, ele não poderia divulgar informações que chegaram a ele por quem as obteve de forma ilegal.

Francamente, deu vergonha da profissão.

Passearam sobre acontecimentos que moldaram a desgraçada história que este país está vivendo e não tiveram interesse no que aconteceu, apenas na suposta ética que seria recusar o conhecimento da verdade, se ela brotasse pelo porão.

Pouco ou nada faltou para que colocassem Greenwald como criminoso por estar publicando fatos verdadeiros o que, na imprensa “morista”, não vem ao caso.

Pouco importa se as mentiras judiciais e as armações possam ter condenado pessoas, porque se condenaram, mesmo dentro de uma patranha judicial, é que são criminosos.

Se inquéritos e processos foram conduzidos de forma ilegal, pouco importa.

O Roda Viva de hoje deveria ser copiado e mostrado nas aulas de jornalismo, como exemplo do que pode ser vergonhosa a adesão da imprensa ao poder.

 

 

 

 

 

Fernando Brito:

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  • Como eu já passo vergonha dos coleguinhas de profissão há alguns anos e conheço bem o estilo asqueroso de "jornalismo" adotado no roda viva desde que a TV Cultura virou assessoria de imprensa tucano-coxinha, nem perdi meu tempo assistindo à entrevista do Glenn. Sabia que seria nauseante demais e meu estômago anda muito fragilizado ultimamente.

    • fez muito bem. poupo-se de um grande aborrecimento

    • Eu também não assistia, porque passava mal.
      Mas vou assistir esse e começar a assistir os demais, quando entrevistarem progressistas.
      Depois das revelações do Glenn / Intercept, os tiros começaram a sair pela culatra.
      Quem deve estar passando muito mal agora são os golpistas, os bolsonaristas, os lavajatistas, os moristas e o resto da corja.

    • não assisti exatamente pela mesma razão. o padrão foi o mesmo com que tentaram silenciar Manuela D'Ávila. aqueles "jornalistas" são um esgoto moral. medíocres, oportunistas, obedientes, submissos, mal-intencionados. foram escolhidos basicamente por sua mediocridade e por sua ignorância. não estudaram o que seria de relevância: história, sociologia, geopolítica. não têm noção do que seja lógica, do que seja um argumento. estão ali para vender o peixe podre da versão de interesse dessa elite do atraso autoritária, escravagista e boçal.

    • VERDADE AMIGO. EU PRA OUVIR A IMPRENSA NACIONAL ULTIMAMENTE TENHO TOMADO PLAZIL, É TIRO E QUEDA.

      • engov tb é bom. Um antes, um depois. Só com essas medidas preventivas, pra assistir aquilo

    • Pois é né! Os jornalistas a (maioria) engatilharam perguntas tentando provocar o Glen, mas se deram mal. Todas a perguntas foram respondidas com estilo. Tentaram provoca-lo com cetas inquirições, mas deram com a cara na porta. Se formos analisar de um a dez eu diria que o Glen ficou com 99% de provação

  • "No Brasil, os jornalistas são piores que os patrões".
    Mino Carta.

    • Acho que somente com a mídia on-line independente é que nos depararemos com um jornalismo que foi esquecido lá no passado, principalmente depois do fim daquele tradicional Jornal do Brasil, no meu ponto de vista. É "jornalismo de consumo" o que temos hoje em dia. Estão sob o setor comercial e de contratos. Observem como foi apresentada uma matéria sobre longevidade no "Jornal" Globo. Um outdoor, tudo felicidade, mostrando idosos alegres como se fosse propaganda de produtos desportivos e curtição, atrelando isso à Degola da Previdência, como se fosse possível ser atingido pelos mortais, como se todos fossem políticos , togados e militares.
      A mídia é um verdadeiro "amansa corno" para crimes do mercado praticados por patrocinadores; como publicitária sem escrúpulos dos interessados que lucrarão com as enormes perdas da população e como um "Black Block"contra quem atua por justiça social e até mesmo por justiça contra crimes de mercado.
      Lembro de uma frase que li no Instagram do Conversa Afiada: "Povo manso é um povo sem direitos", sendo essa frase o motivo de minha definição acima.

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    • O problema com a Roda Viva doriana é que seu ambiente é a escuridão. Ela ousou vir à luz do dia e quase morre ofuscada, como os vampiros.

  • Concordo em gênero, número e grau. Foi justamente o que eu e minha mulher comentamos, ao ver o programa: esses jornalistas são vergonhosos.

    • A grande mídia está se enforcando com a própria corda.
      Estão tão emburrecidos, que sequer percebem que não só não manipulam mais ninguém, como ainda estão deixando provas cabais de sua tentativa de manipulação. Só fazem de conta que concordam com esses jornalistas os que se beneficiam dos crimes da lavajato, de Moro e DD.

      • Exato. Estão há tanto tempo cheirando o rêgo do patrão que não sabe mais o que é jornalismo de verdade, mesmo recebendo uma aula de duas horas de quem entende do assunto.

  • Mas a verdade é que Glenn Greenwald deu um baile. A vergonha se tornou maior, diante da calma, segurança, conhecimento, profissionalismo e inteligência do cara. As tietes do Moro foram trituradas por argumentos demolidores. O sotaque carregado do Glenn aumentou minha vergonha de ser brasileiro.

    • O que o Joseph Pulitzer afirmou, até parece ter sido inspirado no que vem acontecendo neste país tão grande e amado!

  • Na resposta do Glenn, o "jornalista da Globo" mijou pra trás de tal forma que precisaram chamar o faxineiro e por um fraldão no representante do Tabajara News.

  • Se o queiroz fosse parar no roda viva, as perguntas iriam girar em torno de seu tratamento no Albert Einstein, da decoração de seu apartamento no Morumbi e de sua adaptação à cidade de S. Paulo.

    • Eu me lembro do festival de puxassaquismo na entrevista de Temer. Noblat: - "Como o senhor conheceu a Marcela?".

  • Curiosidade: a entrevista de hj no Roda Viva seguiu o mesmíssimo scritp de outra entrevista de uns dois meses atrás... no PÂNICO na JOVEM KLAN (uma blitzkrieg lavajatista)!
    Poderiam ter convidado o Emílio Surita e os outros palhaços para mais essa patacoada pró-marreco.

  • Como sempre o Brito dá um golpe certeiro no último parágrafo. Infelizmente ele continua muito educado para pintar com todas as cores o que estamos vivendo. O que aconteceu ontem no Roda da Morte foi o assassinato do jornalismo brasileiro. Enquanto um jornalista pega uma situação e investiga sobre o assunto, os canalhas naquela arena entraram com um dogma na cabeça e ficaram duas horas espancando a realidade na tentativa de encaixá-la em suas mentiras. Bando de FdP.

    • A bem da verdade, nem é um assassinato. É um suicídio.
      A grande mídia perdeu completamente a noção da realidade e nem é preciso mais se preocupar, pois eles está se enforcando com a própria corda.

  • O Fernando Brito assistir o "roda viva" tudo bem, pois como bem dizia o Raul Seixas : " Quando se quer entrar num buraco de RATOS, de RATO você tem que TRANSAR."
    Eu não perco o meu precioso TEMPO.

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