A Folha analisa hoje a situação da tal ‘3ª via’, três meses depois do documento que a pretendeu colocá-la no mapa da sucessão, estar capenga e definhante como alternativa eleitoral para 2022.
Dos seis presidenciáveis que a compunham, dois – Luciano Huck e João Amoedo – pularam fora do barco, alegando razões pessoais. João Doria segue no seu voo baixo, planando nos 5% de intenções de voto – tanto quanto teve Geraldo Alckmin em 2018. Eduardo Leite, que afinal descobriu uma “não-questão” sexual – sem o menor jeito para ser “candidato identitário”- que lhe deu espaço nacional, porque os 11,7% com que aparece entre os eleitores de seu estado, o RS, certamente não o credenciam como administrador de sucesso.
Melhor que Doria, porém, que teria, na mesma pesquisa, apenas 6,3% dos votos dos paulistas para presidente.
Luiz Mandetta, que poderia surfar na onda da CPI, sai dela com uma imagem “meia-boca”, na qual consegue apenas o perdão por ter se afastado do negacionismo, mas jamais teve a coragem de enfrentá-lo. Sua situação eleitoral é um problema: não tem fôlego nacional e nem estadual, onde tem o obstáculo de seus patronos eleitorais (a família Trad) e nenhum protagonismo próprio.
Resta Ciro Gomes que, neste momento, acusa ter a metade dos votos obtidos em 2018, quando atingiu 12% e escolheu o caminho suicida de ser o “antipetista”, onde impera Jair Bolsonaro, com quatro vezes mais intenções de voto que ele, com seus 7%. Não lhe rendeu nada, nestes meses e dificilmente renderá. Sua candidatura não mostrou força para “puxar” a adesão da direita, com a qual conta para estar no confronto de 2° turno com Lula que, espertamente, recusa-se a polarizar com seu ex-ministro.
Os três meses de busca pela ‘3ª via’, portanto, só viram seus pretendentes retrocederem. Nem mesmo as perdas de Jair Bolsonaro, neste período, os beneficiaram.
Entre outras razões, porque adotaram a tática do “qualquer um serve desde que não seja o Lula”.
E é justamente por isso que não são vistos como o antibolsonaro que deseja o povão.