União ganha com renegociação de dívidas de estados e municípios

ScreenHunter_5352 Nov. 08 09.08

Voltamos à velha guerra da manipulação.

A imprensa puxa a corda do arrocho, da recessão, dos cortes, e a sociedade puxa do outro, do aumento dos investimentos públicos, para reativar o crescimento.

Suponho que há excessos de ambos os lados, mas sobretudo do lado de lá, do arrocho.

A Folha publica matéria falando que “União perderá R$ 59 bi com negociação”. Ela se refere à medida aprovada semana passada no Congresso, para reduzir os juros das dívidas que estados e municípios pagam à União.

Como eu gosto de repetir: não existe melhor maneira de contar uma mentira do que dar-lhe fumos de verdade.

Basta ler a matéria com um pouco de senso crítico.

Em 2015, o impacto da renegociação, para os cofres da União, será de apenas R$ 1 bilhão.

R$ 1 bilhão de impacto fiscal, que poderia entrar ou não via pagamento de juros por parte de estados e municípios.

Entretanto, como a renegociação permitirá aos estados e municípios recuperarem parte de sua capacidade de investir, haverá retomada de crescimento e, portanto, aumento da arrecadação.

Ou seja, a “perda” de R$ 1 bilhão será neutralizada com aumento dos investimentos dos estados e municípios.

Não haverá perda nenhuma.

Ao contrário, estados e municípios ganham espaço para investir.

A União ganha com arrecadação maior.

E o povo, naturalmente, é quem ganha mais, porque os recursos públicos, ao invés de serem sorvidos no ralo sem fundo dos juros, poderão ser investidos em obras e serviços.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

8 respostas

  1. Não é só isso, meu querido. Os juros atuais cobrados da União aos Estados estavam leoninamente indexados. A União apenas admitiu isso num lento acordo que levou anos. O comportamento dos indexadores fixados não tiveram o desempenho esperado pelos contratantes, ou se previu mal. Os estados estão quase todos de pires na mão. Esse episódio foi um capítulo importante mas cotidiano de convivência federativa. É que a carência de jornais pelo sensacional termina por corromper o teor das notícias para enche-las de tempero duvidoso. Mas é algo de certa forma prosaico. União não perde nada, União passa receber com justeza pelas dívidas contratadas e todos saem ganhando que os estados ganham vitamina nos investimentos.

  2. “Entretanto, como a renegociação permitirá aos estados e municípios recuperarem parte de sua capacidade de investir, haverá retomada de crescimento e, portanto, aumento da arrecadação.”

    Verdade!

    _______________________________
    É isso. É essa a relação que não querem que o País entenda. Por isso irão às raias do absurdo, sempre.

    Relação “custo-benefício” é elemento de análise que convenientemente foi suprimido do universo retórico do PiG. É a insustentabilidade do tão amplamente divulgado discurso da sustentabilidade.

  3. Bom, tinha entendido até onde as prefeituras iam ganhar.
    Eu acho esta tal de economia um tanto que complicado.
    E o GOVERNO, não sabe falar igual a LULA, o rei da cominucação.
    Não sabem falar para o POVÂO.
    Depois tem que se estribuchar nos palanques.
    Fale simples com o POVO, converse…e não mande o Ministro falar.
    È nesta hora que o TIRIRICA conversaria melhor..
    Exemplificaria como se fosse uma casa, onde o pai é o presidente.
    Isto mataria a MIDIA, que não sabe falar…
    Ou vocês pensam que eu entendo tudo o que voces falam.

    1. Aqueles JOVENS da eleições de DILMA, conversaria melhor.
      Substituam as propagandas da Petro, correios BB, Caixa, por
      eles..

    2. Boa Renato. Na veia da coisa feia, estúpida, degradante e complicadíssima desde o vergonhoso e trágico 64. Desde a implantação do tal cavalo de troia midiático.

  4. Primeiro náo se trata do ente União contra estados e/ou municípios e sim banqueiros/ricos que se apropriam dos títulos da dívida pública.
    Na verdade, é o contrário, pagou-se muito mais do que se devia, logo, muitos estados e municípios é que deveriam receber o que pagaram a mais. Especialmente o estado do RS e a cidade de São Paulo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *