Spotlight tupiniquim: quando os jornalistas duvidavam do “oficial”

 

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Imperdível para os jornalistas, importante para qualquer cidadão.

Não deixe de ler artigo em que Marcelo Auler recorda, hoje, como Fritz Utzeri, meu saudoso  companheiro, e Heraldo Dias – que também já foi –  nos deram, em 1978, uma aula daquilo que, depois, viria a se chamar – de tão raro, pobre coitado – jornalismo investigativo.

E, agora, na sua versão atual, deveria se chamar “jornalismo de vazamentos”, onde a notícia é o que um servidor politicamente corrompido em seus deveres funcionais – nada a ver com aquele que corajosamente “vazava” um documento que estava ou riria ser “abafado” – passa aos repórteres, às vezes mais de um, selecionando trechos de depoimentos ou “confissões”.

Foi a histórica investigação do assassinato do deputado Rubens Paiva, um dos mais cruéis momentos da ditadura brasileira.

Fritz – tão pouco disposto a aceitar a autoridade sem questionar que, quando editor da página de artigos de O Globo chamou Leonel Brizola para escrever logo o primeiro deles – e Heraldo, conta Auler, “chegaram a medir distâncias entre o carro e a mureta da Avenida Edson Passos (Alto da Boa Vista) o que a perícia do Exército jamais fez”.

Hoje, diz Auler, ” infelizmente, com raras exceções, não se vê este tipo de preocupação nas nossas redações. É tudo em busca da informação imediata, mal trabalhada e, principalmente, mal apurada. Quando não tendenciosa”.

Retrato cru(el) do que temos lido hoje.

E isso vem de Auler, de quem nunca fui amigo pessoal e que sei, por estar “do outro lado do balcão”, como assessor de imprensa de Leonel Brizola, que não tinha “moleza” quando era ele quem ia apurar qualquer matéria, mesmo as potencialmente prejudiciais.

Peço que leiam seu post, porque isso chegou a um ponto em que o jornalista em geral  passou a ser visto como um personagem odioso, produzindo apenas exploração política e com pouco ou nenhum critério de verdade.

Por menos que seja, em homenagem a uma profissão que, apesar de tudo, teima em não morrer.

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9 respostas

  1. Um exemplo melhor é a morte do Herzog. Os poderosos da época diziam que foi suicídio, mas isso era tão incoerente que não podia ser aceito. Agora, os poderosos dizem que não sabem de nada, que aqueles que eles controlavam com mão de ferro roubaram sem que eles soubessem, que os financiamentos e as wikiconsultorias de seus filhos não têm relação com os benefícios que eles concederam aos “clientes” dos rapazes, etc. E há um grande número de jornalistas oficialistas que acredita nisso (ou finge acreditar). Mas os que mantiveram a independência sabem que é tudo mentira, como qualquer pessoa capaz de pensar um pouco. E mesmo que os poderosos de agora insistam em suas mentiras, chegará o momento em que eles não escaparão da justiça.

  2. eu apesar que nunca vou acreditar nisso , mas é verdade , o jornalistas hoje ta sendo odiado , como outras profissoes serviçais. o jornalista hoje , isso logico sempre vai ter as excessoes , ta sendo odiado hoje como a policia, juiz , politico. como bem diz o texto ,hoje nao tem investigaçao , hoje tem sensacionalismo e delaçao. o jornalismo se transformou em fofoca, sem credibilidade nenhuma. se nao for os jornalistas de verdade para salvar o nome, a palavra jornalismo vai ser odiada quanto a palavra tortura, pode ate ser exagero. a alguns atras e hoje tambem , jornalista, policial , quartel, e tortura andavam bem juntinhos.

  3. Magnífica história do verdadeiro jornalismo. cada dia mais raro no Brasil. Percebe-se que a medida que os velhos jornalista e repórteres comprometidos com a verdadeira democracia forem desparecendo, restará no Brasil os do estilo “revista Veja”, no qual escrúpulo e o amor pela verdade investigativa foi para o lixo já na faculdade, o seu ideal prostituído é trabalhar em grandes veículos de comunicação e rasteja para o patrão.

  4. Essa tendencia do mau jornalismo nao e somente brasileira ela e mundial, grande parte se tornaram sabujos do (Deus)mercado. que nada mais e do que os banqueiros..

  5. OS PLANOS DA NETFLIX E DO YOUTUBE PARA FECHAR A GLOBO
    Quero ver o Brasileirinho sem o Corinthians – Bozó
    O ano começou movimentado para o mercado de TV com o recente anúncio da expansão global da Netflix a 190 países. Saudada como a “primeira empresa global de TV”, a nova estratégia já era esperada e está sendo testada há alguns anos. Tanto é que o próprio CEO da Netflix, Reed Hastings declarou à Tela Viva, que cobriu o lançamento da nova estratégia na CES, em Las Vegas, que a experiência da expansão para mercados como o Brasil seria fundamental nessa nova etapa da Netflix.
    http://www.conversaafiada.com.br/pig/os-planos-da-netflix-e-do-youtube-para-fechar-a-globo

  6. grande mídia antinacional brasileira, nesse momento, fantástico do antijornalismo envergonhado brasileiro, nas páginas dos principais jornais e nas coberturas televisivas.
    bosta
    Continuam, mais do que nunca, amarrados aos banqueiros, aos vendilhões da pátria, cerrados nas defesas do entreguismo do patrimônio nacional, para pagar dívidas e não para utilizar as reservas, que foram acumuladas pelo governo nacionalista petista, a serviço do crescimento econômico, como condena o economista Edmar Bacha, integrante da corrente neoliberal bancocrática, nas páginas do Globo, terça feira,12.
    Sempre o Globo, porta voz oficial das causas antinacionais, agora, empenhadíssimo, certamente, sob orientação de Washington, em proteger os tucanos das denúncias de que também se lambuzaram no dinheiro da Petrobras repassados por ex-diretores monitorados por partidos políticos governistas e oposicionistas, indistintamente, no embalo da legislação eleitoral permissiva tupiniquim.
    http://independenciasulamericana.com.br/2016/01/grande-midia-tupiniquim-grande-bosta/

  7. Infelizmente,senhor Britto,tal profissão,já nasceu morta,desde que introduziram no primeiro jornalzinho de um passado distante,um PATRÃO COM TESTÍCULOS OU UMA PATROA,COM GENITÁLIAS.O que o senhor,e poucos fazem,hoje em dia,e o fizeram no passado,é POLÍTICA.Política Partidária.Com a qual,concordo sempre,mesmo de parte dos adversários,não respeitando as teses deles,mas acatando-as,por dever cidadão.

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