O longo e lento cortejo de ônibus que leva os remanescentes do acampamento terrorista diante do Quartel General do Exército – que, afinal, foi desfeito, a contragosto dos militares – está chegando ao prédio da Polícia Federal.
Dentro em pouco, uma fila – diz-se que de 1.200 de personagens patéticos – desfilará para ser identificados, rapidamente inquiridos e, provavelmente, liberados após algumas horas.
É o que se precisa fazer de imediato, mas está longe de ser o suficiente.
Os pagadores e organizadores desta mazorca vão, provavelmente, ser os próximos alvos da ação da polícia e da Justiça e isso não pode demorar.
Os momentos seguintes à derrota – física e moral – do golpismo têm de ser rapidamente aproveitados para que a derrota política destes grupos atinja o que é mais importantes: os seus chefes.
Os “bagrinhos” são nada perto dos grupos – inclusive (e sobretudo) os existentes dentro dos órgãos de Estado – que os levaram a esta desgraçada situação.
Aos “tubarões”, porém, precisa-se começar a cercar agora, já, enquanto as condições políticas de alcançá-los estão ainda “quentes” pelos absurdos de ontem.
Lula, que convocou para daqui a pouco uma reunião com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, dirá às Forças Armadas que passou da hora de se retirarem de uma batalha perdida.
E dirá aos presidentes da Câmara e do Senado que conta com que, no parlamento, se isole completamente os deputados e senadores que deram sustentação às ações golpistas.
É preciso transformar este ataque em um movimento de unidade não ao governo eleito, mas à democracia que ele representa.
Não haverá outra chance tão clara para fazer isso.