Saiu pequinininho nos jornais o comunicado da Cepal – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, a instituição que abrigou Fernando Henrique durante anos – sobre a evolução do número de pobres e de indigentes em nosso continente.
E o destaque foi para a desaceleração da velocidade de redução da pobreza, o que é, de fato, ruim.
Mas nenhum jornal se interessou em publicar o gráfico que reproduzo acima e que evidencia a perversidade social do discurso da “eficiência” neoliberal que dominou a região nos anos 90.
Os anos do neoliberalismo no Brasil – Collor, Itamar-FH, e Fernando Henrique Cardoso – e no macrocontinente latinoamericano – Carlos Menem, na Argentina, Carlos Salinas, no México, Fujimori, no Peru, para ficar nos principais – ampliaram monstruosamente a percentagem de pobres e indigentes em nossa população.
Claro que, em muitos casos, isso ficou oculto sob “médias” que dividiam “teoricamente” por todos a riqueza que era apropriada por uma parcela ínfima da sociedade.
Depois, quem diria, os “populistas” conseguiram não apenas deter este processo como começar a revertê-lo.
E sem nenhuma revolução, diga-se de passagem.
Porque, como você vê neste outro quadro divulgado pela Cepal, a distribuição de renda continua obscena.
Um pouco menos, mas ainda obscena.
E você pode reparar que, mesmo neste universo da iniquidade que é a América Latina, o Brasil ainda consegue ser, como era antes, o campeão da injustiça.
Pior que o Paraguai, que Honduras, que todos….
Aqui, temos uma elite que não consegue imaginar nada senão um sistema escravista.
Como Bolsa-Família, transferência de renda para os pobres, impostos, aumento do salário mínimo?
Que nada, o importante é economizarmos mais, para pagar juros cada vez mais “saudáveis”.
Precisamos é de penas mais rígidas e mais cadeias, não é?