Jânio de Freitas, um dos raros colunistas que não se desmancha tolamente para a conversa fiada de “nova política” – até porque já viu passarem sob seus olhos vários exemplares dela, desde o seu xará Quadros até o meu xará Collor – escreve hoje um artigo na Folha indispensável à compreensão do noticiário sobre as “dificuldades” de formulação de um programa comum entre Eduardo Campos e a turma de Marina Silva.
Mesmo que o papel aceite tudo, dificilmente se irá além do que caracteriza a “velha política” brasileira: muitas declarações de intenção, muito rara sinceridade e menos ainda coerência entre o que se diz e o que se precisa fazer.
Porque o verdadeiro ponto comum entre Campos e Marina é a ambição e a ambição é sempre egoísta, jamais solidária. Dois ambiciosos podem andar juntos, jamais unidos.
Desunidos pela união
Esse artifício é, por si só, demonstração clara da extrema dificuldade, para não dizer da impossibilidade, de integração efetiva das duas correntes. Ao menos, agora para dizer alguma coisa positiva, enquanto não estiver decidido, de fato, quem será o candidato do partido à Presidência.
Nenhum programa autêntico sairá desses encontros planejados pelas cúpulas dos dois PSB, tamanhas são as diferenças de propostas. O que podem fazer é acrescentar mais um mal à artificialidade partidária brasileira, com outra contrafação de programa.
Só o propósito da Rede de suscitar um enfrentamento com o agronegócio, por exemplo, basta para impossibilitar entrosamento autêntico com o PSB de Eduardo Campos, que tem todo o interesse no entendimento com a riqueza e a força política desse setor.
Em sua oração pela unidade, diz a deputada Luiza Erundina que “Marina se juntou ao PSB para construir um caminho comum às duas forças, mas cada uma delas mantendo as identidades e os compromissos”. Uma beleza.
Mas, primeiro, Marina Silva juntou-se ao PSB para assegurar-se uma perspectiva que o seu frustrado partido não pôde dar. Se houvesse identificação com o PSB, “para construir um caminho comum”, Marina não precisaria “concentrar-se sozinha” para escolher sua adesão, uma vez negada a existência ao seu partido.
Além disso, as duas correntes “mantendo as identidades e os compromissos” é justamente o que as impedirá de serem “algo novo” como partido, ainda no dizer de Erundina. Ou “um jeito novo de fazer política”, nas palavras de Marina. A franqueza é um jeito velho, mas ainda é melhor.
15 respostas
O tempo será o mediador desta união circunstancial. Com o passar deste, ficarão expostas todas as impossibilidades, tanto programáticas como de convivência. Campos vinha construindo de forma efetiva, goste-se ou não, uma candidatura, com suas alianças e opções. De forma diferente e bastante peculiar, Marina também o fazia, contando com a aprovação de sua Rede. A não aceitação de seu partido jogou-a em uma situação de “ou pega ou larga”. Resolveu “pegar” o PSB de Campos e acabou por desestruturar uma posição já bastante encaminhada. O que surgirá dessa mistura não sabemos. Não será, porém, nada de tão novo e puro como pretende o discurso pretensamente unificado de ambos.
erundina.
quem te viu..
..
A Erundina é ótima (teoricamente), mas na prática política é burra.
Só o caos durante a Copa do Mundo tira a reeleição de Dilma.
Não tem que ter medo de Marina nem de Campos, eles não tem nada de importante a acrescentar ao debate nacional.
Só mesmo a tática do caos durante a Copa do Mundo pode tirar de Dilma a reeleição.
Resumindo as belas palavras do JF: campos e marina querem nos enganar, gente. Só que o brasileiro já não é o mesmo de outrora. Continuo achando-os meio burrinhos, apatetados, pois ainda pensam que podem enganar os brasileiros com essa conversa fiada, né? Pensam que as mulheres ainda votam em mocinhos de olhos azuis e que os homens ainda votam pelo ardor de palavras vãs. Por falar, notaram como dona marina tem se esmerado no vestuário e até fez uma plástica? Coitadinha, esta entusiasmada mas vai perder por querer nos prender em uma rede cheia de traíras.KKKK
Quem diria…a Erundina, hein?
Um verdadeiro partido de aluguel esses PSB.
Uma pergunta que não quer calar, Dona Herondina. Por que todo esse malabarismo irracionalista-verbal para justificar a “união” da rede e do psb, quando, de um lado, temos uma Marina que carrega um ideário neoliberal (basta ver suas propostas de política econômica gestada na Casa das garças, melhor seria, Casa dos tucanos), e de outro lado, um psb que aceitou em seus quadros, Heráclito Fortes e a família bornhauser, vindos de partidos apoiadores da ditadura? Ainda uma outra pergunta: por que se indignou com o Lula por ter aceito o apoio de Maluf à candidatura de Haddad, o que a levou não aceitar a vice da sua chapa, e aceita o psb paulista compor, sem nenhum pudor ou indignação, com o governo tucano do Alckmim. atolado até o pescoço com a corrupção do trensalão paulista? Me explica essa ética seletiva.
Não basta só se juntar, sem idear, precisa de proposta melhor , e não tem.
segundo Erundina, marina osmarina e edu traira estão juntos, mas separados……seria uma relação aberta???????
– Tem um ditado argentino que diz -” Existem coisas que não se explicam, porém há outras que não tem explicação”. A propósito desta aliança, do ponto de vista programático, é um Frankestein.
Traira e vingativa a Tucarina é o VIAGRA da direita!
Ué……mas não era Bolsa Vagabundagem ?……esses Tunganos são mesmo Únicos.rsrsrsrs
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