No G1, informa-se que Jair Bolsonaro desistiu de definir antes das eleições de onde viria – na prática, acabará não vindo – o dinheiro para financiar o Renda Brasil, ou Cidadã, ou “BolsoBolsa”, chame-se do que se quiser.
Era óbvio e este blog disse, dias atrás, que o auxílio ficaria para as calendas, tanto quanto ficou a reforma tributária.
Claro que é esperteza eleitoral, mas também é a certeza de que não haverá nenhum amparo para os 38 milhões de brasileiros que ficarão sem assistência, segundo estima estudo da Fundação Getulio Vargas, publicado hoje pela Folha.
Ou será que alguém acha que algo que necessite de emenda constitucional (logo, 3/5 dos votos na Câmara e no Senado) vá ser aprovado depois que terminar o 2° turno, dia 29 de novembro?
Até porque se a origem do dinheiro não fosse ser polêmica e traumática, Bolsonaro a anunciaria agora e não depois de capturado o voto dos incautos.
Paulada aqui, paulada lá na matriz.
Também de olho nas eleições, Donald Trump anunciou o cancelamento das negociações para dar mais estímulos à economia dos EUA para depois das eleições. Sua prioridade, claro, é nomear Amy Barret para a Suprema Corte antes da votação, para contar com maioria na Suprema Corte se for necessário levar a disputa das urnas para o “tapetão”.
O resultado foi que o mercado, que estava animado com a volta teatral do presidente à Casa Branca e com o teatrinho da pacificação entre os brigões Paulo Guedes, Rodrigo Maia e Rogério Marinho, reverteu os sinas de melhora que apresentou durante o dia. O dólar, que chegou a baixar a R$ 5,48, voltou a romper até os R$ 5,60 no final do pregão e fechou a R$ 5,595. Idem a Bolsa, que ensaiou uma subida forte (mais de 1,5%) e terminou em queda de 0,5%.
O mercado, porém, ainda vai querer mais, porque o adiamento é forte sinal de que a pressão para que se conceda algum auxílio aos desvalidos vai facilitar o rompimento dos gastos e os planos de “faz obrinha” nos quais quer apoiar sua popularidade, ao lado da grana extra.