Sanders tira o sono dos Clinton. Empate na próxima primária, em Nevada

nevada

Fica cada vez mais evidente que, afinal, Hillary Clinton está nas mãos de Barack Obama, com quem sempre teve uma relação de “engolem-se mutuamente”.

Muito mais do que ele dependeu, a ex-primeira dama está nas mãos do eleitorado negro e hispânico e isso vai ficar em xeque nas primárias da Carolina do Sul, as últimas deste mês, no dia 27, onde ainda conserva uma vantagem de 11% sobre Bernie Sanders.

Porque nas próximas, em Nevada, daqui a uma semana, as pesquisas já apontam um empate de Sanders em 45% que quase dobrou suas intenções de voto de novembro para cá, quando perdia por 20 pontos para Hillary.

Obama mantém uma espécie de neutralidade discretamente pró-Clinton, talvez porque porque enxergue os Clinton como tendo a última oportunidade e  sem condições de enfrentar, daqui a quatro anos, um eventual retorno seu ao poder.

Ou porque participe da (ainda) convicção geral de que é ela que pode suplantar Trump nas eleições, impedindo que se ensaie o início de uma onda republicana no poder.

Só que Obama deve saber, melhor do que ninguém, que o discurso de Sanders se aproxima como o de nenhum outro daquele que o levou à vitória em 2008.

Obama, mais que qualquer um, sabe como o exercício do poder real torna um político renovador alguém próximo de, em grande parte dos seus atos, um político convencional, pelas necessidades de alcançar a governabilidade.

Uma análise do jornal inglês The Guardian diz que:

“Pode parecer mais compreensível para Sanders querer imitar Obama na campanha eleitoral, dada a mudança histórica de 2008, e como repórteres da CNN ter observado, ele está emprestando nos logotipos da campanha (um sol nascente) e slogans ( “Um futuro em que podemos acreditar “) inspirados em Obama. Mas, em política, o legado de Obama é problemático, e as lições de 2008, mais complexas do que pareciam na época.

Para os eleitores de primeira viagem que afluíram às urnas nesse ano, inspirados por um candidato que falou de mudanças duradouras, nos últimos oito anos foram de decepção política.

Em vez de um desafio para o sistema que provocou a crise financeira, eles viram os bancos obter resgates ao fazer algumas acomodações para as pessoas que perderam suas casas. Em vez de tomar passos em direção a igualdade econômica, eles chegaram a Parceria Trans-Pacífico. Em vez de uma maior transparência, eles têm a NSA.”

Preciosas lições para serem aprendidas e apreendidas pelo PT no Brasil.

 

 

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

15 respostas

  1. Boa tarde,

    o povo americano canso de guerra e bombas. Querem um pais mais de igualdade real do que uma utopia de classes.

    1. Depois do Syriza, deixei de crer nessa “nova” alternativa dentro do sistema, ou quebramos o sistema ou vai ser sempre mais do mesmo.
      Vide Dilma, flexibilização das regras do Pre-Sal e reforma da previdência, inclusive revogando a Lei dos Sexagenários….
      Mas ainda assim, vou de Sanders.

  2. Caro Fernando,
    Mais um ótimo texto seu! Masnão entendi o que você quis dizer no trecho: “…sem condições de enfrentar, daqui a quatro anos, um eventual retorno seu ao poder.”
    O Obama não pode se candidatar novamente.

    1. Ele quis dizer, em relação aos Democratas, que terão dificuldades de retornar ao poder daqui a quatro anos.

  3. Obama não poderia mais ser candidatos pois a 22ª emenda à Constituição dos EUA limita o mandato presidencial a dois períodos de 4 anos. Quanto ao embate contra um republicano, todas as pesquisas mostram que Sanders teria muito mais facilidade de derrotá-lo do que Clinton.

      1. vitor voce precisa aprender a ler e entender textos. O que C Paoliello diz esta se referindo a materia. Leia voce mais algumas vezes paera ver se capta tudo.

  4. Alguém precisa ir à TV e denunciar o que esse juizeco fascista de CÚritiba está fazendo, em conluio com procuradores e delegados partidários. Eles agora jogam tudo na ação no TSE, para empossar o Aécio “um terço” Neves. O juizeco fascista tenta provar que as doações para a campanha da Dilma são fruto de corrupção, inclusive o caixa 1 (mas não as do Aético, é claro). Aonde isso vai parar?

  5. Muito legal, bacana. etc.. Mas, enquanto o embate é entre os democratas, tudo é uma maravilha. Na hora da disputa contra um republicano, pela eleição de verdade, vai chover campanha de terror anticomunista contra o Sanders, e isso pode levar a uma vitória da direita, o que seria catastrófico para o Mundo.

  6. Sanders é o candidato democrata à presidêmcia norte-americana…a Hillary morreu na praia, mais uma vez. Merecidamente, diga-se de passagem…

  7. Este é o segundo candidato a presidente com plataforma de esquerda nítida e revolucionária. Mesmo que não consiga vencer, ou vença e não consiga governar como desejaria por boicote do Congresso, como aconteceu com Obama, estas plataformas vão ficando admissíveis na sociedade americana, quando pareceriam absurdas ainda há pouco. Aos poucos este tipo de projeto eleitoral vai ficando comum nos EUA. É assim que começa uma grande e profunda mudança interna naquele país, porque o outro único caminho que se apresenta como alternativo é a guerra global e a destruição total.

  8. Eu não espero muito de Sanders porque, tal como no Brasil, lá tem a camara dos representantes e o senado para garantir que o presidente não seja capaz de fazer nada que vá contra o gosto das patrocinadoras de políticos.

    1. Por isso que a eleição do novo congresso estadunidense em 2018 será vital. Sanders precisará convencer o eleitorado da importância de ter uma base forte lá,sem a necessidade de conchavos.

  9. Acredito que, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar.
    Sanders pode ter uma plataforma eleitoral considerada “revolucionária”, para os padrões políticos conservadores dos EUA (e até de sua sociedade).

    Mas, não há garantias de que chegando de fato à Presidência, consiga implementar 1/3 da agenda programática que canta aos 4 cantos do país. Seja pela manipulação e pressão através de congressistas, que o establishment financeiro e militar de lá possuem (lembre-se que Sanders disse ter inimigos em Wall Street).

    Seja pela titubeada que o mesmo pode dar, em prol da “conciliação de classes”. Já que uma exacerbação do ambiente sócio-político dos EUA, tem efeitos imprevisíveis.

  10. Resposta para Manepa Sucupirano (lá em cima, no facebook):

    Nos Estados Unidos não havia limitação constitucional para reeleger presidentes. Mas, depois do enorme sucesso dos governos do presidente Rooselvelt, reeleito pela terceira vez consecutiva, logo trataram de fazer uma Emenda constitucional, que foi aprovada na calada da noite, limitando a eleição para dois mandatos consecutivos de 4 anos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *