Depois do vídeo publicado pelo jornal Metrópoles, do DF, tornou-se ocioso discutir a existência de um “gabinete paralelo” no comando da Saúde no Brasil.
Lá estão eles, dizendo para não dar importância “excessiva” à vacinas, dizendo que era “impossível” que elas estivessem em estado de testes avançados (e estavam, naquele setembro de 2020 e propondo a criação de um “shadow board” (uma direção paralela e obscura, “da sombra”) com integrantes quase anônimos para dirigir as ações do Ministério da Saúde, já sob Eduardo Pazuello, através do “assessor” presidencial Osmar Terra, o negacionista de primeira hora da pandemia.
Abaixo, o primeiro vídeo mostra a reunião; o segundo dá ideia do “conhecimento científico” do “assessor Osmar Terra Plana.
A questão, agora, é tornar objetivas todas as orientações que deram, extra-oficialmente, e que influíram no comportamento da autoridade sanitária brasileira, já que eram recebidas como diretrizes “secretas” ao ministro.
Que foram, assim, interferências indevidas e ineptas sobre as orientações do corpo técnico do Ministério e que tiveram influência objetiva e prolongada no desinteresse do Brasil em comprar vacinas.
É inútil, a esta altura, que – mesmo já em situação ridícula depois do depoimento da médica Luana Araújo – continuem a discutir a (in)eficácia da cloroquina ou que esta droga produza no Amapá menos letalidade, numa confusão absurda entre esta (quantos do total de infectados morrem) e mortalidade (quantos dos habitantes morrem desta doença). Sem falar, claro, na tortura que é submeter a população às asneiras ditas pelos senadores Marcos Rogério, Eduardo Girão e Luiz Carlos Heinze, o Albert Sabin de Rancho Queimado.
O foco deve ser nos métodos e nos personagens que articularam esta mórbida maluquice, para agir na ponta, enquanto Bolsonaro exibia as caixas de “remédio”.
O no quanto o Ministério da Saúde foi transformado em “agente operacional” desta turma de aloprados fanáticos.