É provável que, de tão absurda, não prospere a ideia “salvadora” de Jair Bolsonaro – anunciada hoje nos jornais – de ‘zerar’ toda a tributação federal sobre combustíveis, provocando um “rombo” de R$ 50 bilhões nos cofres públicos para baixar o preço nas bombas para, assim, conseguir uma redução de 10% no preço da gasolina e cerca de 7% no óleo diesel.
Para que o leitor tenha ideia da ordem de grandeza, a perda de receita é igual ao que se acrescentou de gastos com o “Auxílio Brasil”.
O efeito sobre o custo de vida, ao contrário, seria insignificante, não apenas porque o preço do petróleo continua subindo, a política de paridade internacional, que está produzindo lucros gigantescos para os acionistas privados da Petrobras seria mantido e, afinal, porque não haveria o repasse total do “fim” dos impostos nas bombas de gasolina.
Serve, porem, como um sinal do grau de irresponsabilidade fiscal a que Jair Bolsonaro está disposto a praticar na sua tentativa de reverter sua queda de popularidade.
A antes “sagrada” Lei de Responsabilidade Fiscal, em nome da qual o “mercado” achava que podia (e podia) emparedar e até derrubar governantes eleitos, agora, pode ser revogada num peteleco, para salvar o atual mandatário, sem que surja nenhum editorial escandalizado a defendê-la.