Se todos fossem contra ser colônia, haveria colônias?

dopovo

Por generosidade, tendemos a achar que é geral o desejo de que o Brasil seja um país desenvolvido, soberano e que o seu povo ascenda à uma condição social não apenas digna mas à altura do potencial deste país.

Infelizmente, não é assim.

O modelo brasileiro, dependente, financista, excludente não é ruim para todos.

Basta lembrar quantas e quão perdulárias fortunas se fizeram – e se herdaram – aqui.

Na hora da abundância, quando a maré enche, todo mundo vira pato e nada.

Mas, quando o rio anda baixo, a gente vê como se quer distribuir a água.

Tudo como sempre para o Jardins, torneira seca para Guarulhos ou para a Zona Norte.

A história que se tira das exposições dos candidatos na Confederação Nacional da Indústria é exatamente essa.

Aécio Neves e Eduardo Campos prometeram “segurança” para os investidores (e leia-se entre eles, em destaque, o capital financeiro.

Parece que se propõem a criar o famoso “almoço grátis” que o Milton Friedman disse que não existe.

Cambio mais livre (adivinhem em que direção), impostos menores (adivinhem para quem), maior superavit fiscal (para pagar os juros de quem?)  e, vejam que proeza, maiores investimentos.

E o Estadão diz que “Aécio evita oferecer ‘milagres’ e fala em ampliar investimento”.

A conta, como gostam de dizer, evidentemente não fecha.

Ou só fecha na hora da maré cheia, que empurra tudo para a frente.

Alguns dos prezados leitores e leitoras consegue se recordar de quando, nas últimas duas décadas, este país teve uma política industrial, com erros e acertos que seja? Ou uma política de infraestrutura energética, logística, urbana. Ou social, na assistência médica e na habitação?

Uma análise minimamente honesta verá os problemas da economia dentro de um contexto de mudança, não apenas levando em conta os altos e baixos cotidianos.

Numa colônia, a casa é alugada e tudo o que importa é pagar em dia o aluguel.

Mas quando se ergue a própria casa, há precariedades, erros, cabelos a arrancar, stress.

Só não dá pra prometer o que a “turma da bufunfa” quer e dizer a quem não tem ou pouco tem que “não hesitará em tomar medidas impopulares”.

Um governo eleito pelo povo tem, se quiser ser fiel ao mandato que recebe da população, enfrentar este desafio.

Nem que, para isso, fique impopular entre os analistas do Santander, que não pensam diferente da nata empresarial e da mídia que a reverencia.

Mas se não disser ao povo o que, porque e para que faz, vai se isolar e perder a força que pode ter.

Que precisa ter.

Porque só a força do povo, que mais sente que entende disso, pode permitir que as mudanças aconteçam e , progressiva e instintivamente, fazer que as mudanças aconteçam.

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

12 respostas

  1. Quem é que pode explicar a manchete de O Globo de hoje: ‘Bancos farão análises mais conservadoras’. E ainda afirma no subtítulo que os bancos tomarão essa medida com medo de represália do Planalto.Dá para confiar numa ironia dessas? Quem tem medo de banco somos nós, consumidores, quem tem medo de investidores é a Argentina. Olha só a conta que veio para lá. São os bancos, ora!

    1. Cara Maria Rita
      Muito bem colocado o seu comentário. Só que, de tão hipnotizados pelo próprio discurso, não perceberam que louvaram perante ao Povo a posição do Governo, que nem sei se fará alguma severa admoestação contra a “santãnização”. Tão míopes e tão descontextualizados acabam por reforçar a imagem de Dilma. A opinião dos bancos não contam para o Povo. Boa e oportuna intervenção.

  2. Lembram da Regina Duarte, TENHO MEDO…O BANCO SANTANDER FEZ O MESMO.
    Com palavras diferentes. DEVERIAM ter medos da CANTAREIRA, AECIOPORTOS
    ROTA…. Os discursos de AECIOPORTO E DUDU, são iguais, criticas e critcas NÃO APRESENTAM NADA DE NOVO. DEVEMOS fazermos militancias com
    os amigos, vizinhos etc. etc. E não furar chapa PT cabo a rabo

    1. A declaração do banqueiro do Satãder, foi jogada acertada com a cúpula tucana (talvez via Opus Dei) para desviar o foco dos aeciportos. Tudo combinado, tudo pensado… mas não caímos nesta arapuca banqueira/tucana.

  3. Mais progresso, mais distribuição de renda, mais emprego, mais educação, mais saúde, só o PT, ele é que tem feito isso durante esses anos. Portanto Dilma no primeiro turno e votar de ponta a ponta nos candidatos do PT. Só assim continuaremos garantindo nosso futuro e o futuro da nação brasileira.

  4. A opinião pública não está mt. preocupada com o que pensam os bancos e seus analistas. Banqueiros não gozam de boa reputação frente a opinião pública. É só ver as pesquisas e os índices de reclamações.

    1. Concordo, mas eles conseguiram infectar a população com notícias ruins todos os dias. Não me lembro de ter um único dia sem isso. Todo dia de manhã acordo e assisto jornais e é sempre a mesma coisa. Quando chego no trabalho entro na net pra me informar melhor. O normal é ver que a notícia na TV foi distorcida ou ignorada. É de praxe que a notícia da Globonews de manhã seja uma crítica pq o governo veio com uma boa notícia. Exemplo: no dia que houve uma queda maior no desemprego: no mesmo dia a Globonews trouxe a notícia de que houve uma empresa não sei onde que demitiu não sei quantos funcionários e omitiu a informação de queda do desemprego. Numa nova queda do desemprego, dias depois, eles vieram com outra notícia de que a medição da taxa estava errada. Ué demoraram 4 anos pra dizer que o cálculo estava errado? Então como disse o Fernando Brito …

      ”Mas se não disser ao povo o que, porque e para que faz, vai se isolar e perder a força que pode ter”.

      Se todo dia alguém te disser que vc é algo, vc vai acabar acreditando que é aquilo que falam de vc. Assim é com a maioria do povo. Se todo dia falam que a economia está ruim, acabam acreditando. Por isso as pesquisas mostram isso, que o povo acredita que a economia está ruim, mesmo sem ter nenhum aspecto real no seu dia-a-dia que mostre isso.

      1. Um exemplo que chama muito a atenção é o dito aumento de inflação. Toda a imprensa, e muitíssimas vezes, culpam a inflação. Mas que raio é esse se ela não aumentou? Os rendimentos podem não estar aumentando como antes, mas estão. E a inflação é igual ao que há muito tempo temos. Por que então agora é um pavor que incendeia o orçamento de todo mundo? (Isso sem falar da inflação do período do FHC)

  5. O Aécio é que deveria ser chamado de blá,blá,blá…, nunca vi tanta incompetencia e asneiras proferidas por esse pobre rapaz o tempo todo.
    O repertório dele,seja no governo de Mina,no Senado,no aeroporto,no CNI… é sempre esta coisa de terceira categoria, um absurdo!

  6. Está muito claro: esse poste do PIG, é mais um candidato que não conhece nem entende e ou não tem compromisso com a Constituição Federal promulgada em 1988. Se, pelo menos, conhecesse e entendesse e tivesse compromisso com os quatro primeiros artigos dessa CF jamais – a não ser por dolo – diria que o Brasil vive num ciclo perverso.

  7. No artigo do Estado citado, é afirmado que Aécio: ”disse que vai implantar um “novo ciclo” na economia e afirmou que não vai apresentar um “plano milagroso” para crescimento em curto prazo.” Um governo implantar um novo ciclo (mesmo entre aspas), o torna um milagreiro. E depois ainda afirma: “A meta para o novo governo é que possamos, ao fim de 2018, saltar de 18% do PIB em investimentos para algo em torno de 24%, com a criação de um ambiente favorável para negócios.” O cara é bom de bico, aliás, tem um enorme. Esse ahésim é um desastre. Todo dia está a falar contra algo contra o governo atual e propostas, ou são idiotices ou bla-bla-bla.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *