Quincas Borba, o genial personagem de Machado de Assis, descrevia assim certas batalhas: “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”, ao narrar um história onde duas tribos assoladas pela fome duelam por um campo de batatas capaz de manter viva apenas uma delas.
Aécio ganhou as batatas e a chance de sobrevivência de sua candidatura.
Mas ganhou, com elas, o que dissemos aqui, anteontem à noite: o fatídico dever de ser José Serra.
A demissão, noticiada ontem, do marqueteiro “paz e amor” que sustentava que a campanha não deveria ser raivosa e de confrontação, é de uma ligação tão evidente com isso que até nossos colunistas políticos o compreenderam.
Até mesmo Reinaldo Azevedo, o último moicano do serrismo, percebe a situação machadiana e lamenta que Aécio e a cúpula tucana não tivessem compreendido que ” o prudente não teria sido que ele (José Serra) “também fosse candidato, ainda que por um pequeno partido, como o PPS, numa ação concertada com o próprio PSDB”.
Não podia, porque as batatas da direita era suficientes para apenas um deles sobreviver e, neste caso, poucas dúvidas restariam de qual dos dois seria o vencedor desta guerra pelo voto conservador mais raivoso.
Se não bastasse o natural talento, Serra sairia com um trunfo invencível: o voto paulista.
Aécio, que construiu sua carreira política na composição e na afabilidade natural da política mineira aceitou a via desastrosa por uma simples razão: sabe que precisa firmar-se como porta-voz da direita, que não acredita na sua capacidade de enfrentar o que Dilma e Lula representam.
Aécio tem o seu papel limitado pelo vaticínio de seu próprio guru, Fernando Henrique Cardoso: “qualquer um, menos eles”.
Pede-se-lhe o que ele vem fazendo, sem muito jeito para o papel: que arreganhe os dentes.
Se não o fizer, a candidatura Joaquim Barbosa está pronta para ocupar o lugar.
Para ser “soft”, há Eduardo Campos.
Ou, se este continuar a patinar, Marina Silva.
Resta, portanto, ser um José Serra sem São Paulo.
E uma direita sem São Paulo é apenas uma caricatura do conservadorismo.
4 respostas
Vejamos o espólio da direita, em termos de candidato à presidência: Um viciado em cocaína e baladeiro, um mitômano privateiro trensaleiro agente do governo americano em solo nacional, um governador traíra que nada teria feito sem a ajuda do governo federal e uma ecoxiíta jihadista obscurantista que impediria a geração de 5000 empregos se esses ameaçassem a cópula dos peixes e que considera hidrelétrica poluente. Vamos colocar também um juiz que bate em mulher, tem pressa de prender de acordo com a filiação partidária do réu, abre empresa em paraíso fiscal afim de pagar menos imposto, coloca o endereço da empresa descaradamente no apartamento funcional que é da União, que nem se importa com 90.000 reais de dinheiro dos contribuintes indo para reforma de banheiro e que manda prender jornalista no exterior.
Em qualquer país minimamente sério, eles não seriam nem escolhidos para síndico.
Não, Ricardo: em qualquer país minimamente sério eles estariam presos (a menos da bagrinha…por enquanto).
[]’s
“Caso Novojornal” expõem esquema de Aécio na revista Istoé
Como na confecção do dossiê transformado no livro “Privataria Tucana”, paulistas descobrem que Aécio esta por trás dos ataques da Istoé
Na segunda e terça-feira desta semana, integrantes do PSDB paulista não falaram em outra coisa que não fosse a publicação da reportagem pela revista “IstoÉ”, informando que a “ Lista de Furnas”, seria falsa.
Informações sabidamente irreais, e o pior, “IstoÉ” já publicara matéria afirmando o contrário, pois os documentos já foram periciados pela Polícia Federal que atestou sua autenticidade, e fruto deste laudo o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro apresentou há dois anos uma denúncia contra o principal arrecadador do esquema criminoso, Dimas Fabiano Toledo.
Intrigava o PSDB paulista o que estaria por trás das ações da “IstoÉ”, pois encontra-se há quase três meses embaixo de pesado ataque da revista que vem desnudando o esquema de corrupção montado através de um cartel de empresas capitaneadas pela Siemens e Alstom, fornecedoras do Metrô de São Paulo.
As primeiras suspeitas de condução e direcionamento na publicação das reportagens vieram através do fato de só ser noticiado por “IstoÉ” as irregularidades relativas ao cartel no setor de transporte metroviário, que está restrito a São Paulo e Brasília, sem abordar o setor elétrico, onde as irregularidades são maiores e envolvem principalmente a CEMIG e a Light, ambas pertencentes ao Governo de Minas Gerais.
O envolvimento da Cemig no esquema criminoso é tão gritante que o principal operador do esquema José Luiz Alqueires abandonou a presidência da Alstom para assumir a direção da Light assim que a concessionária de energia foi comprada pela Cemig.
Segundo assessores do PSDB paulista o ex-governador José Serra já vinha a mais de um mês insistindo com o governador Geraldo Alckmin na tese de que por trás do ataque seletivo da “IstoÉ” estaria o grupo de Aécio Neves, desconfiança que segundo estes mesmos assessores agigantou-se diante da “concessão”, feita pela revista em publicar a matéria sobre a “Lista de Furnas”, sabidamente de interesse do senador mineiro.
Somado a este fato, já existia o precedente ocorrido em relação ao comprovado patrocínio de Aécio Neves através do Jornal Estado de Minas na coleta de documentos contra José Serra, sua filha e outras lideranças do PSDB que acabaram gerando o livro “Privataria Tucana”.
O que era suspeita nesta terça-feira (16) tornou-se realidade ao se descobrir que o ex- sócio da revista “IstoÉ”, Fernando Moreira Salles que na década de 80 comprara a empresa tampando um rombo de U$ 1,5 milhão, voltara desde março deste ano a aportar recursos na mesma. Fernando é hoje presidente da CBMM, que tem como única renda a exploração de Nióbio, através de um contrato de arrendamento celebrado de maneira irregular, pois não precedido de licitação, com o Governo de Minas Gerais através da CODEMIG.
Segundo relatório do Ministério Público do Tribunal de Contas de Minas Gerais, o valor da venda do nióbio vem sendo declarado pela CBMM a um preço inferior ao de mercado internacional, no mesmo relatório consta que esta diferença alcança U$10.000 dólares a tonelada. Fato amplamente denunciado há anos por Novojornal e que mereceu recente reportagem de autoria da repórter Lilian Primi publicada na edição de outubro de 2013 da revista “Caros Amigos”.
Fernando Moreira Salles, consultado por uma liderança paulista teria desconversado alegando que se tratava apenas de um negocio, porém a quantia “investida”, nos últimos seis meses chega a mais de R$ 28 milhões de reais, somados a este investimento, os tucanos paulistas descobriram que um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves, Mario Garneiro, ex- sócio do dono da “IstoÉ”, Domingo Alzugaray, no Banco Múltiplo Transcontinental, passou desde o início do ano a buscar patrocínios internacionais para alavancar a revista em busca de fazer frente a concorrente “Veja”.
A liderança tucana que questionou Fernando ressalta que ele a início negava e que só admitiu o fato, depois de confrontado com documentos que comprovavam o aporte de capital registrado no balanço da CBMM. Admitindo ainda que fundos de investimentos chineses e japoneses que compraram parte do capital da CBMM também estariam fazendo pesado investimento na Editora Três.
Aécio questionado e ciente do tratamento que teria doravante do PSDB paulista, ameaçou renunciar sua candidatura. Segundo um assessor, revoltados com seu comportamento e para deixá-lo pagar o preço de sua traição, Serra, Geraldo Alckmin e outras lideranças do PSDB paulista decidiram lançar imediatamente e por definitivo a candidatura de Aécio a presidência. Abandonando-o a seguir.
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http://www.novojornal.com/politica/noticia/caso-novojornal-expoem-esquema-de-aecio-na-revista-istoe-18-12-2013.html
Bem, em ÚLTIMO CASO, se nadamais der certo, resta a São Paulo fazer como em 1932 – partir pra guinorança. De minha parte, já adianto que não vou doar minha aliança pra nada…