No início da semana, o Tijolaço antecipou que a situação do Cantareira, esquecida pela imprensa, estava se tornando mais dramática.
Está, aliás.
No dia 17 de maio, logo após o início do bombeamento pela “gambiarra” instalada por Geraldo Alckmin no Cantareira, havia – sempre de forma estimada, porque não há precisão total neste cálculo- 259,78 bilhões de litros de água no sistema.
Hoje, há 197,71 bilhões de litros , usando a mesma estimativa de volume a ser bombeado.
Foram consumidos, portanto, cerca de 62 bilhões de litros, ou 1,32 bilhão de litros por dia, em média.
Nos últimos dias esse consumo chegou a 1,7 bilhão de litros por dia.
Não porque seja gasta mais água, porque a vazão para a estação de tratamento que serve São Paulo segue sendo progressivamente reduzida.
Mas porque chega menos água.
A água que chega ao Cantareira não é nem sequer de 10% do que deveria chegar, mesmo na seca. E não vai melhorar nos próximos dias, segundo as previsões meteorológicas.
A média dos três primeiros dias de julho – 2,3 m³ por segundo – não chega sequer a suprir o que é liberado para que os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí não sequem completamente, que é de 4 m³/s. Ontem foi ainda pior: apenas 1,95 m³/s
Ou seja, mesmo sem o que lhe tira o bombeamento, os reservatórios já estariam caindo.
E a tendência é a de que fique pior no resto do mês, em agosto e em setembro.
Tendência, porque é tão pouco que é alterável por dois ou três dias de chuva forte, que é improvável.
São Paulo recebia mais de 30 m³ por segundo deste sistema. Está recebendo 19 m³/s e alguns quebrados a mais, vindos do pequeno reservatório de Paiva Castro, que tem outro regime de chuvas por estar localizado próximo à cidade e que não está tão seco como o que vem dos mananciais da fronteira com Minas.
Já não é mais tempo, em São Paulo, de falar em percentagens de volume disponível, mas de litros de água.
Que se esgotam, mais rápido do que se pensava.
16 respostas
Pobre São Paulo
Pobre Paulista
Se cortar o consumo a zero o nível continua caindo, pois o que vaza pelos canos é maior que a reposição do sistema.
Fernando, olha essas duas fotos da represa Jacarei, como voce adiantou a um tempo atras, eles não irão conseguir tirar tudo o que esperam, sao muito irresponsáveis…
http://s2.glbimg.com/E0Cmk5SVBx_NyXZlnakHvDzhymg=/620×465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/07/03/cdg20140703046.jpg
http://img.r7.com/images/2014/05/14/2rr3uer37s_6f3p789xbq_file.jpg?dimensions=460×305
Muito boa as fotos Rodrigo. Quando “inauguraram” o volume morto, falaram em escavação de 3 km de canais. Na primeira foto já se vê a razão desses canais: para fazer a água chegar até as bombas de sucção. Que situação chegamos.
Fernando, olha essas duas fotos da represa Jacarei, como voce adiantou a um tempo atras, eles não irão conseguir tirar tudo o que esperam, sao muito irresponsáveis…
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/07/sem-chuvas-cantareira-perdeu-volume-em-90-dos-dias-do-ano.html
http://noticias.r7.com/sao-paulo/com-sistema-cantareira-abaixo-de-85-volume-morto-comeca-a-ser-usado-nesta-quinta-feira-15052014
É impressionante a irresponsabilidade da burguesia, da mídia burguesa e do PSDB. Ao negar a aplicação do racionamento por temer a perda da eleição e sonegar a informação da população eles estão preparando uma catástrofe inimaginável. Imagine uma metrópole do tamanho de SP sem água? Mesmo que o Alckmin ganhe a eleição, ao se confirmar o que está se configurando, ele não conseguirá governar muito tempo, pois será defenestrado do cargo. Talvez seja o primeiro caso de impeachment de governador e a mídia tradicional será vista como cúmplice aos olhos da povoi, pois não alertou a população da catástrofe iminente.
Os acionistas da Sabesp, que não investiu na manutenção e ampliação do sistema para não reduzir os dividendos, estarão se lixando para a irresponsabilidade tucana pois podem usar os dividendos recebidos para passar uns meses em Never York quando o racionamento de água começar, o que ocorrerá, por critérios “ma-te-má-ti-cos”, muitíssimo antes de 2038. Enquanto isso os brasileiros de norte a sul e de leste a oeste poderão constatar através de uma campanha publicitária de uns R$80 milhões quão eficientes são os tucanos na defesa dos acionistas.
Meu caro Fernando, você vem alertando isso tem tempo. Todo mundo tá sabendo que a situação é gravíssima.
Eu acho que, embora o Governo Federal não tenha nada a ver com isso, era hora da Dilma intervir nessa crise hídrica.. Não dá mais. O Povo de SP pode ser tolo e votar em tucano, mas não podemos assistir de camarote esse crime contra o estado de SP. è preciso intervir nisso e fazer todo esforço possível para minimizar os danos causados por toda essa irresponsabilidade criminosa e tucana. É uma questão de segurança nacional. Eu não exitaria em intervir nisso.. essa crise da Cantareira ainda poderá gerar forte instabilidade política e social.. O Governo Federal vai ter que assumir isso ai.. Não podemos deixar a barbárie administrativa levar a ruina o nosso mais forte estado nacional.
Parece que TUCANO gosta tanto de lama quanto o PIG..!!
O pior cego é o que não vê…
Brito pode ficar tranquilo, a SABESP já anunciou que vai retirar menos volume de água. Só não disse que o motivo é ter água até a eleição. Vamos ver se sobre água ate o segundo turno…
Fernando Brito
Creio que o paiva castro e o cantareira não tem regime de chuvas distintos, pois são muito próximos, não está chovendo em nenhuma das duas regiões. O paiva castro sozinho, mesmo com apenas 1/5 da área de drenagem do cantareira, está “produzindo” mais água porque o cantareira simplesmente entrou em colapso mesmo.
As previsões de sabesp e ana utilizando-se os dados históricos de chuva, considerando o nível de água onde está, não terá correspondência com a vazão de afluência esperada. Vide o mês de abril, que choveu o esperado mas a afluência foi de apenas 31% da média.
O sistema só voltará a ter comportamento normal (relação aproximada de 60% entre o volume de chuva e o volume de afluência) depois do reservatório encher novamente e saturar o solo de toda a sua área de drenagem. Eles devem conseguir contornar a situação do abastecimento até as chuvas de verão usando o volume morto II, mas o risco de uma tragédia (acabar TODA a água do cantareira) no inverno de 2015 não está descartada, pelo contrário, é cada vez mais uma possibilidade real.
Caro Fernando,
Diz-se que uma imagem vale por mil palavras e as duas imagens indicadas por Rodrigo (comentário enviado em 03/07/2014, às 11:42 pm) são reveladoras da situação.
Sugiro que enriqueça o seu texto essas imagens, destacando as datas em que foram tiradas: uma, em 15/05/2014, quando começou o bombeamento do volume morto; a outra, onde (03/07/2014), com o ponto de captação bastante seco.
Vamos arriscar dizer agora uma coisa muito séria.
Os paulistas (nós) precisamos tirar liçoes para o futuro e não é das Fiesps que vai vir a correçao efetiva…
Sabe aquela coisa da guerra – onde chega a noticia ou chega o corpo do filho envolto em plástico preto, com a bandeira do pais em cima…
Depois do desespero inicial, as pessoas proximas dizem: “TOMARA que mude tal coisa, oxalá a morte nao tenha sido em vão!”
Pois este fim de ano será inesquecivel para nós. E dependendo exclusivamente de S Pedro quiçá o ano que vem todinho, tambem.
Carros em caravana para outras regioes e municipios para buscar o liquido, trazer em bombonas nos porta-malas.Será delirio meu?
E que essa morte da ilusao tucanófila paulista NAO seja em vão!
Cuidemos de lembrar na pre-eleiçao o QUES e o porques da tragédia
bufa da ornitologia bicuda que nos acometeu.
arrisco um palpite: em quanto multiplicou-se a área dos ‘desertos verdes’ no entorno do sistema cantareira nesses anos?
… “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …
Quem ler o livro futurista, NÃO VERÁS PAÍS NENHUM de Ignacio de Loiola Brandão uma historia futurista, não imagina que São Paulo esteja passando por isso.
Não Verás País Nenhum de Ignácio de Loyola Brandão. Nessa narração, construída em 1981, o autor nos apresenta o Brasil em um futuro indeterminado dominado por um governo medíocre (chamado de Esquema), onde a Amazônia virou um deserto, as metrópoles sofrem com a falta de árvores e com o calor intenso; não há comida, água ou moradia para todas as pessoas – que estão divididas em castas e os mais pobres sobrevivem do lixo acumulado ao redor das cidades.