Salário-mínimo maior contra crise. Será que se Obama fala isso nos EUA, a elite aqui entende?

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O presidente americano Barack Obama disse ontem, em discurso, que a desigualdade social é um dos grandes entraves para o desenvolvimento dos EUA.

E propôs uma elevação de 40% no salário mínimo federal do país, de US$ 7,25 para US$ 10,10 por hora.

Só para lembrar, a inflação dos Estados Unidos, nos últimos anos, varia entre um e dois por cento anuais.

Que lindo, não é? Os nossos economistas neoliberais ou os neocovardes, que não tem coragem de desafiar o coro da mídia e reclamam de nossa inflação “explosiva” de 5% babam diante de um índice destes. “Estão vendo, isso é que é governo…”

É, bebé?

Pois olhe como, com essa inflaçãozinha mixuruca, as famílias americanas estão ficando mais pobres, enquanto as nossas,  devagar, devagarinho, vão melhorando de renda.

Vejam os dados do insuspeito Washington Post, fresquinhos, do dia 25 de novembro passado:

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ipeaAgora compare os números dos nossos “professores” com os nossos, organizados pelo IPEA, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar do IBGE.

É claro que os nossos valores absolutos são muito menores, mas é com cada passo que se faz a  caminhada, não é? Aliás, é muito engraçado como torcem o nariz a isso, como fez a Folha ontem, publicando que “no ritmo atual de crescimento, Brasil levará 30 anos para ficar rico“. Todo mundo sabe que o ritmo vai se acelerar, mas ainda assim não seria mau, diante de nossas elites terem gasto 500 anos para nos tornar miseráveis…
Mas tem mais, caro leitor e arguta leitora: vocês estão lendo sobre a recuperação americana e o otimismo dos “mercados” com isso.

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Pois agora olhe como está o medo do desemprego entre os americanos, segundo a mesma pesquisa.

Entre os mais pobres de lá, mais da metade – 54% -está “muito preocupado” com perder seu posto de trabalho. E não é um fenômeno momentâneo, mas vem num descendo deste a crise de 2008.

Sem tréguas.

E aqui no Brasil?

Bem, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, mês passado, revela que os “muito preocupados” com a possibilidade de perda do emprego são apenas 12,8% dos brasileiros.

Isso, claro, com jornais e televisões que dizem que o Brasil está mergulhando num desastre econômico.

Agora, meus caros amigos, imaginem se Dilma tivesse ido à televisão, ontem propor, como fez Obama, um aumento de 40% no salário mínimo?

Os jornais de hoje estariam tratando de sua interdição judicial ou, quem sabe, propondo até uma “solução” como a que foi da a Abraão Lincoln…

Aliás,  direita americana está culpando Obama e o Papa Francisco pela “onda de agitação” trabalhista, que está levando, como você vê na foto lá em cima, a uma greve geral nas lojas do McDonalds.

Com anos de atraso, Obama parece ter entendido como o Brasil conseguiu furar o tsunami de 2008, que continua alagando tudo por aí.

Para saber que Lula era “o cara”, nem precisava espionar os nossos telefones.

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13 respostas

  1. Se voce quer arrumar uma devassa na empresa, qualquer uma.
    Contrate Dirceu.
    Vamos por Dirceu dentro da Globo, para achar outros podres fora a
    sonegação sistemática de impostos.Ou vai dizer que era para criança esperança.
    Um absurdo, já que vai para Unesco….Unesco…tem alguma coisa a ver com as guerras…

  2. Tenho pena do povo americano, que tem como governates os mais poderosos do planeta, que por sua vez são finaciados por mais poderosos ainda.
    É um povo Gordo, Pobre, Preto, drogado, bebados, doentes, velhos, e você mas tem muito asilo e dormitório, não se vê crianças pobres em seus filmes.
    Tem muito soldados, que só guerreiam fora de seu país.
    E onde você for tem dois helders, até aqui no Brasil.
    Merecem um salario mínimo mais digno.

  3. Realmente, vc voltou com todo gás. Parabéns, principalmente pela oportunidade de, com base em dados confiáveis, tanto daqui, quanto de lá, nos mostrar o espectro dessa informação, tão basilar em qualquer Nação.

  4. Pensa em jornalismo de verdade, embasado, com números reais, dados verdadeiros, amor pelo Brasil e pela nossa gente…
    É você.
    Por isso te amo.
    Grata por tudo que você escreve para nós.

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