Há dez dias, este blog escreveu que o anúncio sem critérios de elevação das velocidades máximas nas marginais e outras vias de São Paulo, feito por João Dória assim que eleito, em entrevista à Globo era um convite à morte.
E registrava que isso era um convite à morte. Convite expresso, porque ele o prometira para a primeira semana de gestaão: só o tempo de trocar as placas indicativas.
Hoje, a Folha dá números precisos.
De julho de 2014 até junho de 2015, quando foi adotada a redução dos limites foram 64 acidentes com mortes, contra 31 ocorrências do tipo nos 12 meses seguintes, até junho de 2016.
Queda de 52%.
Mais isso fica bem mais expressivo quando se diz: 33 cadáveres a menos, se supusermos que cada acidente resultou em uma única morte.
Vai-se revogar isso?
Porque é o mesmo que autorizar, uma vez por ano, uma manchete do tipo: “ônibus cai de ribanceira e mata 33 pessoas”, o que não passaria na cabeça de ninguém.
Desculpem a comparação chocante, mas é assim que as pessoas se dão conta da monstruosidade.
Na própria Folha, os números desmentem que a redução dos limites possa ter aumentado os engarrafamentos nas marginais, embora sua diminuição seja argumento imensamente menor do que o da perda de vidas.
Dória está dando sinais de recuo, diz a matéria. Menos mal.
Porque parece que, para muita gente, o automóvel é a realização imaginária de desejos de potência e supremacia.
Até que a morte atropele esta estupidez.
10 respostas
Por mim subiria pra 120 km/h nas marginais e 110 km/h nas outras. Coxinha? Quanto menos melhor.
Bom dia,
não se esqueça, eu sou um suicida, eu votei no doria do PSDB
O que são “apenas” 33 vidas para os nazifascistas coxinhas, se com a PEC da morte eles poderão multiplicar esse número por 1 milhão ao negar saúde e programas sociais para o combate à miséria? Estamos próximos de testemunhar um extermínio em massa da população mais pobre com a PEC da morte, uma espécie de solução final que deixaria Goebbels orgulhoso. Trata-se de um plano sistemático de eliminação dos mais pobres para a transferência de recursos para a turma de banqueiros e rentistas que sugará ainda mais as riquezas da nação. Parabéns imbecis de verde e amarelo, vocês conseguiram realizar o antigo sonho da elite tupiniquim de extermínio dos pobres.
Coxinhas com recheio do que não presta e, agora, cobertura de sangue!
A flha de São Paulo ajudou a elegê lo e agora vai ajudar a governar , fazendo o aproveitamento das coisas boas deixadas por Fernando Hadad . Só que agora com outra assinatura e autoria .
Que importância tem o cadáver do pobre para um golpista? Tão pouco se lichando. Mais um menos, um. Não faz falta mesmo. É porisso que no mundo o que não falta pra morrer todo dia é pobre, que fica na dependência desta política perversa e assassina que os ricos impõem visando única e exclusivamente satisfazerem os seus caprichos mundanos. É uma contenção de gastos aqui, e uma taxinha de juros maior ali, e um percentual de lucro maior lá e assim o pobre cristão vai aguardando a vida eterna esperando que lá tudo seja diferente. É aí que entram os pastores, para arrebanhar estes pobres inocentes e agasalha- los nas suas generosas igrejas oferecendo-lhes recompensa do outro lado. Para o mundo que eu quero descer. Assim não tem Cristo que aguente!
O ridículo é esconder esse dados durante todo o tempo. Não vale a pena nem analisá-los. Contra o império da mídia a luta é quase impossível. Em Palmas-TO o prefeito multiplicou o número de radares e reduziu velocidades. Mostrou a redução do número de mortes e venceu a reeleição com a narrativa da “indústria da vida”, em oposição à “indústria da multa”. Na São Paulo provincial isso é impossível.
Estevão Zanchetta: para sua informação, a velocidade máxima em Porto Alegre, em TODAS AS VIAS, é de 60 km/h. Só temos 2 vias onde ela é de 80 km/h. E essas duas não tem mais do que 3 km de extensão, não tem cruzamentos nem semáforos. E, durante o dia, conseguir trafegar a 40 km/h já é considerado alta velocidade, tamanho o caos instalado no trânsito. Em certos horários a média de velocidade não chega aos 16 km/h.
se recuar eh estelionato eleitoral
Brito, gosto muito de você! Mas penso que este tipo de assunto é irrelevante no momento. Os eleitores paulistanos acabaram de eleger Dória (e não foi só pela campanha desonesta sobre o limite velocidade)… De qualquer forma, acredito que isto deve ser combatido de outra forma. Mais inteligente (não que você não seja).
Sejamos um pouco mais maquiavélico (no sentido estratégico), o melhor que ele tem de fazer é de fato alterar os limites…. E, com os dados novos, começarmos a entrevistar e demonstrar à população os efeito danosos desta alteração….
É igual a história da pec 241; enquanto a população não sentir o que isso significa, não vai adiantar muito darmos toda publicação… Por isso, nesta fase, acho que em vez de tratarmos estes assuntos dando o enfoque no que é trágico, deveríamos trabalhar este assunto como fato de curiosidade (tipo: subliminarmente fazer o povo se perguntar “mais o que é esta pec mesmo?” ou “se o Dória prometeu mudar os limites, ele tem que mudar, né não?”… É como se dissesse, “Pessoal abre o olho”.
O resultado das ações deles resultará em impacto direto na galera. Em outra plataforma – nos movimentos, de boca em boca, nas mídias sociais se inicia a desconstrução destas mesmas ações. Isto é coisa de dois anos… Não adianta ir pro pau agora porque vai faltar cartucho para a hora decisiva.
Tenho isso em mente, pois compreendo que o povão deixou, de certo modo, o PT e a esquerda na estrada (ou seria o inverso – ou o inverso do inverso e simultâneo). Logo, não faz sentido correr atrás de quem te largou é preciso não ser pegajoso, grudento e sim reconquistar, primeiramente corrigindo o comportamento que motivou o distanciamento…
É o que penso.
Desculpa o incomodo.