STF anula manobra bolsonarista para eleição no Senado

O presidente do Supremo Tribunal Federal anulou, esta madrugada, o encaminhamento dado pelo candidato de Ônyx Lorenzoni para a eleição do Senado, que iria permitir a eleição “tranquila” de Davi Acolumbre, o brucutu que presidiu a deprimente sessão de ontem da Casa.

Não podia haver outro resultado, porque foi um escândalo o que se passou: um candidato definindo as regras de uma eleição que ele iria “disputar”.

Tão arbitrário que mandou trancar o plenário do Senado para evitar que aquele que deveria presidir a sessão – o senador mais idoso, José Maranhão, como determinou o STF – se sentasse na cadeira de presidente, como registra a Folha.

Em nome de uma suposta “transparência” empurrava-se os senadores – a maioria de estreantes na casa – a escolher um atrabiliário para presidir o Senado e garantir o controle absoluto da casa pelo governismo.

O que não está descartado, porque a leva de senadores que se elegeu em outubro é, em grande parte, afinada com a onda reacionária que se abateu sobre o Brasil.

Mesmo que sejam maioria – ou quase – o que se pretendia era outra coisa: a aniquilação de todas as forças que se opunham ao atual governo, pela abolição do curso normal das escolhas políticas daquela Casa, estabelecendo uma ditadura legislativa.

Recomenda-se aos “moralistas” que se dizem de esquerda que reflitam sobre o que é entregar o controle absoluto do Senado a um candidato que, por inexpressivo, tudo deve ao apoio do governo Bolsonaro.

 

Fernando Brito:

View Comments (15)

  • Naqueles bons tempos em que se amarrava cachorro com linguiça, candidato a cargo num colegiado só pode discursar mostrando a sua plataforma política e votar. Nunca sequer sentar na mesa de trabalho ou participar de alguma forma nos trabalhos de votação.

  • A QUE PONTO CHEGAMOS
    FIQUEI FELIZ DE VER O MAIA ELEITO - podia ter sido o Kin catacoquinho, já pensou nisso?

    com Renam - a mesma coisa
    Fevereiro promete, serão fortes emoções

  • A política de fazer tudo "na marra" esperando que os outros se comportem como o povo brasileiro - caladinho.
    Quando todo dia é dia de indignação vai se consolidando a desesperança de que algo de moral, ou em último caso racional, saia de alguma instituição brasileira.
    O país "do" futuro se transformou no país "sem" futuro. Uma colônia porcamente administrada por milicianos, grileiros e vendedores de sentenças todos abraçados ao grande capital.

  • Toffoli "anulou, esta madrugada, o encaminhamento dado pelo candidato de Ônyx Lorenzoni para a eleição do Senado"? Quer dizer: quando é para ajudar o seu "amigo" Renan, Toffoli teve tempo "de madrugada" de assinar um documento determinando o cancelamento de uma manobra bolsonarista para eleição no Senado, mas não teve tempo, nem "de madrugada" para assinar um documento que daria direito a Lula de comparecer ao velório de seu irmão. Tudo muito conveniente, dependendo de quem é o favorecido da vez.....

  • Que se dêem nomes aos bois Fernando. Quem são os senadores que permitiram isso? Dizem.que 50?

  • Ontem eu disse que a noite era longa e Renan não podia ser subestimado. O juiz com nome de bombom não me engana: não foi por respeito à democracia que tomou essa decisão. Pra mim o Golpe já está demolindo Bolsonaro, para que o general da vez, herdeiro de 64, venha "moralizar" o país. É provável que tenhamos até uma outra Marcha da Família, como em 64.

  • Isso mesmo, Brito. Randolfe foi o que mais contribuiu pra isso. Mas cada um faça o seu papel. Porém, isso é pra mostrar o quanto Bolsonaro quer poder ter influência e mandar no Senado e Congresso, e que os senadores depois de assistir esse golpismo ontem, vejam o tratamento que o governo Bolsonaro pretende dar a eles. Fora o poder que o DEM manteria. Renan sempre foi governo, mesmo apoiando o Golpe do impeachment, mas pra não ter um Senado subserviente a Bolsonaro, a única opção é Renan.

  • Dias Toffoli é um grande safado, ele sabe que amanhã ou depois ele pode ser a bola da vez e com certeza o Renan vai engavetar...podem ter certeza. Fora Toffoli

  • Fernando, o que está em jogo realmente neste exato momento de escolha do comando do Senado é a salvação do garoto. Né não?

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