Mais de um milhão de refugiados e imigrantes fugiram para a Europa por mar em 2015, muitos a bordo de embarcações perigosamente inadequadas geridos pelos traficantes de pessoas, segundo números anunciados quarta-feira pelo Alto Comissariado para Refugiados das Nações Unidas.
Metade veio da Síria. Um quinto, do Afeganistão. O Iraque fica em terceiro lugar. Os três, juntos, somam 78% de toda a migração para a Europa.
Todos eles têm um triste traço comum: são palcos de guerras fomentadas – quando não realizadas diretamente – pelo Ocidente, com os EUA à frente.
Desde a guerra na Bósnia, há 20 anos, não se chegou nem perto destes números de refugiados na Europa.
Daquele milhão de refugiados, segundo a ONU, 3.765 morreram no mar, durante a travessia, como o pequeno Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em uma praia na Turquia, cuja foto comoveu o mundo.
Os outros 3.764 mortos são esquecidos.
E não se diga que os EUA foram fazer a guerra para restabelecer a democracia e os direitos humanos.
Porque, se fosse isso, deveria ter ido ao seu principal aliado naquela região, a Arábia Saudita, que entope de armamentos, e é governada por uma nababesca “família real” que manda passar a espada no pescoço de quem se opõe a ela, tanto que começou o ano executando 47 pessoas de uma só vez, entre elas um clérigo muçulmano que era seu opositor.
Padrão Isis de brutalidade, com as bênçãos dos EUA.
