Uma escola para aprender a liberdade de viver com grades. O CIEP para ricos, e só

ciepderico

Não há coisa mais importante numa escola – qualquer escola – do que aprender a conviver.

É o convívio que evita que sejamos assustados como coelhos ou ferozes como tigres.

É ele quem nos faz ver que temos um lugar no mundo e que, para ter este lugar, é preciso contribuir com o trabalho.

E que para o trabalho – e a utilidade social de nossas existências – é preciso aprender.

A notícia da Folha, hoje, sobre a instalação de uma escola de “nobres” em São Paulo é uma tristeza para quem ama a educação e a sua capacidade de integrar seres humanos, em dar algum sentido senão a ganância, em permitir que eles vejam uns aos outros e a todos como essencialmente um igual.

Crianças “fluentes em inglês aos cinco anos” pensam em inglês. Não são “cidadãos globais” serão vozes do império global, de onde nos vem a “incubadora de milionários”.

Nada contra, muito pelo contrário, a escola ser grande, bonita e dotada de todas as funcionalidades que uma boa escola hoje deve ter.

É um “CIEPão” para milionários, porém. Com tudo o que acham absurdo que os filhos do pobre tenham, porque é “faraônico” e, como dizia o Dr. Roberto Marinho, lhes bastam umas “escolinhas”

É para quem pode pagar R$ 8 mil por mês, e só.

Seus diretores não são chamados de professores, mas de “gestores”.

Diz sua propaganda  que “compartilharemos nossa prosperidade, primeiramente, criando oportunidades para aqueles com necessidade financeira.”

Como, aprendendo a viver entre grades e muros, convivendo com só quem tem muito, sonhando sempre em querer ter mais?

É a antítese do que sonhamos, a antítese da educação que até o homem primitivo conseguiu desenvolver ao aprender a repartir e, assim, viver em coletividade.

Queremos tudo de bom para uma escola, mas queremos escolas para todos, não só para quem já pode muito poder mais.

Nada além do verso do Gil e do Dominguinhos: “usufruir do bem, do bom e do melhor, seja normal pra qualquer um”

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6 respostas

  1. Os ricos já colocaram seus filhos em ótimas escolas e nenhum , nenhum , deles ganhou nada para o país. São herdeiros e exploradores do Brasil e do Planeta. Nossa elite é a nossa ralé!

  2. Escolas ultimamente tem cara de penitenciária. Um bloco de concreto apenas.
    E esta ai é cara, só para bilionários. Ha Ha!

  3. Boa tarde,

    essa divisão começou na década de 70 até meados de 85, quando anglo, objetivo e demais escolas montaram suas unidades particulares levando a uma segregação, aumento da desigualdade entre a pública e a escola particular. Antes desse período todos eram alunas no publico e com educação de qualidade. esta na hora de voltar a esse tempo.

  4. Oito mil reais por mes. E são voltados para quem tem “necessidades financeiras”. Dá para acreditar que eles teriam preocupação com a miséria alheia?

  5. Sabe quem vai estudar lá? Quem tem dinheiro para estudar lá?

    Os filhos de juízes e os filhos dos denunciados da Odebrecht.

    Já vão se namorar por lá, já se casam por lá, já vão para a cama juntos desde lá.

    E na mesma cama permanecerão. num coito ininterrupto, pelos séculos e séculos…

    PS. Será que os filhos do Abdel e do Gilmar se conhecem? Se se conhecem, se conhecem de onde? É assim que a banda toca…

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