Rogerio Gentile, na edição de hoje da Folha, escreve sobre a “benevolência, para não dizer simpatia” com que os black blocks foram tratados por “artistas, políticos, intelectuais, publicitários e jornalistas foram condescendentes com depredações de prédios públicos, ataques a bancos, tentativas de linchamento de policiais etc., sempre partindo da premissa de que os vândalos estavam mudando o país“.
Mudando o país, em quê?
Tirando o famoso “padrão Fifa” e os “não é só por 20 centavos”, alguém consegue lembrar de alguma coisa que propusessem ou desejassem os movimentos iniciados em junho, cuja face se ornou de máscaras negras?
Mas, mesmo sem apontar a razão profunda desta simpatia, Gentile tem razão quando diz que a condescendência com os quebra-quebras e outras violências partiam da premissa de que aquilo seria “mudar o país”.
A mídia, a direita, o conservadorismo, desde o primeiro dia, sentiram ali o cheiro da desestabilização de um governo que, até então, ostentava índices de aprovação tão maciços que eram como uma parede de concreto para suas pretensões eleitorais em 2014.
Vale dizer, pela via democrática de oposição, na qual acumulam três derrotas e caminhavam para o quarto insucesso.
Vou dispensar-me de citar os Jabores de ocasião.
E, a seguir, em alguns dias, quando as “depredações de prédios públicos, ataques a bancos, tentativas de linchamento de policiais etc” passaram do limite do “socialmente aceitável”, continuaram servindo, porque isso tumultuava o cotidiano, espalhava a imagem do caos, reforçava a imagem do “desgoverno”.
Melhor ainda porque a juventude parecia emprestar-lhes um ar “esquerdista”, libertário, muito mais simpático que os estandartes da TFP dos anos 60.
Mas, igualmente, também desestabilizadores de um governo que, como todos os seus pecados e vacilações, é o grande inimigo a ser batido pelo capitalismo colonialista de que nosso país é vítima.
2014 passou a ser ansiosamente esperado,e isso foi dito e repetido em alto e bom som pelos políticos de oposição, como o ano em que esses “movimentos” – e leia-se confronto em lugar de movimento, porque uma concentração pacífica em uma praça do centro da cidade não tem “graça nenhuma” – fariam a festa da Copa do Mundo virar um pesadelo.
Os senões da Copa – os estádios já eram caros antes – não eram o importante, senão para umas mocinhas bonitas que já tem hospital e escola “padrão Fifa”. O importante era preparar o povo brasileiro para desejar “um governo”, porque as ruas conflagradas e embaçadas da fumaça de bombas de gás, em todas as redes de TV do mundo, tomariam o lugar da alegria, da diversão e, sobretudo, da auto-estima brasileira.
Os que chamam, agora, de “monstros” estavam ali todo o tempo.
Os partidos e a política, que diziam não estar ali, também estavam, tanto nos desvãos ocultos da manutenção de alguns “porra-loucas” quanto, sobretudo, na promoção ansiosa da mídia à espetaculosidade que se procurava a paulada, a chamas, a bombas.
E que ela, pressurosamente, lhe dava.
Até que veio o seu “Riocentro”, ferindo e matando o cinegrafista Santiago Andrade.
Este é o cerne das razões que explicam a “benevolência, para não dizer simpatia” a que se refere o articulista.
O resto, permitam-me, é perfumaria.
PS. Daqui a pouco falo do pouco de jornalismo que sobrevive, com o artigo de Janio de Freitas.
18 respostas
Hoje,13 de Fevereiro,já começaram a mudar um pouco o foco,e trazem de novo,a Venezuela para o centro do noticiário.Os slogans já apontam afirmações da direita venezuelana,que trata o governo de lá,como ditadura comunista castrista!Já,já,vem pra cá!A velha tática da TFP que agora não reza e desfila com suas velhinhas e senhoras bem vestidas,senão com jovenzinhos e senhorinhas,bem vestidas porém,de mascaras!São o novo símbolo da direita!
“A direita da Venezuela já está presente no badernaço movido a pahamemto de diárias (150 reais) aos vândalos alugados.
A direita mesmo, covarde como sempre se esconde nos bunkers e atrás de suss máscaras do mal!
Concordo plenamente!
Perfeito o seu paralelo entre o rojão e o Riocentro!
Nao se iludam, a direita nao tem escrupulos.
Sao capazes de sacrificarem os proprios filhos se o resultado for assumir o poder.
Nao podemos baixar a guarda e tentar de todas as formas identificar os ” MANDANTES” desses movimentos.
Certamente serao encontrados os de sempre com grana vinda de fora!
Vocês do Tijolaço, como o blogue mais profissional que leio, deveriam apurar nos escritos do PIG, todo estímulo que foi dado às arruaças de rua e colocar para comprovar a convocação geral do PIG, veja abaixo alguns dados:
PARECE QUE A MÍDIA FAZ UMA CONVOCAÇÃO GERAL PARA ARRUAÇA DE RUA
VEJA ONLINE 26/12/2013
QUEM VAI DRIBLAR OS BLACK BLOCS?
“Se eu tiver de assistir aos jogos ladeado por seguranças, não virei ao Brasil”, disse o ex-craque francês Michel Platini, presidente da Uefa. Sim, ele virá — e é muito provável que depare com manifestações como as de junho passado, durante a Copa das Confederações.
Hildegard Angel
O fascismo se expande hoje nas mídias sociais, forte e feioso como um espinheiro contorcido, que vai se estendendo, engrossando o tronco, ampliando os ramos, envolvendo incautos, os jovens principalmente, e sufocando os argumentos que surgem, com seu modo truculento de ser.
“Em 2014 a turma que paga as contas irá às urnas. Elas poderão ser um bom corretivo, mas a experiência deste ano que está acabando mostra que surgiu outra forma de expressão, mais direta: ‘Vem pra rua você também’.”, escreveu Elio Gaspari.
Fernando, dá uma lida.
http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/o-imbecil-antissocial/
É isso aí. Não dá mais para esconder duas coisas: a mídia, a oposição, a inteligência de oposição e a morde-e-assopra têm interesses em desestabilizar o Governo, porque seus candidatos estão muito fracos para sair da mesma linha de Dilma na disputa eleitoral desse ano; há interesses econômicos e políticos financiando militantes de partidos e de grupos de direita como Black blocs e Anonymus para atuar nessas ações de caráter militar que desenvolvem nas manifestações, que cada vez fica mais claro são os próprios que as convocam, não são convocados ou infiltrados. Os custos dessas atividades para usar manifestações para estabelecer o terror são muito altos para que jovens (muitos nem tanto) pobres os assumam. Como sem renda, ou ganhando muito pouco comprar buscapés, rojões, cabeças de negro, confeccionar faixas e adereços, tintas para pichação, além de transporte e alimentação, e o mais caro: ter um monte de advogados para defendê-los até de graça, como querem nos fazer crer (julgam-nos um bando de tolos). Fosse idealismo, haveria idealismo, mas não dinheiro. Essas atividades até aqui pelo menos não foram suficientes. A Globo, a Folha de São Paulo, o Estadão e o CNI já vai para três meses não encomendam ao IBOPE e ao DataFolha as pesquisas de intenção de votos com tentam induzir o voto da população. Claro que pesquisas qualitativas estão mostrando que os candidatos de oposição não estão bem na fita, e as pesquisas só favoreceriam a Dilma. O terrorismo através dessas manifestações que nitidamente a oposição apoia e o Governo até aqui não tentou se contrapor, servem também para desestabilizar as instituições e os governos federal, estaduais e municipais, tentando dar uma ideia de descontrole, de caos, caldo que se prestam para tentar chegar ao poder por outros meios, como golpe de força ou o chamado golpe branco. Em ambos casos contando com a oposição no Congresso, a parcela do eleitorado que até hoje ainda não engole Lula, Dilma e o PT, e o Judiciário, inclusive o Ministério Público, que mostram, quando perseguem o PT e importantes quadros seus, aliviando em condições idênticas outros partidos, principalmente o Chefe do Supremo, Joaquim Barbosa, que inclusive pode almejar liderar o que possa vir, estar perfeitamente preparados para apoiar um golpe branco como ocorridos em Honduras e Paraguai. Dá para perceber que para oposição chegar ao poder, na presente conjuntura, só através de um cavalo de pau político e econômico, e os dois não parecem possíveis. A economia, embora digam o contrário, não vai mal. O povo está empregado e em paz, por isso tentam a desestabilização, que está difícil. E os existentes problemas políticos existem mais por conta dessa ação desestabilizadora da oposição. Tentar um cavalo-de-pau pode até tentarem, na Venezuela muito menor não conseguiram. Como viabilizar essas ações, diante de uma economia como a brasileira que cresceu muito nos últimos anos e entre os trunfos conta com elevadas reservas cambiais? Além do mais, nesse período o Brasil se cacifou politicamente em termos internacionais,até participa da governança mundial no G-20, sendo o maior problema o porte atual de nossa economia, no entorno de dois trilhões de dólares, cerca de vinte e cinco vezes a economia hondurenha e paraguaia juntas. É parece que vem aí mais um quadriênio de sereno para a oposição, a realidade não a ajuda, e ela não cai na real.
O nome do rojão deveria ser Riocentro e não Black Bloc…
Os blocketes eram aceitos por caetano veloso e outros artistas globais, mas não por todos os brasileiros. Veloso e seus companheiros, que incentivaram e deram corda aos blocketes, também podem ser considerados cúmplices e co-autores do assassinato?
Os blocketes eram aceitos e incentivados pelos donos dos jornalões que viam neles joguetes para a desestabilização política do país.
É preciso identificar quem aceitava os blocketes e as razões da aceitação. Eles não eram aceitos apenas por “simpatia”.
Elementar meu caro fernando brito , mas nao adianta vir de plimplim vai ter copa sim…..
Adoraria ver um video qualquer do Datena do ano passado, quando apoiava estes manifestantes, contrapondo com as suas falas após este triste episódio do Santiago.
Esse asno, tal qual o Boechat, não se cansa de falar besteiras e depois mudar de opinião na maior cara de pau.
Esses BB são herdeiros dos mesmos safados que pregavam luta armada contra a Gloriosa
Como já dizia um velho brizolista, não existe como saborear um boa bisteca sem sagrar porco, cadê a lei de segurança nacional?
Muito bem, o texto é excelente.
Estou esperando a nova tática do PIG.
Boa tarde,
Bom o artigo do site. Creio que poderia abordar mais questões a respeito do que foi aqui tratado, isso ajudaria a esclarecer algumas dúvidas que tivermos.