O mais interessante da entrevista de João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST, dada a Thiago Mali, editor do Poder360, é a visão do que ele entende que acontece com Lula, diante de uma perspectiva de herdar, a partir do final do ano que vem, um país que precisa se recuperar urgentemente, mas promover, ao mesmo tempo, mudanças essenciais.
Para ele, acontecerá uma aliança política entre interesses diversos de classe, mas “de forma tácita, não como a Carta ao Povo Brasileiro”, da eleição de Lula em 2002.
“O Brasil vive a sua pior crise. Os problemas econômicos sociais e ambientais só vão se agravar. Logo essa crise vai gravar ainda mais os setores da classe média e os setores da burguesia. É verdade que a economia brasileira é muito concentrada, então 400 empresas e bancos controla a maior parte do PIB. E essa gente continua ganhando dinheiro, mas logo o “seu JBS” vai se dar conta que se o povão não tiver renda não há quem compre carne neste país. Espero que o Lula ganhe as eleições. Agora, esse programa de transição vai ter que afetar certos privilégios, vai ter que afetar os bancos de hoje, que ficam com R$ 400 bilhões de pagamento dos juros lá pelo Tesouro. Vai ter que ter um acordo, só que em outras bases. Lula só vai ganhar as eleições no bojo de uma ampla campanha de massa.”
Stédile diz que os Sem Terra se jogarão com força na campanha do ex-presidente, por entenderem que a sua eleição é uma necessidade para a retomada de uma agenda de avanços sociais.
Veja este trecho da entrevista abaixo. E a íntegra, se puder, assista no Poder360 ou no Youtube..