O ministro da Justiça, André Mendonça, sai terrivelmente derrotado – até a hora em que escrevo por 8 a zero – do julgamento do STF sobre a legalidade do dossiê que seu ministério fez sobre opositores do governo.
Neste Brasil irracional, é verdade, não é impossível que um ministro da Justiça que patrocine, na prática – diz ele que sem agir para isso – uma investigação clandestina sobre 579 pessoas possa vir a ser indicado e aprovado como integrante do Supremo Tribunal de Justiça.
Mas é de reconhecer que suas condições para ser viável para que o seja, agora, daqui a pouco mais de dois meses, quando se abrir a vaga criada pela aposentadoria de Celso de Mello.
Mendonça já tinha se dado à desmoralizante apresentação de habeas corpus para Abraham Weintraub por ter dito que meteria na cadeia os integrantes da Corte Suprema.
As referências nos votos de alguns ministros de que o dossiê teria se iniciado no último dia da gestão de Sérgio Moro não servem de atenuante.
Agora, terá de ficar – e já está, afinal – silencioso como passarinho na muda, exposto à chuva pelo presidente da República que havia classificado como “terroristas” aqueles que se definem como antifascistas.
Aprová-lo no Senado para a vaga de ministro do STF passou a exigir esforço de Jair Bolsonaro e Jair Bolsonaro não se esforça por ninguém.