Queda de Parente: o problema não acaba, a crise também não

A escolha do novo presidente da Petrobras é o próximo capítulo da novela do preço dos combustíveis, que teve seu primeiro clímax com a paralisação dos caminhoneiros. E que está longe de acabar.

Hoje, dificilmente sairá o nome do ocupante do cargo “definitivo”, seja por conta das disputas políticas – lembre-se que é Moreira Franco, Ministro das Minas e Energia, quem deverá formalizar a indicação do escolhido – seja pela dificuldade em encontrar algum nome capaz de dar ao “mercado” a ideia de que não se interferirá na política de preços.

Até porque é inevitável que se interfira.

Parente estava cercado e já previa que poderia sair, tanto que deixou “standby” o cargo de presidente da BRF, que estava à sua disposição.

Está claro que não existem mais objetivos de longo prazo e, neste momento, nada preocupa mais o Governo em evitar que se consume a reunião de elementos que exploda o único patrimônio que ainda lhe resiste: a taxa de inflação “civilizada” e, com ela, o nível da taxa de juros públicos.

Porque estes elementos, a começar pela sustentação do dólar acima do patamar de R$ 3,70, estão todos presentes e, agora, agravados pela elevação dos preços do setor que vinha segurando altas inflacionárias: o de alimentação.

Parente estava cercado e já previa que poderia sair, tanto que deixou “standby” o cargo de presidente da BRF, que estava à sua disposição.

Fernando Brito:

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  • Chega de neoliberais na direção do patrimônio brasileiro!

    • Espero que seja um Diretor da área de produção e não de relações com os acionistas!

      • Não espere nada. Não se esqueça que o substituto de pedro "apagão" parente deverá ser aprovado pelos mesmos representantes do deus mercado que mandam no temer. parente é apenas um boi de piranha que deve ter aproveitado o momento de anunciar sua saída para dar lucro a muito gente.

  • Vejam só quanta solidariedade ao povo e à situação de nosso Erário. A Associação dos juízes federais de Santa Catarina queria que seus "nobres" representados recebessem horas extras, apesar de ser proibido pelo fato de receberem subsídio (proíbe acréscimos). Fora o fato de já receberem o tal auxílio-moradia pra quem nem mudar de sede mudou. É de um egoísmo e cara de pau extremos!!

    E aí, Dona Carmem, vai julgar as benesses extras ou vai só ficar no golpismo do papo furado de parlamentarismo?!?!

    https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/06/01/juizes-federais-nao-podem-receber-remuneracao-extra-por-plantao-decide-justica.htm

    • A dona Carmita que você se refere é a tal da "vassoura"?????
      Se for , ela concordará e ainda aprovará mais uns penduricalhos.

  • Em qualquer lugar do planeta uma indústria só trabalha com 605 de capacidade em caso de crise de consumo do seu produto. A Petrobrás não tem crise de mercado pois o consumo é certo e constante; foi buscar combustível no exterior pagamento preço alto e deixando ocioso seu parque industrial cujos custos não se alteraram. É fácil ver que tinha algo de podre nessa política que a cada dia aviltava a companhia com vistas a seu sucateamento e venda por preço irrisório. Chega o que fizeram na VALE 20 anos atrás. A saída do presidente é um passo mas os outros têm que passar pela nomeação de alguém competente no ramo, nacionalista e voltado à produção. Ninguém do mercado financeiro.

  • Quem dá uma pista para que o caso Parente/Petrobras seja bem entendido é o jornalista Luis Nassif, que conhece Parente desde os tempos do Apagão FHC. Nassif afirma que ele é um gerentão, muito capaz de tocar tecnicamente um projeto segundo metas que algum chefe lhe apresente, mas incapaz de estabelecer sozinho tais metas e estratégias. A atual tragédia teria vindo, segundo o Nassif, do fato de Parente tentar estabelecê-las por conta própria. Ele precisaria de chefes que fizessem isso para ele. Mas... Será que tais chefes não existiram? Será que o Nassif não está enganado, quando pensa que Parente saiu da gerência para assumir o comando? É de se crer que muito dificilmente Parente, um gerentão, estabelecesse metas tão ousadas por conta própria. Sabendo disso tudo temos então que, em sua carta de demissão, Parente afirma que entregou tudo o que estava encomendado. Então, se estava encomendado, não tinha sido criado por ele. Depois, Parente agradece insistentemente a ajuda e o apoio do Conselho de Administração da Petrobras. Agradece, reagradece e agradece de novo. Será que sua fonte de metas e estratégias, as quais ele não seria capaz de estabelecer sozinho, vieram do tal Conselho de Administração? Ele sugere ao Temer que escute os membros deste Conselho antes de escolher o seu sucessor. Obviamente, para continuar a pintura com as mesmas cores, mas com tintas diferentes. Nesta perspectiva de análise, chama a atenção o recentíssimo pedido de demissão do representante da Shell do tal Conselho ao qual Parente se curva genuflexo. Será que isso deixou o Parente sem chão, sem sua fonte de metas e estratégias?

  • Comunicado da Matriz pra Parente: “Roubamos muito, deu na pinta.”

  • O objetivo era destruir a Petrobrás. Quase que consegue.
    Não será difícil encontrar outro bandido para ser presidente, tem muitos, afinal o governo já é. A Petrobrás é que tem uma longa e dura tradição de resistir às tentativas de destruição.
    Enquanto houver a globo a Petrobrás corre risco.

  • Se isso aqui não fosse uma republiqueta de bananas onde uns são perseguidos enquanto outros são protegidos, este sujeito saíria direto da Petrobrás para as masmorras de Curitiba. Mas ele é tucano, ele é entreguista, ele é pau mandado do "mercado", então nada vem ao caso. Dá pra arriscar um palpite: todo o prejuízo causado em menos de dois anos apenas na Petrobras deve ser maior que a soma de tudo que a corrupção arrecadou nesta terra desde o descobrimento.

  • Sobre a dívida pública, ela a cada mês está subindo em média um décimo do valor de mercado da Petrobras inteira. Com superávit primário e com tudo.

  • É verdade, tudo continua, quem continua mandando é o golpe, são os golpistas. ao que parece, os caminhoneiros, com apoio de áreas do próprio, no intuito de resolver seus problemas com o diesel e o frete, entraram em greve, uma das maiores dos últimos tempos, que também tinha o objetivo de impactar a opinião pública e angariar apoio,no sentido de criar problemas que justificassem a não realização das eleições de outubro. Algo deu errado.ou a flata de adesão ou o despreparo político de Parente. Pedro Parente não tinha competência para gerir uma empresa estatal, muito menos a Petrobras. É um problema dos técnicos que servem tão somente ao mercado, ideológico. Inventou um prejuízo que nunca existiu, disse ter pago dívidas todas assumidas com base no patrimônio e nome da Petrobras no mercado internacional e sendo pagas sem problemas pela Companhia. Desestabilizou a estrutura existente de produção de derivados de petróleo, usando menos o petróleo nacional no refino, resultando por estar a Petrobras pronta em sua estrutura de refino para maximizar a produção de diesel, passando a fazer uma mágica besta (há até quem desconfie de corrupção) de exportar o petróleo nacional, produzido em nível compatível com a autossuficiência do Brasil, para importar derivados, principalmente o diesel. Em julho passado, com a alta do petróleo no mercado internacional, alterou completamente a política de preços da Petrobras, que funcionava há mais de sessenta anos, e enfrentou crises do petróleo como as de 1973 e 1979, e diversas crises cambiais, estas que não acontecem agora, porque Lula/Dilma elevaram nossas reservas para mais de US$ 340 bilhões. Essa mágica do Parente levou a Petrobras a ser a única empresa do mundo, sem problemas cambiais e dispondo de petróleo bruto a entrar em crise e de quebra impactar a economia do país.. Nos preços dos derivados, simplesmente manteve totalmente dolarizado ao nível dos preços internacionais o petróleo processado, não admitindo nenhum abatimento no petróleo nacional utilizado, mesmo parte, perfeitamente factível, e compatível para servir de anteparo às variações de preços diárias do petróleo, permitindo um prazo ao mercado interno para se ajustar à cobrança das variações desses preços. Esse diferencial do preço internacional do petróleo e o custo de produção do petróleo nacional na estrutura de preços dos derivados é onde se encontra a verdadeira fonte de recursos da Petrobras, já que o petróleo posto na refinaria não deve chegar na média a US$ 15,00 o barril, quando está no mercado internacional mais de US$ 70,00 o barril. Só esse mecanismo, num cálculo grosseiro possibilita ganhos da ordem de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 240 bilhões) anuais. Preferiu tudo desconsiderar e continuar precificando derivados como se estivesse numa feira livre, variando a cada dia, técnica que ninguém adota no mundo. Claro que não era burrice, tudo está atrelado ao objetivo de privatizar a Petrobras, um crime de lesa pátria, que se danem o povo e o país. Como o governo Temer é da mesma linha entreguista, só demitiu Parente a pedidos, inclusive o dele mesmo.

  • A queda do parente é uma vitória, mas não podemos desprezar a capacidade do temer e golpista para a destruição do país.
    Eles, os golpista, globo, stf, moro, temer, etc, não desistem nunca na sanha pela destruição do país.

    • Estes quase todos ai nem chegam aos pés na sabujice dos nosso colegiado do STF.

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