Vale “desova” navios-fantasma que Agnelli comprou lá fora

valecosco

Quase sem registro na imprensa, a Vale se livrou de parte do problema criado com os meganavios que Roger “Queridinho da Mídia” Agnelli mandou construir na China e na Coreia.

A mineradora vendeu – e afretou em seguida – quatro navios de minério (VLOC – Very Large Ore Carrier) por US$ 445 milhões, o que representa uns 20% menos do que custou cada unidade, além do custo financeiro.

Com este, já são oito os megamineraleiros que a Vale deixa de operar. E, com isso, além de se livrar das restrições que os armadores chineses tinham criado para a atracação dos navios gigantes – 400 mil toneladas de porte bruto, os maiores do mundo – alivia seu caixa num momento em que os preços do minério estão baixos no mercado mundial.

E resolve o problema de subutilização de embarcações caríssimas.

Não foi mau negócio para a empresa, dados os problemas que tinham sido criados.

Mas foi um mau negócio para o Brasil, lá no seu nascedouro.

O volume da encomenda, mesmo que não pudesse ser atendido pelos estaleiros existentes no Brasil em 2009, era grande o suficiente para atrair para cá uma planta de construção de navios de grande porte.

Num cronograma de longo prazo, combinado com contratos de afretamento, poderia ter atendido à necessidade de transporte da Vale e permitido negociação com os chineses que, ao contrário do que acontece aqui, sabem defender seus interesses.

E gerando empregos e atividade industrial aqui.

Mas isso é pouco importante e a mídia não se interessa pelo desastre que foi a decisão de fazer aqueles navios do exterior, da forma que foi feita.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

7 respostas

  1. O Nome dessa operação de venda de ativos e seu arrendamento é leasing-back, sendo a principal vantagem a redução de impostos e o alívio no balanço pela desincorporação dos ativos do patrimônio líquido.
    Assim sendo, sem entrar no mérito do valor da operação, tendo arrendado os navios, obviamente não deixou de operá-los e tem a opção de, caso lhe interesse, adquiri-los de volta ao final do contrato por um valor residual.
    O texto do post, na ânsia de condenar Agneli, não é feliz, lembrando levemente matérias do Globo ou da Folha sobre a administração federal.

    1. Acho que vc não leu ou não entendeu o texto.
      Se é leasing back ou forward, não interessa.
      O que interessa é que a Vale gastou um valor absurdo e os navios nem puderam ser utilizados para o fim que se destinavam, gerando altos prejuízos, que agora foram amenizados.
      A essência do post é o que se pode ler a seguir:
      “Não foi mau negócio para a empresa, dados os problemas que tinham sido criados.
      Mas foi um mau negócio para o Brasil, lá no seu nascedouro.”
      E trata-se de decisão empresarial que não poderia ser tomada por alguém que posava de super esperto!

  2. Para os fascistas de plantão : Como se não bastasse o descalabro da aquisição da Vale pelo grupo Vicunha por Irrisórios 3 bilhões a quase 20 anos,apesar da crise a empresa chegou a ser estimada antes de 2008 em 190 Bilhões (mal negócio heim , Rabinovitchs ? ). O que o sensato Fernando escreve e como o PIG se cala diante de fatos importantes para a economia quando lhe convém. E a proposito o Comunismo apesar de falhas ,injustiças e etc, veio para ficar( vide China multimilenar adota-lo e se tornar primeira economia elevando consideravelmente a qualidade de vida de seu povo e socorrendo a principal potencia militar )enquanto sua contraparte o Fascismo já nasce com dia marcado para acabar.

  3. “…a mídia não se interessa pelo desastre que foi a decisão de fazer aqueles navios do exterior, da forma que foi feita”.

    Esse caso é bem exemplar do quanto a mídia brasileira é braço do entreguismo parasita que suga o Brasil. Atacam a Petrobras, a maior e mais lucrativa empresa brasileira, o tempo todo e se omitem em relação aos erros da Vale privatizada. Afinal, enquanto a cotação do preço do minério de ferro subia, ela era citada pelos entreguistas como exemplo de que o consequente aumento dos lucros seria resultado de uma melhor administração após ter sido privatizada. Noticiar e analisar o caso dos navios gigantes comprados no exterior pela Vale, seria o mesmo que admitir que a gestão privada daquela empresa foi um fracasso e prejudicou os interesses do Brasil. Então a mídia entreguista se auto-censura em relação à Vale.

  4. O mercado agora nao é dos armadores… ha excesso de oferta de espaço para carga maritima.
    leasing back forçado, porque foi navios demais, grandes demais, sem dar lucro (prejuizo) muito tempo, recusados pelos portos chineses, e ainda por cima dando emprego la fora e remetendo divisas.
    Isso depois de fazer trust com os concorrentes no minerio de ferro e fazer os chineses engolirem altissimo preço por tonelada.

  5. E, adicionalmente, seus gestores “jênios” permitem que uma empresa canadense aventureira venha aqui, obtenha o serviço do projeto detalhado de Carnalita, que deveria ser desenvolvido no Brasil e espertamente o leve para ser feito na INDIA.

    É a VALE gerando empregos na INDIA, minha gente! Tudo isso enquanto a engenharia nacional enfrenta uma das suas maioras crises em termos de falta de serviços. E cadê aquela estória da carochinha de que faltavam engenheiros.. BALELA!

    E aquelas propagandazinhas na TV? “Vale: erando empregos e riquesa para o Brasil e os Brasileiros”… lembram??

    Deve ser para nos incentivar a comprar pelotas de minério de ferro.

    Se fosse a Petrobrás? Pau na Petrobras!

    Vocês da imprensa independente precisam se aprofundar mais nesses temas da engenharia nacional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *