O Brasil possui, desde 1961, uma indústria de aviônicos e defesa por mísseis, a Avibras.
É dela que saem os foguetes Astros II, usados tanto pelo Iraque de Saddam Hussein quanto pela Arábia Saudita na Guerra do Golfo. E pelas forças armadas da Malásia, Indonésia, Catar, Angola e Bahrein.
E, é claro, pelo Exército Brasileiro.
Assim como a nova versão, o Astros 2020, com alcance de até 200 milhas (320 km), que tem também uma versão naval.
Além disso produz ou desenvolve mísseis (ar-ar, ar-terra, terra-ar e terra-terra), equipamento de direção de tiro para artilharia antiaérea, veículos aéreos não-tripulados e outros equipamentos estratégicos de defesa.
A empresa está em mais um dos grandes impasses de sua história de 54 anos. Está parada desde dezembro, com os 1.500 funcionários da unidade de Jacareí (SP) com seus pagamentos em atraso.
Ia ser parcialmente vendida à divisão de Defesa e Tecnologia da Odebrecht, mas o negócio parece ter gorado. A Odebrecht está, como as outras grandes empreiteiras, com a língua de fora pelos problemas que todos sabem.
Certamente não há “santinhos” da indústria bélica, como de resto não os há em quase todo o empresariado.
Mas a Avibras é uma empresa estratégica não apenas para a nossa defesa como, também, para nosso comércio exterior, com uma carteira de encomendas que corre o risco de se desmanchar.
Já que o ex-governador Jaques Wagner não pode fazer o que mais dele era necessário neste momento – a articulação política do Governo – bem poderia se dedicar a encontrar uma saída que preservasse o interesse nacional numa empresa classificada por seu próprio Ministério como “estratégica para a defesa nacional”.
Se necessário, até mesmo uma intervenção através do Exército Brasileiro para sanear sua situação – há uma briga entre o controlador e acionistas minoritários da empresa – até que se consiga uma solução privada para sua continuidade operacional.
O que não pode acontecer é jogar no lixo o conhecimento tecnológico acumulado em mais de 50 anos, numa área que só as grandes potências mundiais detém tecnologia.
No caso de mísseis, não mais que meia-dúzia de países.
O ministro Jaques Wagner tem de chamar a si o problema e encontrar uma solução que preserve a Avibras, porque tecnologia bélica neste nível não tem para vender no mercadinho da esquina.
6 respostas
Está na hora de fazer um PROER para a indústria Brasileira.
Fizeram para os bancos… por que não para quem produz?
Se deixar quebrar uma o efeito dominó pode ser terrível. (E já está sendo!)
Cadê o BNDES ?
Emprestando para os alienígenas OI, Vivo, etc.
Estão esperando os israelenses comprarem mais esta indústria bélica.
Vê-se que não temos política para este assunto.
A Rússia re-estatizou toda sua industria bélica, na época Yeltsin foi toda privatizada e sucateada.
Hoje produz mais, melhor, e por uma fração do preço da indústria americana (basta comparar Su35xF35).
Se queremos ter uma defesa autônoma, livre de chantagens de donos de tecnologia (ver o episódio dos Grippen com a Argentina, dos SuperTucanos com a Venezuela),senão esse caminho, pelo menos nos associemos com países que têm os mesmos interesses geoestratégicos nossos.
Essa comparação de preço do Su-35 com o F-35 não faz nenhum sentido! São aeronaves de categorias bem distintas! Você pode comparar o Su-35 com o Rafale, com o Eurofighter, com o F-18E/F Super Hornet e até com Gripen. O F-35 é uma aeronave de 5ª geração, podendo ser comparada com o PAK-FA T-50 e o J-20 e o J-31, aeronaves chinesas.
Essa dilma!