O referendo, por unanimidade, mantendo a decisão de Alexandre de Moraes, que determinou a prisão em flagrante do deputado Daniel Silveira, com apologia do AI e da tortura a ministros do Supremo Tribunal Federal empurra para os deputados a “batata quente” que representa a sinceridade bolsonarista manifestada pelo “brucutu parlamentar”.
É muito difícil que os deputados se disponham a comprar a defesa de Silveira – em si, um ninguém, a não ser porque expressa a grosseria e a brutalidade de quem está hoje na Presidência – e arranjar uma encrenca com o Supremo.
Se ele vai ou não perder o mandato é conclusão a que não se pode chegar, depois do episódio Flordelis, é claro.
Chamou a atenção a aparente combinação entre os ministros – o que, claro, não incluiu Marco Aurélio Mello – para que pronunciassem apenas o voto de referendo, sem novos comentários.
É sinal claro que não estão interessados em muito “data vênia” e que cobram uma ação igualmente enérgica não só da Câmara mas também do grupo bolsonarista.
Mas este, não vai se fazer de rogado e vai pressionar o presidente Arthur Lira a pagar, já e à vista, o preço de sua eleição ao cargo.
Não vai dar, óbvio.
A lua-de-mel entre Centrão e bolsonaristas, depois das apaixonadas núpcias da eleição para a presidência da Câmara, vai virar briga de vila.
Bolsonaro pode fingir que não é com ele, mas é, porque vai ter de tourear o seu gado cibernético, que fez do brucutu o seu herói do mês.