São Paulo: sem água em 90 dias. Mas o Estadão faz editorial sobre tarifa de luz e superavit primário

jacarei

“Seca pode ocorrer em qualquer país, mas o problema se torna especialmente grave quando a chefe de um governo populista se empenha numa campanha de reeleição e insiste em disfarçar os fatos desagradáveis.”

O texto aí em cima é do furioso Estadão de hoje, em editorial.

Mas não se refere ao que está acontecendo em São Paulo, apesar de o próprio jornal publica que o comitê técnico que monitora o Sistema Cantareira estará seco até a Copa do Mundo, isto é, dentro de 90 dias.

E não pensem que o Estadão e os demais jornais, lotados de artigos, análises e protestos sobre a crise energética e, sobretudo, sobre a ação do Governo Federal de usar recursos públicos como “ponte” até que a situação hídrica do país se normalize.

Embora o “desconto” dado pelo Governador Geraldo Alckmin sobre as contas dos consumidores que economizarem água seja, mais ainda, subsídio estatal  – e que não será devolvido.

eletricasNão é apenas a predileção pelos tucanos que explica a forma diferenciada de tratar dos efeitos da crise sobre a geração elétrica e o fornecimento de água.

É que há dinheiro, e grosso, no lobby que se faz pela elevação das tarifas de energia elétrica.

De um lado, por conta dos controladores e acionistas das empresas do sistema, que são das mais lucrativas do Brasil. como você observa nesta tabela que vai ao lado.

De outro, porque esta operação toca num dos mais destacados santos do altar do capitalismo financeiro no Brasil: o superávit primário, que é o “resgate” que pagamos ao rentismo que sequestrou e sequestra, por décadas, a economia brasileira.

Um resgate que, quanto mais pagamos, mais prisioneiros ficamos.

Este blog tem enfadado, talvez, muitos de seus leitores com o acompanhamento diário da crise do sistema de abastecimento de água da Grande São Paulo.

E não o faz porque esteja, como se costuma dizer, mergulhado num “fla-flu” partidário.

Ao contrário, torce por chuvas de proporção bíblicas que amenizem a situação dramática de milhões de pessoas que sequer tem consciência da  gravidade do que está acontecendo, porque os olhos da coletividade, que são a sua imprensa, estão fechados ou distraídos para o que vem se passando.

Não é a primeira vez que se tem este tipo de cegueira seletiva.

No caso do vazamento de óleo da Chevron foi o mesmo. Como se tratava de uma empresa multinacional, tudo se resumia à divulgação de  “press-releases” para uma imprensa amestrada, que aceitava até que o vazamento fosse uma “exsudação natural” de petróleo, coisa de que não se tem notícia desde os tempos do famoso Coronel Drake, nos primórdios da exploração exploração de petróleo, na metade do século 19.

Só que, desta vez, não há sequer a desculpa de que tudo se passava a centenas de quilômetros de nossas vistas, embora bastasse querer, como este blog o quis, e as imagens de satélite mostrariam a enormidade do acidente.

Os dados estão disponíveis, todos os dias, nas páginas da Sabesp e da Agência Nacional de Águas.

E repórteres, como Fábio Leite, do próprio Estadão, escrevam matérias como a publicada hoje pelo jornal (cujos chefes parecem não as ler) apontando a dramaticidade da situação, embora com dados ultrapassados (a matéria foi escrita sexta-feira) ou “otimistamente distorcidos” pelos dirigentes da Sabesp.

O “sistema” não tem 15,4% de seu volume preenchido. O “sistema” tem apenas, na melhor das hipóteses, apenas 8,8% de seu núcleo com água, porque sem o reservatório Jaguari-Jacareí o Cantareira deixa de funcionar como sistema e passa a ser apenas um quinto do que é.

E ninguém sabe como o reservatório irá se comportar acima do mínimo de 5%, considerado a margem mínima de operação normal.

O sistema equivalente também não tem mais aqueles 15,4%, mas 14,7%, não apenas porque de sexta para hoje caiu 0,4% como porque, cavilosamente, a Sabesp passou a agregar 0,2% a este cálculo, considerando a lâmina d’água mínima necessária à operação da represa de Paiva Castro (ex-Juqueri), o que não era feito antes.

A Sabesp diz estar instalando bombas para “chupar” a água do fundo dos reservatórios, que seriam 400 milhões de litros. Não são, porque não se poderá aproveitar os trechos empoçados e a água abaixo do limite das bombas de sugar detritos  junto com a água.

Mas a Sabesp não fala em que pé está a colocação destas bombas, que, mesmo sendo flutuantes,  exigem obras, inclusive para levar quantidades imensas de eletricidade para um conjunto mecânico capaz de sugar 20 mil litros de água por segundo.

E nem como e quando espera que os reservatórios, esvaziados até quase o fundo, irão recuperar seu nível normal, o que levará muitos meses ou mesmo anos, se o verão de 2016 não for espetacularmente chuvoso.

Se há algo que se possa dizer do relatório que previu para a Copa o esgotamento do Cantareira é que é um cálculo otimista.

E não basta apontar a irresponsabilidade demagógica do Governo do Estado.

A autoridade final sobre a água é federal, exercida pela Agência Nacional de Águas, que não pode se manter restrita a relatórios técnicos.

O corte de 10% na captação através do Cantareira determinado por ela no início do mês é insuficiente e isso precisa ser dito à população.

Se tivesse saído de seu silêncio tímido antes, exigindo de Alckmin providências mais drásticas, a situação poderia ser menos dramática, embora dramática ainda fosse.

Não se pode ter medo diante das responsabilidades públicas que temos, sejamos jornalistas ou governantes.

E a primeira delas é não mentir à população.

 

 

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24 respostas

  1. Partindo-se do princípio que a situação tende-se a se agravar a cada dia e diante de tanta irresponsabilidade tucana , começo a pensar que o PIG ( mais casa-grande e cia) usarão , juntamente com as “esperadas” manifestações da Copa , não uma bala de prata , mas tentarão algo muito mais explosivo , nos moldes da direita venezuelana , para a instalação do caos , antes das eleições. E quem estaria orientando isso seria a direita conservadora e rentista de fora.

  2. Leleco acertou. Isso parece parte de plano de sabotagem da Copa e das eleições, por tabela. Se paulista tem mesmo brio, deve acionar o governo de São Paulo e também os jornais de São Paulo. esses por omitirem informações tão cruciais para a população. Jornais são antes de mais nada, fontes de informação sobre serviços de utilidade pública. Tem tetra nessa história. Não sejamos gaiatos. Pelo visto, São Paulo prefere ser reconhecido pelo mau cheiro de suas obras privadas do que por suas obras públicas. Vai feder.

  3. Estou aflito. Essa bomba vai estourar no colo da Dilma. Estou começando até a imaginar que o governador lá a instalou. O mundo todo focado no Brasil. O que acontece? Ninguém conhece Alckmin. Dilma é mundialmente conhecida.
    O Ministro do MMA e o presidente do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos precisam ser alertados. O Ministro dos Esportes precisa ser avisado. A Casa Civil precisa ser avisado. O problema é gravíssimo e não se resolve por medidas administrativas. Vai faltar a “matéria fundamental”, água. Não tenho condições de fazer esse quadro chegar aos responsáveis. Estou apenas divulgando no Facebook.

  4. São Paulo à beira do “Secadão Tucano” e a mídia tentando desviar o foco para geração de energia no Brasil. Da maneira que estão potencializando o desastre, que poderia ter sido minorado e adequado à normalização e retomada futura, caso tivessem envolvido a população com informações para o estabelecimento do racionamento e de campanha para poupar-se e/ou não utilizar-se água em situações postergáveis ou não efetivamente necessárias, vai ser interessante ver a desculpa que darão ao distinto público de torneira seca. Preferiram desinformar e agora quando o fato apresenta-se, dão tratos a bola para jogar a culpa, pela incompetência de quem em vinte anos de continuo governo, não investiu na expansão necessária do sistema de abastecimento, para outros. Basta aguardar a criatividade da mídia líder da oposição, junto com a jabuticaba só existentes no Brasil.

  5. De repente, não estamos enxergando o óbvio… De repente, o PSDB quer que FALTE água durante a Copa…

    1. Nem sei o motivo de São Paulo estar inserido no calendário dos Jogos. Trocaria São Paulo por Goiânia.

      1. Fala isso não Thiago Teixeira, aqui nós já estamos a anos sofrendo com o desgoverno Marconi Perillo (PSDB) e você ainda quer jogar essa bomba.

  6. Alckmin diante da agua dos reservatórios está como Hitler nos últimos dias da guerra esperando pelotões e tropas que não existiam.

  7. é a velha tatica de desviar do foco jogando uma cortina de fumaça, sempre que os partidos de oposição se veem em apuros, a tatica de bater carteira e dizer pega ladrão

    1. Precisa, e a ANA age como um coelhinho assustado, porque já deveria ter tomado um posicionamento público em favor de um corte mais drástico na captação de água, mas tem medo de Alckmin se fazer de vítima dos “malvados” do Governo Federal.

  8. E as procuradorias (estadual e federal)
    seg, 17/02/2014 – 10:42 – Atualizado em 17/02/2014 – 15:53
    Por Cibele Buoro, especial para o Jornal GGN
    Entre atender as recomendações do Ministério Público Estadual e Federal que há um mês alertam o governador sobre a severa crise no abastecimento de água nas cidades do interior e também na Grande São Paulo ou pôr em risco sua reeleição, Geraldo Alckmin não tem dúvidas: opta por extrair até a última gota dos rios do Estado e submeter toda a população à escassez de água sem precedentes. A explicação para isso encontra lastro no pleito de 2014.
    Se as quantidades colossais que estão sendo retiradas do Sistema Cantareira para abastecer a Grande São Paulo persistirem, toda a água se esgotará em menos de dois meses, alertam engenheiros do Consórcio das Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí, o PCJ.
    Entenda porque faltará água no interior e em São Paulo:
    O desconhecimento e a irresponsabilidade coordenam os atos do governador de São Paulo. O Sistema Cantareira é formado pelas represas dos rios Jaguari – Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras. Todos estão com vazões críticas em razão da estiagem fora de época que traz altas temperaturas e falta de chuva. Quando tudo corre bem, ou seja, quando chove no verão, do total do volume de água que brota dessas seis represas, 31 m3 por segundo são destinados para o abastecimento da Grande São Paulo, ininterruptamente, 24 horas por dia. Outros 5m3 vão para as 76 cidades que integram o Consórcio PCJ, que também dependem do Sistema Cantareira.
    Contudo, em um evento extremo como o que estamos atravessando, não há água. E mesmo diante desse quadro, o governador de São Paulo insiste em retirar os 31m3, quando deveria adotar o racionamento. O resultado de sua política é a falta de água em muitos municípios desde janeiro, uma vez que São Paulo está levando toda a quantidade que nasce no Sistema Cantareira.
    O Consórcio PCJ já alertava desde dezembro de 2013 que os níveis de chuva bem abaixo da média, somados à quantidade de água que está entrando no Sistema e o que está sendo retirado para o abastecimento da Grande São Paulo trariam como resultado o consumo de toda a água dos reservatórios em 80 dias. Esse prazo hoje está em menos de 60 dias.
    Neste momento entram no Sistema Cantareira por seus rios de afluência entre 7 e 10 m3 por segundo. Desse volume 30,9m3 por segundo são enviados para São Paulo e 3 m3 por segundo para o Sistema PCJ, o que totaliza 33m3 por segundo. Atenção: entram 10m3 por segundo e são retirados 33m3 por segundo. Se persistirem essas quantidades nos próximos dias o Sistema será totalmente consumido até o mês de abril, quando o racionamento será inevitável também na Grande São Paulo. A diferença entre o que entra (10m3/s) e o que sai (33m3/s) é menos 23m3/s. Está saindo mais do que entra e esse saldo negativo das águas é o responsável pelo colapso do sistema hídrico já há mais de um mês enfrentado pelas cidades do interior que dependem do Sistema Cantareira. Caso o racionamento fosse adotado em São Paulo há mais tempo seria prolongada a vida útil dos reservatórios. O não racionamento em São Paulo com intuito de não incomodar os eleitores antes do pleito comprometeu o Sistema Cantareira ao ponto de os rios se recomporem e recuperarem suas capacidades de armazenar água somente daqui a cinco anos, indicam estudos do Consórcio PCJ e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
    Alckmin ignora recomendação do MPE e MPF:
    No dia 4 de fevereiro, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal expediram recomendação à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Água e Esgoto (DAEE) para que houvesse a desconsideração das regras de operação da outorga “a fim de evitar o agravamento da escassez hídrica e o desabastecimento da região”, com “risco de colapso do Sistema Cantareira e de desabastecimento público”.
    Pelas regras da outorga (instrumento de gestão previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos que assegura o controle quantitativo e qualitativa do uso da água e o direito ao seu acesso), se São Paulo economizou em anos anteriores, tem o direito de fazer uso do banco de águas, que é um volume virtual (esse “banco” não existe na prática, mas funciona a partir do seguinte raciocínio: se houve economia, há essa reserva para ser utilizada quando precisar). E São Paulo não precisou desse banco nos últimos anos porque as chuvas foram compensatórias. Porém, como não chove há meses em volume suficiente para recompor os reservatórios, não há essa “reserva”. Neste momento de evento extremo com estiagem fora de época e as represas que compõem o Sistema Cantareira em seus piores níveis dos últimos dez anos, o MPE e MPF solicitam que aos órgãos gestores dos Sistemas de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e da União, e isso inclui Alckmin, revejam as regras da outorga.
    Além disso, a situação se agravará a partir de abril, quando as chuvas cessam e tem início, de fato, o período de estiagem.
    Apesar de a Agência Nacional de Águas (ANA) determinar, a partir de seus estudos técnicos, que o Sistema Cantareira precisa operar com 5% de seu volume para garantir um nível mínimo de segurança, este órgão do governo Federal e o DAEE vem “desconsiderando a excepcionalidade do momento, têm autorizado a retirada pela Sabesp de 33m3/s para abastecimento da região metropolitana de São Paulo”, diz a expedição dos MPE e MPF. Nos últimos dias o nível das Bacias PCJ está em menos de 3% do seu volume útil.
    “Há uma gritante desproporcionalidade entre as vazões disponibilizadas para São Paulo e para a região do PCJ”, alerta o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público do Estado de São Paulo, Rodrigo Sanches Garcia.
    Sanches chama a atenção para o momento de excepcionalidade, o que obriga São Paulo a abrir mão de seu banco de águas. “A situação é crítica e é preciso suspender temporariamente as regras da outorga, que é o uso do banco de águas. O sistema prevê um compartilhamento e sugere solidariedade, o que não está existindo por parte de São Paulo”, diz o promotor. Os riscos, alerta a expedição do MPE e MPF, são de esgotamento, comprometimento, colapso do sistema Cantareira e de desabastecimento público.
    “Se os atuais patamares de retirada de água forem mantidos por mais alguns dias, haverá incomensuráveis prejuízos a todos os dependentes do Sistema Cantareira, inclusive São Paulo”, reitera Garcia.
    A força do pedido do MPE e MPF tem amparo na própria Lei nº 9.433/97, artig10, caput, da Portaria 1.213/04, que prevê: “As regras de operação apresentadas na outorga poderão ser desconsideradas em situações emergenciais, assim definidas aquelas em que fique caracterizado risco iminente para a saúde da população, para o meio ambiente e estruturas hidráulicas que compõem o Sistema Cantareira devido a acidentes ou cheias e, obviamente, a estiagem”.
    É citado, ainda, que, para minimizar os efeitos da seca, poderão os órgãos outorgantes, no caso em questão da Portaria 1213/04, ANA e DAEE, racionalizar o uso outorgado, conforme previsto no artigo 4º, X e parágrafo 2º da Lei 9.984/00.
    Ou seja, não há força de decretos e portarias que obrigue os órgãos gestores dos Sistemas de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e da União – lembrando, Alckmin incluso – a fazerem valer a lei.
    A Grande São Paulo é abastecida pelo Sistema Cantareira desde 2004, quando a Sabesp obteve autorização por meio da Portaria nº 1213, de 6 de agosto de 2004, do DAEE do Estado de São Paulo, para transposição das águas das Bacias PCJ, pelo prazo de 10 anos. O prazo de expira em 5 de agosto de 2014.
    Atualmente, o Cantareira contribui com o abastecimento de aproximadamente 33m³/s para a RMSP, garantindo água para 8,8 milhões de pessoas nas zonas norte, central, parte da leste e oeste da Capital e nos municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Guarulhos (parte), Osasco, Carapicuíba, Barueri (parte), Taboão da Serra (parte), Santo André (parte) e São Caetano do Sul.
    “Diante de um momento tão crítico como este temos visto os prefeitos muito lenientes com a atitude do governador. Deveria agora estar ocorrendo uma grande movimentação entre eles, de irem ao Palácio dos Bandeirantes, ao DAEE e ANA para exigirem a aplicação imediata da regra de exceção”, critica o promotor Rodrigo Sanches Garcia.
    A regra de exceção é aquela que, diante de um momento de excepcionalidade causado por eventos extremos, como a forte estiagem e escassez de água do momento, o uso do banco de águas é suspenso. “Isso exigiria articulação política de todos os prefeitos. Há muita dificuldade de se abrir uma crítica pública ao governador”, observa Garcia. “São Paulo precisa adotar o racionamento imediato. Se isso fosse acatado há mais tempo, quando alertamos o DAEE e ANA, a vida útil dos reservatórios seria prolongada. Falta articulação dos prefeitos, que não estão atendendo ao interesse público”.
    Garcia vai além: “O Governo do Estado tem uma postura desigual quando diz que em São Paulo não haverá racionamento, enquanto a região do PCJ passa dias sem água”.
    O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, reforça a emergência em se adotar a regra de exceção, prevista na norma operativa. Ele explica que a Política Nacional de Recursos Hídricos evidencia que, quando se entra em regime crítico de escassez, a portaria estabelece que o banco de água deixa de existir, por motivo de estar em curso um regime de emergência. “São Paulo deveria abrir mão do banco de águas, não somente para poder prestigiar a região do PCJ, mas para prestigiar a longevidade ou a vida útil do reservatório que, se nós estamos agora, no verão, no período de chuvas, e estamos na estiagem, seria importante que fosse utilizada a menor quantidade de água possível para que o reservatório socorresse, realmente, na estiagem, que teoricamente começa a partir de abril”, diz o executivo do Consórcio PCJ.
    Uma conta que não fecha
    Francisco Lahóz lembra que no dia 18 de dezembro de 2013, pelas contas dos engenheiros do Consórcio PCJ, haveria água do Sistema Cantareira para apenas 100 dias. “Fizemos ofício com DAEE, ANA, Secretaria de Recursos Hídricos de São Paulo, Comitês PCJ, já recomendando que todos os municípios, inclusive a Grande São Paulo, entrassem em processo severo de racionalização e nós também alertávamos para o seguinte: se estavam entrando 12m3 por segundo no Sistema Cantareira e saindo 36m3 por segundo, essa conta final não iria dar certo”. Diz também: “Em uma condição de crise, principalmente quando você tem uma estiagem em pleno verão, há de se liberar só a vazão que entra no sistema e isso também não foi atendido. Agora, na atual situação que se encontra o Cantareira, não está bom nem para São Paulo”, diz Lahóz.
    Não racionalizar na Grande São Paulo, como tem sido a medida tomada por Alckmin, considerada por Garcia como de dois pesos e duas medidas, já que “não pode faltar água na capital, mas no resto da estado pode”, somado aos alertas que partiram do Consórcio PCJ desde dezembro do ano passado e às retiradas de 31m3 por segundo resultam hoje na menor vazão da história do Sistema Cantareira, que opera abaixo de 19% de sua capacidade e já comprometeu o volume mínimo de água necessário para atravessar a época de estiagem. Há riscos de que a Grande São Paulo sofra racionamento a partir de meados de abril.
    Segundo o professor do Instituto de Filosofia e Ciências Políticas (IFCH) da Unicamp, Valeriano Mendes Ferreira da Costa, “apesar de não ser possível entrar na cabeça do governador”, Alckmin está “levando até o limite do possível para não ter racionamento em São Paulo”. “O calendário eleitoral tornou as coisas mais difíceis com o candidato do PT com força maior”. Costa avalia que, se não for por populismo o fato de Alckmin não anunciar o racionamento na Grande São Paulo, o que pode estar em jogo são as eleições. “Ele não pode abrir espaço para uma situação como essa, na qual pesa a decisão de quase 12 milhões de votos, contra cinco milhões na região que agora sofre com a falta de água”.

  9. Não se preocupem! O cabra macho Zé Luiz Dartena-especialista em chuvas-,começará a resolver esse problema a partir de hoje no seu programa prometendo dar um cacete em São Pedro assim que ver ele.

    E outra solução que ele vai encontrar é aquela de sempre,culpar os políticos assim como ele fazia quando escrevia no New York Times e trabalhava na NBC,CBS,ABC e FOX,todas ao mesmo tempo.

  10. Esse governo do PSDB é como dizem bonitinho más ordinario, nada funciona é o famoso ESTADO minimo do FHC, ou seja estado sem nada, e agora apouco foi deflagada no Paraná a operação lava jato da policia federal, e encontrado em um hotel indicios de lavadores de dinheiro do Banestado, não se enganem se o Demostenes, carlinhos cachoeira e os bichos do PSDB ESTIVEREM NO MEIO, É A PRIVATARIA TUCANA 2.

  11. E aqui em fortaleza, graças a Deus chovendo a noite e o dia quase todo, eu não me vejo diante de um povo tão mazorquista quanto este de são paulo o povo troxa, esse ainda tem gente que não sabe separar o joio do trigo.

  12. Maria de Fatima Conrado, o carecão Serra faltou a audiência no MP, e ai vai falar alguma coisa? SABESP é estatal vinculada a administração indireta do governo do ESTADO DE SÃO PAULO.

    1. Se o PT estivesse governando o estado de São Paulo mesmo era pau todo dia da imprensa oposicionista, o Datena era o primeiro a cobrar do governo estadual todo dia e sem trégua e seria chamada em rede nacional de incompetente, mas como são os cheirosos e preparados.

  13. Intervenção Federal já! É certeza que estão esperando a bomba estourar de alguma forma no cola da Dilma. Foi muito bem dito aí em cima. Ninguém sabe quem é o Alckmin no Brasil, o que dirá no exterior.

  14. Chamem o Robeto Freire para resolver a FALTA D’AGUA.aFINAL ELE É FUNCIONARIO DA SABESP,ganha R$ 12000,00 de salario ,portanto tem sabedoria para resolver o problema

  15. Agora mesmo a urubologa miriao porcao disse em seu programa que o governo vederal so arruma solucoes que complicam a vida dos brasileiros e trouxe tambem para depater o ofmoso coxinha andre nao sei doque para falar de abastecimento de hidroeletricas a gas e que o governo deveria ser mais liberl e menos intervencionista(cobrar em vez de ajudar),enfim varias baboseiras contra o governo,acorda dilma vai rede nacional explicar crise da agua e energia fala mulher , fala dilma.

  16. Em 2010, durante a campanha presidencial, vi vários comerciais da SABESP, enaltecendo suas conquistas e terminando com o singelo slogan: “Governo de São Paulo, trabalhando por você”. Apenas um detalhe: moro no Rio de Janeiro.
    Depois fiquei sabendo que estes comerciais foram veiculados em várias regiões do Brasil, até no ACRE.
    Onde está a SABESP eficiente dos comerciais?
    E a eficiência gestora tucana?
    Esta eficiência nos levou a um racionamento forçado de energia entre 2001 e 2002.
    Mais de R$ 45 bilhões de prejuízo.
    Porém a mídia esqueceu… prefere falar nos R$ 12 bi gastos, para manter energia elétrica sem racionamento.
    Talvez o Sr. Goldman (Conselheiro da SABESP) tenha alguma explicação, sobre esta eficiência!
    Gestões tucanas não prevêem o futuro.
    Foi assim com o petróleo, com a energia elétrica e agora com a água.

  17. A crise da falta de água em SP é devido a má gestão do PSDB, e não da falta de chuva como a grande mídia tenta colocar, o fato é que em 20 anos não houve investimento no setor, nesse período quanto foi o aumento no consumo de água? Para praticamente a mesma vazão, é lógico que iria desembocar nisso que estamos vendo, e agora, o que dizem os sábios tucanos e a mídia, a veja, a globo, que enxergam um cisco no olho do PT e não veem a trava no PSDB.

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