TSE anula inquéritos sobre pesquisas. Mas a pressão continua

Escrevi, há alguns dias, que as pesquisas eleitorais estavam sob pressão do bolsonarismo e, por isso, era preciso levar em conta que poderiam estar “se protegendo” de eventuais diferenças entre seus resultados da contagem dos votos, sempre possível porque se tratam de levantamentos estatísticos e não de contagem de votos, impossível num eleitorado de 150 milhões de eleitores.

Era uma ofensiva política, capitaneada por Arthur Lyra, dublê de presidente da Câmara e operador do Orçamento Secreto. Agora, passa a ser uma ofensiva do próprio Governo Federal, com a abertura de uma investigação do Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica – órgão do Ministério da Justiça, com poderes para impor multas milionárias e até enterferir na organização das empresas.

E não só, porque a Polícia Federal abriu inquérito, a pedido do ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, com base em acusações vagas de que haveria “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados’ por alguns institutos [de pesquisas]“.

O TSE derrubou esta última iniciativa, mandando encerrar estes inquéritos, por pertencer à Justiça Eleitoral a fiscalização das pesquisas eleitorais, pedindo à Procuradoria Eleitoral que apure a ocorrência de crime de desvio de finalidade por quem mandou abrir os procedimentos.

É o mínimo que se poderia esperar, mas não quer dizer que os institutos de pesquisa não estejam apavorados com a possibilidade de que venham a sofrer intervenção e criminalização .

O suficiente para criar uma nova margem de erro. O erro da ameaça à sua existência.

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