O tornozelo de Silveira era no bolso

O calcanhar de Aquiles do brucutu Daniel Silveira, auto-refugiado na Câmara dos Deputados para fugir à ordem de colocar uma tornozeleira eletrônica, quem diria, ficava no bolso. É o que parece, porque a ameaça de bloqueio dos bens e de uma multa diária de R$ 15 mil por não cumprir a ordem de submeter-se ao rastreamento de seus passos, em lugar de voltar à prisão.

Antes, porém, de colocar o aparelho, fez mais uma cena para a plateia: a de ir ao Palácio do Planalto, para ilustrar a quem pertence e em nome de quem está recebendo a tornozeleira. É curioso, inclusive, que a Polícia Federal, ciente desde ontem à noite que Silveira havia deixado a Câmara não madrugasse à porta de seu apartamento funcional para cumprir a ordem do STF.

Está claro que Daniel Silveira não age sozinho e isso está desagradando os mais radicais do bolsonarismo. Silas Malafaia, o mais simbólico deles no campo evangélico, foi ao Twitter e, em linguagem pastoral, chamou o Brucutu parlamentar de “frouxo e arregão” e de ter se vergado a um “jogo combinado de Arthur Lira com Alexandre de Moraes”.

O presidente da Câmara, aliás, tem sido ao alvo predileto dos bolsonaristas nas redes, a quem acusam de ter cedido a um ultimato oara que escolhesse “dia, hora e local para que a tornozeleira seja instalada em Silveira”. esta sendo chamado de traidor e covarde por fanáticos, de carne e osso e robôs.

É fato que o episódio serviu como campanha eleitoral para o valente quebrador de placas de Marielle Franco. Mas é melhor que tenha acabado logo, porque este clima de incessante confronto só ajuda a extrema direita, que invoca “liberdade de expressão” e imunidade parlamentar para dizer que é legítimo ameaçar dar surras em juízes do Supremo.

 

 

 

 

 

 

 

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