Toca a campainha e sai correndo…

— O texto? Pergunta para o autor. Eu apenas [o re]passei para meia dúzia de pessoas.

O único comentário de Jair Bolsonaro, hoje, ao ir até a portaria  do Palácio da Alvorada posar para fotos com criancinhas, sobre o texto “apavorante” (definição que ele proprio deu!) divulgado ontem por seus grupos de whatsapp mostra que o expediente visou apenas criar polêmica e apreensão.

Foi a versão 2 do “tsunami” usado na semana passada e é a forma de manter-se vitimizado, algo que desde o episódio de Juiz de Fora parece ter se incorporado ao papel que desempenha na política.

Bem conveniente, aliás, a quem de fato é algoz.

A política, para Bolsonaro, é isso: chocar, manter em sobressalto, evitar a discussão política,  substituindo-a pela ideia de que está sendo perseguido.

Conseguiu, ao menos nas redes sociais, o que buscava. Seus seguidores estão (mais) histéricos, decididos a defendê-lo de uma conspiração acertada entre a mídia, os comunistas, os militares e, a esta altura, até o decrépito Lobão.

Desta vez, porém, no vídeo reproduzido pela Folha, é possível sentir a tensão que o ex-capitão exibe.

Ele não é capaz de dialogar, de expor aquilo que o texto diz que estaria sofrendo em matéria de pressões e de amarras, talvez porque seja ele quem quer pressionar e manietar. Como é incapaz do convencimento, optar por não tentar convencer.

Vive no primarismo da “lacrada”. Atiça e corre, como fazem os moleques tocando a campainha e dando sebo às canelas.

O Brasil, para ele, é algo para se “tocar fogo”.

Fernando Brito:

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