Se algum “estrategista” do governo Bolsonaro acredita mesmo no que a Folha dá, neste momento, como forma de “amenizar” a CPI – “Acuado pela CPI da Covid, Bolsonaro recorre a líder do centrão para tentar arrefecer ânimos de Renan” – precisa se atualizar. O voto do representante do “Centrão”, senador Ciro Nogueira (PP-PI) em Omar Aziz (PSD-AM) não é moderação de Bolsonaro: é o muro onde o “Centrão” vai subir para não embarcar no que pode ser a maior “canoa furada” do bolsonarismo.
O clima na CPI é de guerra e das mais sangrentas.
O ingresso no STF de uma ação para retirar Renan Calheiros da relatoria – o pedido é de três bolsonaristas-raiz: Jorginho Melo (AC). Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO) – é a mais agressiva atitude que se poderia tomar contra a maioria da Comissão, além de ter chance quase nula de prosperar. Portanto, trata-se mais de uma provocação que um caminho para ser a força dominante na CPI.
De quebra, acirrou o ânimo do presidente da Comissão e quem o viu falar agora de manhã na Globonews acharia “moderado” o discurso de ontem de Renan Calheiros.
Sobrou até para Paulo Guedes, ironizado como “cientista” e “pitaqueiro” por seus comentários de ontem sobre a Coronavac.
O governo Bolsonaro será massacrado na CPI, porque não terá a defesa senão de senadores que miram seu apoio nas eleições de governador do ano que vem. E quanto mais se evidencie que, de cabo, Bolsonaro passa a fardo eleitoral, até essa base vai se dissolver.